Semana final do Tour de France, ainda com tudo para decidir! A abrir, contra-relógio individual, mais um dia duro e com bastantes dificuldades. Quem se irá superiorizar no duelo de titãs entre Jonas Vingegaard e Tadej Pogacar?
Percurso
22 500 metros de esforço individual que é tudo menos plano. Logo ao quilómetro 2,2 surge o Cote de la Cascade de Couer (1300 metros a 8,5%), antes de uma fase mais acessível, com plano e uma descida que leva até ao quilómetro 16 e início da dificuldade final. A subida final para Domancy são 6,3 quilómetros a 6,6% no entanto a dureza está guardada para o início. O Cote de Domancy são 2500 metros a 9,4%, uma autêntica parede que fará as principais diferenças no contra-relógio. Sendo a média da subida mais longa de 6,6% a partir daqui a inclinação baixa consideravelmente, ainda é em subida só que para o que já está ultrapassado não será tão complicado.
Favoritos
Jonas Vingegaard está longe de ser um especialista, no entanto tem evoluído muito, no ano passado não ganhou o contra-relógio porque decidiu “oferecer” a Wout van Aert e, para além disso, já tão adiantado numa Grande Volta, a condição física conta muito. Preferiria subidas mais longas mas a forma como respondeu a Pogacar ontem e a demonstração de força dada no final faz acreditar que está bem e recomenda-se.
Claramente o seu grande rival tem de ser Tadej Pogacar. O esloveno é sempre incrível nos esforços individuais do Tour, já ganhou dois na sua carreira, encontra as melhores pernas para este dias. Subidas curtas e explosivas são ideais para si, o ciclista da UAE Team Emirates sabe que este é um dia muito importante para passar para a frente do Tour, já que nas etapas em linha não está fácil fazer descolar Vingegaard.
Outsiders
Adam Yates tem feito contra-relógios cada vez melhores e o facto de estar a lutar pelo pódio mesmo sendo um gregário mostrado o seu estado de forma. O britânico não irá correr com tanta pressão, isso pode ser bom para garantir um excelente resultado e assaltar o 3º lugar da geral. Muito regular, é de esperar uma grande exibição.
A defender o pódio estará Carlos Rodriguez. O jovem da INEOS Grenadiers está a fazer uma prova fabulosa, a confiança está em alta e sabe-se defender muito bem nos contra-relógios. 4º num esforço individual da Vuelta 2022, este percurso ainda se adapta melhor a si devido à muita dureza do mesmo.
Fora os homens da geral, só um grande especialista tem reais hipóteses de vencer, o inevitável Wout van Aert. Apesar de muito tentar, a vitória continua a não aparecer para o belga, a pressão será cada vez maior para conseguir levantar os braços. Este é um bom percurso para Van Aert, só as subidas demasiado explosivas o podem fazer perder algum tempo.
Possíveis surpresas
Mantendo na lista dos especialistas, Nelson Oliveira e Jonathan Castroviejo têm boas hipóteses de um bom resultado. Ambos estão a subir bem e gostam de percursos duros, foi assim que conseguiram os melhores resultados da carreira, ainda para mais o primeiro dará tudo já que a Movistar não tem líder e o segundo tem a sua equipa na luta pela classificação coletiva. Stefan Kung, Remi Cavagna, Fred Wright e Lawson Craddock podem defender-se, são bastante completos neste tipo de terreno, mas pensar mais que o top-10 já será demasia. Olhando para os homens da geral, vamos ver se o dia de descanso fez bem a Simon Yates e Jai Hindley. Yates parece estar na sua quebra habitual das terceiras semanas, no entanto tem-se destacado nos contra-relógios que tem feito e depois de um dia de descanso pode surpreender. Hindley deverá estar a sofrer da queda, um dia de repouso será importante para curar as mazelas. Pello Bilbao é muito regular, raramente falha os objetivos, será mais um a andar entre os melhores e, depois da exibição de ontem, não se pode descartar Wout Poels. Ion Izagirre, Tom Pidcock, Sepp Kuss e Matteo Jorgenson podem ser ciclistas a conseguir realizar bons contra-relógios, prinicpalmente devido ao percurso bastante duro.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Thibaut Pinot e Nils Politt.