O dia de todas as decisões! A última chegada em alto e a última oportunidade para se fazerem diferenças! Conseguirá Primoz Roglic aguentar os ataques?
Percurso
Foi preciso esperar pelo fim-de-semana para a última chegada em alto desta Vuelta. 178 quilómetros entre Seqeros e o Alto de la Covatilla, numa tirada com 6 contagens de montanha.
Depois de 3 contagens de montanha na primeira metade da etapa, a etapa pode começar a jogar-se no Alto de Peñacaballera (4,7 kms a 5.4%), que antecede o Alto de la Garganta (11,3 kms a 5.1%). Esta subida termina a 26 quilómetros do fim, e a 15 da escalada final. Pelo meio, um setor de sterato, com 600 metros a 8,6%.
O Alto de la Covatilla será o palco da última batalha entre os homens da classificação geral, num total de 11700 metros com 6,9% de inclinação média. Esta é uma subida que engana pois tem 2 quilómetros acima dos 10% e outros dois acima dos 9%, o último deles entre os 1700 e os 700 metros finais.
Táticas
O dia do tudo ou nada! Esperem uma etapa corrida a alta velocidade, com a fuga a ser mantida debaixo de olho pela INEOS Grenadiers pois quanto mais duro for o dia maior será a probabilidade da Jumbo-Visma começar a ceder mais cedo e Primoz Roglic ficar isolado. Não será fácil, pois o camisola vermelha tem Sepp Kuss.
O endurecimento mais sério deverá começar no Alto de la Garganta, onde até podem surgir ataques de corredores secundários, mas tudo se vai decidir na subida final. É espero algum vento frontal na escalada decisiva.
Favoritos
A marcação cerrada entre os principais ciclistas pode levar a Aleksandr Vlasov a aproveitar. O russo já tentou por algumas ocasiões e já saiu bem sucedido. Após um mau começo, tem vindo em crescendo e amanhã é a última oportunidade para brilhar. Terá liberdade e está num dia parecido ao mês de Agosto será difícil batê-lo.
O vento frontal são excelentes notícias para Primoz Roglic. O esloveno sabe que “só” tem que seguir os seus rivais, não será fácil, mas com este tipo de condições meteorológicas, os seus rivais terão uma tarefa muito mais complicada. A presença de Sepp Kuss será fundamental, para impor um ritmo forte e tentar levar Roglic ao 5º triunfo.
Outsiders
Hugh Carthy esteve perto no Angliru, lendo a corrida da melhor maneira possível e atacando quando o tinha que fazer. Claro que estava num dia super, em grande condição física, algo que também já mostrou no contra-relógio. Subidas longas são a sua praia e, mesmo não podendo ter muita liberdade é sabe que à base da força pode deixar os seus rivais para trás.
Etapa ou classificação geral? Este é o dilema de Richard Carapaz que deverá fazer de tudo para quebrar Roglic, o que o vai levar a atacar enquanto tiver forças. No Angliru esteve bem, mas no final acabou por não aguentar o ritmo de Carthy. Se quiser vencer tem que deixar os seus rivais para trás pois se chegar num pequeno grupo dificilmente terá energia.
Enric Mas mostrou-se como ainda não se tinha visto no Angliru no entanto depois desiludiu no contra-relógio. Esta situação dá-lhe mais liberdade para amanhã, podendo atacar a vitória em etapa com outro à-vontade. Costuma ir de menos a mais, rendendo bastante melhor no final das Grandes Voltas.
Possíveis surpresas
Dan Martin já venceu neste local em 2011, será motivador mas com um cenário de corrida muito atacada será uma questão do irlandês se defender e aguentar até ao final onde poderá aproveitar a sua boa ponta final. Wout Poels está a acabar bem a Vuelta, em crescendo, tem liberdade e alguma explosão, necessária para este tipo de final. Entre os homens da classificação geral, talvez Felix Grosschartner se conseguia meter na luta mas a vitória é outra história, só em condições muito especiais. Para uma fuga, temos que ter em atenção a nomes como Michael Woods, Mattia Cattaneo, Ion Izagirre, Marc Soler e o incansável Guillaume Martin.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Clement Champoussin e Sepp Kuss.