Pausa na luta pela classificação geral, com os sprinters a ter a última oportunidade nesta Vuelta! Com o abandono de Wout van Aert quem será o mais forte?

 

Percurso

Pela região da Cantábria, a etapa de amanhã da Vuelta arranca de Arnuero e, logo a abrir 1400 metros a 8,3%. Uma subida que irá provocar ataques para a fuga no entanto depois seguem-se mais de 40 quilómetros planos, muito pode mudar. Até ao quilómetro 69 na etapa estão localizadas as dificuldades do dia, primeiro o Alto de La Estranguada (5,5 kms a 8,7% mas com os últimos 2500 metros a 14%) e o Alto del Caracol (7,1 kms a 6,6%). Duas subidas não muito extensas mas bastante duras. No topo da última subida ainda restam 70 quilómetros para a chegada e, apesar de alguns pequenos topos, o terreno é muito mais acessível. O final da etapa é em Santander, uma chegada em muito ligeira descida, o que irá proporcionar grandes velocidades por parte dos ciclistas que estiverem na luta pelo triunfo.



Táticas

O abandono de Wout van Aert veio mudar muito esta etapa. Em teoria, teríamos, quase de certeza, uma chegada ao sprint porque tanto Visma|Lease a Bike como Alpecin-Deceuninck tinham intenções com os seus homens rápidos. Neste momento, só sobra Kaden Groves, um dos dois ciclistas a vencer etapas ao sprint ainda presente. Tudo isto deixa a seguinte questão: será que alguém vai ajudar a Alpecin-Deceuninck sabendo que a equipa belga tem o ciclista mais rápido em prova?

O mais fácil seria endurecer a corrida e colocar ciclistas na fuga do dia, as hipóteses de vencerem nesse cenário são mais elevadas do que num sprint onde, só com uma falha ou erro de Groves o mesmo pode ser derrotado. Será um enorme braço de ferro entre a Alpecin-Deceuninck e as restantes equipas. A única que vemos a poder ajudar a formação do agora camisola verde é a Israel-Premier Tech que, desde sempre, assumiu querer vencer uma etapa com Corbin Strong. Outro ponto a favor de uma possível chegada ao sprint é o facto de ser a derradeira oportunidade para os homens rápidos presentes.

 

Favoritos

Kaden Groves já soma duas vitórias na Vuelta e, agora sem Wout van Aert, ainda é mais favorito. O australiano quererá vencer uma etapa com a camisola verde vestida, de forma a dar mais ênfase à sua conquista. Tem o comboio mais forte da competição, está a subir bem, tem tudo o que é necessário para chegar à terceira vitória nesta edição da prova.

Mathias Vacek tem sido uma das revelações desta Vuelta, destacando-se no contra-relógio como em finais ao sprint em grupos reduzidos. O checo é um ciclista bastante completo, tem aqui uma etapa perfeita para entrar na fuga e, aí sim, será sempre dos ciclistas mais rápidos. Ter um companheiro de equipa na fuga seria importante, para controlar os ataques.

 

Outsiders

Alguém que foi capaz de derrotar Groves foi Pavel Bittner. O ciclista checo está em território desconhecido, nunca fez tantos dias de competição, mas se sofreu tanto nas montanhas da Vuelta até este momento, é porque quer aproveitar as oportunidades. Não estará tão fresco, mas numa etapa relativamente calma e com um final acessível, conquistar nova vitória na Grande Volta espanhola não é impossível.



Corbin Strong já soma dois pódios no entanto nunca esteve perto de vencer. O ciclista da Israel-Premier Tech chegou em boa forma, tem uma equipa focada em si para este tipo de etapas e não nos admirávamos que tentassem endurecer a corrida, para desgastar os sprinters mais puros. Em velocidade de ponta não é tão rápido como os seus rivais, sabe que tem de surpeender e aproveitar as dificuldades.

Se há um ciclista atacante que encaixa na perfeição nesta etapa é Victor Campenaerts. O belga venceu uma etapa ainda mais difícil no Tour deste ano, também na terceira semana, o que demonstra que rende muito nesta fase das Grandes Voltas. Sem medo de atacar de longe, Campenaerts é, para além de um bom contra-relogista, alguém com uma boa ponta final. Falta-lhe um triunfo na Vuelta para completar o palmarés nas 3 Grandes Voltas.

 

Possíveis surpresas

Em caso de sprint, já não há muitos puros sprinters presentes. A Intermarché-Wanty continua com o seu duo em prova. Caso ultrapasse as dificuldades montanhosas, Arne Marit é o candidato, o belga é um ciclista rápido, principalmente num pelotão já sem grandes homens rápidos consegue destacar-se. Caso fique para trás, a equipa belga pode apostar em Vito Braet. Pau Miquel tem sido uma agradável surpresa, o ciclista da Kern Pharma tem somado diversos top-10, está a confirmar-se como um sprinter de bom nível. Arjen Livyns e Carlos Canal devem imiscuir-se no sprint final, terminar no top-10 já seria um bom resultado para ambos.



Stefan Kung e Kasper Asgreen entram na mesma categoria de Campenaerts, são mais dois motores impressionantes, se os deixam ir para a frente são muito difíceis de apanhar. Asgreen já sabe o que é ganhar nesta fase de uma Grande Volta. Sem Wout van Aert, a Visma vai tentar a fuga e Edoardo Affini é a aposta certa, um contra-relogista que tem melhorado muito a sua ponta final, pode ser um perigo. Jhonatan Narvaez tem tentado muito, a vitória ainda não apareceu, amanhã tem nova oportunidade. Por fim, atenção a nomes como Jasha Sutterlin, Riley Sheehan e Mauro Schmid.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Antonio Jesus Soto e Filippo Baroncini.

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