A última semana do Tour 2024 começa com a derradeira oportunidade para os sprinters brilharem. Quem será o mais forte na chegada a Nimes?
Percurso
A última semana do Tour 2024 arranca de Gruissan, num dia muito calmo, com 188,6 quilómetros e apenas 1200 metros de desnível acumulado positivo. Dificuldades nem vê-las, apenas uma contagem de montanha de 4ª categoria a meio da etapa por isso tudo se vai decidir na chegada a Nimes, um final que tem alguns aspetos a considerar.
Falando dos últimos 5 quilómetros, logo após a passagem por esse ponto de interesse, rotunda a ser ultrapassda pela direita. Longa reta até 2500 metros e viragem à esquerda, feita em mais uma rotunda. 1600 metros e nova rotunda, esta feita apenas pelo lado esquerdo e, logo após a passagem pela flamme rouge, nova rotunda esta feita pela direita. Ainda fica a faltar uma rotunda feita pelo lado direto, a apenas 400 metros do final.
Táticas
Como já referimos, esta é a última oportunidade para os sprinters. Nem sempre as hipóteticas etapas ao sprint na terceira semana terminam nesse cenário, uma vez que os roladores conseguem estar presentes na fuga e o pelotão já não tem assim tanta força de perseguição. Este ano acreditamos que o cenário será diferente, não só porque ainda há equipas que não ganharam, mas também porque é a última oportunidade em todo o Tour (este ano não há chegada aos Campos Elísios). Os sprinters sofreram as etapas de montanha para este momento, uma derradeira oportunidade para a glória.
A camisola verde está quase impossível, mas a Alpecin-Deceuninck tem de tentar e sabe que só com a vitória em etapa o pode conseguir. Ainda sem vitórias, Lotto-Dsnty, Movistar e Israel-Premier Tech podem ajudar na perseguição à fuga do dia e, desta forma, dar mais força de trabalho ao grande grupo.
Favoritos
A segunda semana de Tour correu bastante melhor a Jasper Philipsen. Duas vitórias convincentes mas, uma delas depois de um dia bastante duro e onde não teve comboio. Apesar de tudo ainda existiram falhas que resultaram na quase certa perda da camisola verde. Agora o objetivo é vencer a terceira etapa e só há mais amanhã para o conseguir. A Alpecin-Deceuninck está reduzida mas sabe que tem aqui uma das últimas chances para vencer.
Wout van Aert já disse que não vai desperdiçar mais oportunidades, vai estar na luta sempre que puder. Já com dois segundos lugares, a forma do belga parece estar a melhorar com o passar da prova, algo que já é natural em Van Aert, recupera melhor que os puros sprinters. Christophe Laporte será fundamental na chegada de amanhã, com tanta rotunda o lançador é importante. A Visma|Lease a Bike quererá vencer com Van Aert!
Outsiders
Biniam Girmay ja tem a camisola verde no bolso, porque não carimbar de vez com mais um triunfo? O eritreu tem sido o ciclista mais regular nas chegadas rápidas e uma etapa destas numa fase tão adiantada do Tour só o beneficia. O final técnico já não são tão boas notícias, no entanto Mike Teunissen tem feito um trabalho fabuloso, pode tirar outro coelho da cartola amanhã.
Pascal Ackermann é um ciclista que tende a melhorar com o passar dos dias e este Tour não é exceção. O alemão está um ciclista rejuvenescido, há bastante tempo que não o víamos a sprintar desta forma, ombro a ombro com os melhores. Nas últimas 3 etapas ao sprint foi por três vezes 3º, quererá melhorar o resultado e dar à Israel-Premier Tech a vitória que tanto procuram.
Quem tanto sofreu até agora, porque não pensar em nova vitória de Mark Cavendish? O britânico tem superado todas as dificuldades e tem uma última oportunidade para conseguir a 36ª vitória. Uma etapa tão acessível depois de um dia de descanso são as melhores notícias possíveis para o Míssil da Ilha de Manx. É certo que já não conta com Michael Morkov, mas Cees Bol também é um excelente lançador.
Possíveis surpresas
Arnaud de Lie soma diversos top-5 no entanto não se pode dizer que já esteve perto de vencer. Até se tem conseguido posicionar minimamente bem, no entanto falta sempre algo para o belga estar mais na frente, algo que é fundamental amanhã. Dylan Groenewegen é um dos poucos que podia dizer que já venceu um sprint neste Tour. Apesar de tudo, tirando esse dia, em que o posicionamento foi o acertado, tem estado menos bem, devido à já referida fraca colocação. Luka Mezgec será essencial amanhã. Fernando Gaviria já viu a Movistar trabalhar na frente do pelotão, a equipa espanhola confia no seu sprint para uma possível vitória, algo que parecia impossível no início do Tour. O colombiano tem estado mais controlado na altura de lançar o sprint. Alexander Kristoff e o comboio da Uno-X não tem funcionado da melhor maneira, um conjunto que até agora tinha feito excelentes exibições. É a última oportunidade para o norueguês. Arnaud Démare, Phil Bauhaus e Bryan Coquard têm feito um Tour com diversos top-10 mas pedir mais que isso já é elevar a fasquia.
Não será descabido pensar no sucesso de uma fuga, muitas vezes nas terceiras semanas de uma Grande Volta, os fugitivos conseguem enganar o pelotão. É necessário ser um ciclista bastante possante, bom rolador e, caso necessário, com uma boa ponta final. É nesse lote que incluímos os nomes de Jasper Stuyven, Magnus Cort, Jonas Abrahamsen, Matej Mohoric, Nico Denz, Stefan Kung e Dorian Godon.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Clement Russo e Danny van Poppel.