A derradeira semana da Vuelta começa com um tirada menos dura no entanto conseguirão os homens rápidos ser surpreendidos por mais uma fuga?
Percurso
Uma autêntica maratona nesta altura da Vuelta certamente não irá agradar aos ciclistas. É uma jornada de quase 220 kms que não tem uma contagem de montanha. No entanto tem mais de 2300 metros de desnível acumulado, um clássico Vuelta.
No meio do terreno ondulado é importante vermos o final em caso de ser um pelotão compacto a discutir o triunfo em Guadalajara. É uma entrada abrupta nos 3 kms finais que são em ligeira subida, as principais rampas estão logo ao início. No total são 3000 metros a 3%, algo que não parece demasiado complicado para alguns dos sprinters.
Tácticas
Na Vuelta das fugas será que vamos ter mais uma a resultar? Teoricamente esta etapa seria claramente para os sprinters, mas com quase 220 kms e estando na 3ª semana tudo é diferente, principalmente depois do show que Sam Bennett deu há algumas etapas atrás. É que as restantes equipas dos homens rápidos estarão muito preocupadas com o irlandês e dificilmente irão colaborar na perseguição, essa tarefa pode ficar exclusiva da Bora e a equipa alemã já está sem Formolo e sem Muhlberger, sendo que Majka e Bennett não se podem colocar ao trabalho, será uma tarefa complicada caso não tenham ajuda. A Quick-Step pode dar uma mãozinha na esperança de um ataque final de Gilbert ou Stybar.
Favoritos
Depois do dia de descanso acreditamos em mais uma fuga vitoriosa, portanto Alex Aranburu é um nome novamente a ter em conta, já esteve em destaque nesta Vuelta, tentou, foi 2º, e nos últimos dias tem estado mais discreto, talvez a pensar nesta jornada. A Caja Rural é a única equipa Profissional Continental que ainda não ganhou e Aranburu adora estes finais.
Na forma em que está e sabendo que nenhuma equipa deve ajudar a Bora-Hansgrohe Sam Bennett até pode ir para a fuga com um companheiro seu para manter tudo sob controlo, Jempy Drucker por exemplo. O irlandês começa a parece um wild card para os Mundiais de Yorkshire se mantiver esta condição física.
Outsiders
Outro sprinter que já esteve em fugas foi Clement Venturini, ele que foi 5º na recente chegada a um ligeiro topo. O francês gosta destes finais empinadas e não é só um sprinter, é um corredor muito completo e que por vezes ameaça grandes vitórias.
Tosh van der Sande é outro excelente finalizador que costuma aparecer em algumas fugas, tem-se poupado nos últimos dias e a Lotto-Soudal deposita algumas esperanças nele agora que Thomas de Gendt está a acusar o desgaste da 3ª Grande Volta do ano.
Já que Miguel Angel Lopez viu as hipóteses de vitória esfumarem-se praticamente na montanha a Astana tem dado liberdade aos gregários do colombiano de alcançar a glória. Tal aconteceu com Jakob Fuglsang e quem sabe se a seguir não é a vez de Omar Fraile, o basco gosta de média montanha e tem alguma explosão.
Possíveis surpresas
Em caso de sprint final não nos parece que Jakobsen na sua primeira Grande Volta ou Gaviria estejam em condições de ganhar a etapa, Jon Aberasturi ou John Degenkolb serão melhores apostas num final destes. Para a fuga há imensos nomes, talvez metade do pelotão lá queira estar. Num percurso destes Owain Doull é a melhor carta para a Ineos jogar, Nikias Arndt e Philippe Gilbert estarão à procura de repetir vitórias e dentro da Quick-Step o traçado é bom para Zdenek Stybar ou Remi Cavagna. Valerio Conti tem sido o mais inconformado na UAE Team Emirates, enquanto que Nick Schultz, Lawson Craddock e Amanuel Ghebreigzabhier são outros ciclistas que podem estar em destaque.
Super-Jokers
Os nossos super-jokers são Enrico Battaglin e Maximiliano Richeze.