A derradeira semana da Vuelta inicia-se com uma oportunidade para os sprinters brilharem mas, tal como da última vez, o final é armadilhado e pode deixar alguns de fora.

 

Percurso

189,4 quilómetros para abrir a terceira semana de competição, uma ligação praticamente plana entre Sanlucar de Barrameda e Tomares, onde as dificuldades aparecem a menos de 15 quilómetros na chegada à localidade de Santioponce. Uma subida não categorizada de 1500 metros a 6,1% promete fazer alguns estragos no pelotão.



Atingido o topo restam 10,6 quilómetros e, rapidamente, o pelotão irá chegar aos derradeiros 2100 metros. Aí surge novo pequeno topo, este com 600 metros a 6,3%! Restam apenas 1500 metros para a chegada e nem estes são planos, tendo uma inclinação média de 2,1%. Não bastassem as dificuldades na estrada, existem 3 curvas na parte final, a 1100, 600 e 320 metros.

 

Táticas

Esta é uma etapa com um desfecho em tudo idêntico ao da etapa 13 ganha por Mads Pedersen, onde os sprinters sonham em disputar o triunfo mas as dificuldades que antecedem o final podem afastar os sprinters mais puros da luta. Tudo vai depender do ritmo a que estas colinas foram feitas mas acreditamos que irão ser endurecidas.

Pedersen tem a camisola verde praticamente garantida, já tem um triunfo, e não tem nada a perder pelo que a Trek-Segafredo deve procurar novo triunfo, sabe que é uma das melhores hipóteses esta semana. BORA-hansgrohe e Cofidis devem ajudar a formação norte-americana a controlar a fuga que, acreditamos, será pequena e composta por ciclistas das equipas espanholas.

 

Favoritos

Mads Pedersen está num super momento de forma. O dinamarquês não só vence ao sprint como entra em fugas nas etapas de montanha, o que demonstra a sua enorme capacidade física. Está a subir muito bem, as dificuldades não o deixarão para trás, até o irão beneficiar. A facilidade com que venceu a etapa 13 está na memória de todos. Se repetir essa exibição ninguém o conseguirá superar. Alex Krisch será, novamente, fundamental.



É incrível a quantidade de vezes que Bryan Coquard se posiciona mal nas chegadas e isso o impede de um grande resultado. A recuperação que o francês fez na já referida etapa foi algo fantástico, mostrou grande disponibilidade. Para estar na luta tem que estar mais na frente, David Cimolai tem que fazer um grande trabalho de posicionamento. Este é um final ideal para Coquard, um corredor que procura pontos vitais para a Cofidis.

 

Outsiders

Danny van Poppel desiludiu, um pouco, na sexta-feira, falhou no posicionamento, algo que não é habitual seu. Com os erros é que se aprende, e o neerlandês tem nova oportunidade amanhã, vai querer agarrá-la com unhas e dentes. Um final menos inclinado favorece o ciclista da BORA-hansgrohe.

Mais uma etapa com um final acidentado é sinónimo de mencionarmos Fred Wright. O britânico chegou em grande forma e parece não abrandar, os resultados continuam a aparecer. Sabe que dificilmente vencerá no frente-a-frente com os principais sprinters pelo que um ataque na dificuldade final não é nada descabido.



Até agora, a Israel-Premier Tech está de mãos a abanar na Vuelta e poucas são as oportunidades que sobram. Com muita experiência em Grandes Voltas, Daryl Impey deve querer somar mais uma vitória ao seu já longo currículo e é uma das principais apostas da equipa israelita. O veterano sul-africano tem um bom historial neste tipo de finais em Espanha. Tanto pode esperar pelo sprint como atacar no final.

 

Possíveis surpresas

Qual será a versão que Pascal Ackermann irá apresentar amanhã? O alemão é capaz do melhor e do pior em poucos dias, esteve muito forte na etapa 13 mas, tal como já habitual seu, lançou o sprint muito cedo. Esperando pelo momento certo, pode conseguir a vitória. Kaden Groves irá rezar por uma corrida menos endurecida, aí terá mais probabilidade de estar na luta, já que o final é mais fácil, adaptando-se melhor a si. Sendo este um final muito duro para Tim Merlier, a Alpecin-Deceuninck poderá apostar em Gianni Vermeersch ou Robert Stannard, um deles para o sprint e outro para um ataque na parte final. Para ataques na parte final, atenção a nomes como Patrick Bevin, Ben Turner, Sergio Higuita Quentin Pacher. Se apenas a Trek-Segafredo pegar na corrida, a fuga tem mais hipóteses de ter sucesso e, aí, entram na equações ciclistas como Jesus Ezquerra, Samuele Battistella, Luis Leon Sanchez, Jetse Bol e Alessandro de Marchi.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Francisco Galvan e Gotzon Martin.



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