A fechar a 2ª semana de competição, tempo para a etapa rainha deste Giro! Montanha e mais montanha é aquilo que os ciclistas terão pela frente amanhã.

 

Percurso

Mais uma maratona neste Giro e, ao contrário dos últimos dias, muita montanha pelo meio. 212,7 quilómetros entre Sacile e Cortina d’Ampezzo, numa jornada com 5682 metros de desnível acumulado positivo.



Logo a abrir surge La Crosetta (11,6 kms a 7%). Ultrapassada esta subida os corredores terão 100 quilómetros teoricamente mais fáceis, sem uma grande subida, mas sempre em ligeira ascensão, até se chegar ao sopé do Passo Fedaia (14,5 kms a 7,5%).

Não há descanso uma vez que mal termina a subida e é feita a respetiva descida aparece o Passo Pordoi (11,8 kms a 6,6%), a Cima Coppi do Giro deste ano. Uma descida e duas pequenas colinas em 30 quilómetros deixam os ciclistas a 27 quilómetros da chegada e no começo do Passo Giau.

Mais um monstro para acabar o dia com 9,8 kms a 9,3% de inclinação média! Esta é uma subida muito regular, raramente baixa dos 9% de inclinação e, quando isso acontece, surgem, logo de seguida rampas acima dos 10%. No topo ficam a faltar 17 quilómetros para o fim, quase todos eles em descida com excepção dos derradeiros 400 metros.

 

Tácticas

Esta é uma das etapas mais duras da Volta a Itália e todos sabem disso, por isso é que o pelotão hoje teve uma espécie de dia de descanso. Supostamente será um dia muito importante para a geral, uma das últimas oportunidades para atacar a liderança de Egan Bernal. Só que o colombiano tem estado tão superior à concorrência que os seus rivais podem estar já a pensar em lugares no pódio e aí a atitude será mais conservadora.



Emanuel Buchmann seria um dos interessados em atacar porque estava em subida de forma, abandonou hoje. Hugh Carthy seria outro dos ciclistas que estava à espera da montanha da última semana, mas perdeu o seu principal escudeiro na montanha, Ruben Guerreiro. A Astana foi agressiva no dia do Zoncolan, só que a perda de Vlasov fez a equipa cazaque ficar mal na fotografia, resta a BikeExchange, e isso é curto, já que a Bahrain-Victorious já perdeu 3 ciclistas.

Como a Ineos-Grenadiers tem corrido de uma forma altamente conservadora e calculista, Bernal até já ganhou 1 etapa, poderemos ver outra fuga a vingar, desde que seja do agrado dos britânicos. Prevê-se que a etapa tenha bastante chuva, isso pode beneficiar quem não seja um puro trepador porque consegue recuperar tempo e energia nas descidas.

 

Favoritos

Desde que a Movistar perdeu o seu líder Marc Soler que está ainda mais agressiva à procura de fugas. Com a escapada de hoje entraram na luta pela classificação colectiva e pode agora ser um objectivo. Antonio Pedrero tem subida bastante de forma e esteve muito bem no Monte Zoncolan, é um ciclista já experiente em Grandes Voltas e se integrar a fuga irá quase certamente ter companhia para o ajudar.



São etapas destas que Jan Hirt gosta bastante. O checo tem-se poupado bastante e parece estar em crescendo. O problema é que não é propriamente bom a descer e vai precisar de ajuda para integrar a fuga, provavelmente precisa que Petilli esteja com ele. Nas montanhas longas Hirt faz o resto.

 

Outsiders

Duvidamos que seja um dia para os ciclistas da classificação geral, mas se a oportunidade estiver lá Egan Bernal não vai hesitar pois pode ganhar tempo à concorrência e arrumar o Giro de vez. Sempre que o colombiano ataca tem conseguido fazer diferenças.

Sem Buchmann e com Sagan tranquilo os ciclistas da Bora-Hansgrohe têm agora carta verde para ir à procura de etapas. Olhamos para Matteo Fabbro para ver o que o italiano será capaz. No Tirreno-Adriatico conseguiu subir com os melhores e mesmo do Tour of the Alps esteve bastante bem, foi decisivo nas etapas de média montanha a seleccionar o pelotão.



Davide Formolo está no limite de tempo perdido para entrar numa fuga tanto para a Ineos-Grenadiers, como para as outras equipas do top 10. No entanto, esta é uma boa oportunidade para o ciclista da UAE Team Emirates, que numa fase inicial da etapa até pode contar com a ajuda de Covi e Conti.

 

Possíveis surpresas

Há cada vez mais rumores na imprensa belga que, se Remco Evenepoel sentir dificuldades logo a abrir amanhã, pode bem ir para casa. Nesse campo amanhã poderá ser o primeiro dia em que João Almeida tenha liberdade a sério. Resta saber como irá reagir o seu corpo à chuva e ao frio, as últimas experiências não foram as melhores. Em termos de classificação geral Simon Yates impressionou no Zoncolan e estamos curiosos para ver o que Daniel Martinez poderá fazer. Dan Martin é um ciclista que está bem fisicamente e que pode tentar ir para a fuga, mas só está a 3 minutos do top 10 e é mau tecnicamente. O mais provável é a fuga contar com alguns suspeitos habituais como Bauke Mollema, George Bennett e Geoffrey Bouchard, interessados na classificação da montanha, mas que já parecem estar a acusar algum desgaste. A Trek-Segafredo também pode tentar colocar Gianluca Brambilla na frente por causa da classificação colectiva, que agora lideram. A Alpecin-Fenix está a ter um excelente Giro e Louis Vervaeke é um nome a ter em conta amanhã, veremos se é o dia de puros trepadores como Einer Rubio e Jefferson Cepeda, que ainda não apareceram neste Giro. Olho ainda a Michael Storer, Larry Warbasse, Felix Grossschartner e Giovanni Aleotti.



 

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são: Victor Lafay e Pello Bilbao.

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