A Vuelta dirige-se a passos largos para o seu final e, amanhã, é dia para uma etapa que se corre perto da fronteira portuguesa, naquela que será a última oportunidade de vitória para muitos.

 

Percurso

Amanhã o pelotão da Vuelta parte de Salamanca para chegar a Ciudad Rodrigo, numa etapa disputada muito perto da fronteira com Portugal, num total de 162 quilómetros.



Após 76 quilómetros mais tranquilos, surge o Puerto El Portillo (14,3 kms a 4.4%), uma subida que engana pois os primeiros 6900 metros são a 5,4% e os últimos 3300 metros a 5,2%. Depois de uma longa descida e de uma fase de falso plano aparece o Puerto El Robledo (11,8 kms a 3.9%), uma subida de patamares: 2200 metros a 4,7%, 3 quilómetros em descida, 3100 metros a 8,1% e 2800 metros a 5,8%.

Passada a subida ficam a faltar 35 quilómetros e mais dois pequenos topos, um que coincide com o sprint intermédio e outro que são 2200 metros a 5,1%, este a 16 quilómetros. A partir daqui, a etapa é muito rápida até ao final.

 

Táticas

Se hoje o vento esteve contra os ciclistas, não ajudando a fuga do dia, amanhã o cenário será o oposto, com vento a favor. Acreditamos em 76 quilómetros muito rápidos, até à formação da fuga pois amanhã é a última oportunidade para muitos puderem vencer pois no fim-de-semana existe chegada em alto e etapa ao sprint. Muitas equipas ainda não venceram e, por isso, mais uma luta intensa pela presença na frente.



No entanto, não será de estranhar ver um dia muito atacado pelos homens da geral pois, se o vento estiver bastante forte, poderá existir a possibilidade de bordures e, aí, as equipas dos homens da geral não vão desaproveitar a oportunidade.

 

Favoritos

Um dia com vento e com alguma dificuldade e com vento faz olhar para a Deceuninck-QuickStep, uma equipa que brilha sempre nestas condições. Com o passar dos dias, Zdenek Stybar tem melhorado a sua condição física, finalmente parece estar a render e, depois de um dia de “folga”, onde carregou baterias, estará pronto para nova luta. Relativamente rápido em grupos restritos pode salvar aqui a sua temporada.



A Astana continua a bater na trave nos últimos dias! Quando coloca ciclistas na frente, a fuga não vinga e quando não coloca a fuga chega ao seu destino. Desde a 7ª etapa que Omar Fraile tem estado mais discreto, num dia em que subiu bastante bem. Estas subidas são ideais para si e, mesmo num dia em que o pelotão esteja louco, poderá aguentar.

 

Outsiders

Rui Costa tem sido um ciclista muito ativo e, com novo final perto da fronteira nacional, acreditamos em nova ofensiva do campeão nacional. Em dias onde a fuga se tem demorado a formar, o poveiro consegue sempre acertar, devido à sua excelente leitura de corrida. As subidas são ideais para si e tem uma boa ponta final.

Dorian Godon tem estado na discussão das últimas chegadas mais duras e, nos dias de montanha, tem conseguido subir, relativamente, bem. Longe de ser um trepador, o francês é um corredor completo, passa bem as dificuldades e tem uma boa ponta final. Uma vitória aqui seria o ponto alto da sua carreira.



Não podemos descorar a possibilidade de um ciclista atacar e, com o vento de costas, conseguir chegar isolado à meta. Remi Cavagna é um ciclista perfeito para este cenário, passa bem as dificuldades, não tem medo de atacar e anda em solitário, basta ver as vitórias que tem no seu currículo.

 

Possíveis surpresas

Hoje, a Astana era das equipas mais representadas na frente, algo que amanhã pode voltar a acontecer, com Alex Aranburu e Luis Leon Sanchez a serem, novamente, sérias alternativas, sendo que esta etapa assenta que nem uma luva ao primeiro, no entanto pode acusar o desgaste de hoje.  Magnus Cort e Michael Valgren são dois classicómanos que adoram este tipo de condições, eles que têm uma boa ponta final em grupos restritos e sobem bem. Nomes como Marc Soler, Mattia Cattaneo, Carlos Verona e Thymen Arensman prefeririam mais dureza para puderem fazer diferença, ao passo que Dion Smith, Gonzalo Serrano, Jannik Steimle, Dion Smith e Anthony Roux têm as características necessárias para bilhar. No caso do pelotão lutar pelo triunfo, como aconteceu hoje, e para além de alguns nomes já referidos, Robert Stannard, José Joaquin Rojas, Jasper Philipsen e, em cenário mais duro, Primoz Roglic e Alejandro Valverde, são os candidatos.



 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Bruno Armirail e Ivo Oliveira.

 

 

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