A 3ª e última semana de competição abre com uma duríssima chegada em alto. Teremos Egan Bernal a colocar, novamente, todos em sentido ou conseguirá alguém fazer frente ao maglia rosa?

Percurso

Esta curta 3ª semana de Volta a Itália começa com uma das chegadas em alto mais duras da competição. Os primeiros 55 kms são quase sempre a descer, provavelmente serão feitos em cerca de 1 hora, o que vai implicar que a fuga provavelmente tenha ciclistas muito possantes, a menos que a mesma surja apenas na contagem de 3ª categoria que está ao km 58.



Depois se cerca de 80 quilómetros em descida ou planos aparece o Passo san Valentino, o problema é que a subida final é tão dura que não devem surgir grandes ataques aqui. São 14,8 kms a 7,6% com o miolo bastante duro, quase nunca baixando dos 8%. A descida é pronunciada e algo técnica, já vimos algumas ofensivas em descida neste Giro.

A chegada em alto é terrível, na Sega di Ala, que totaliza 11400 metros a 9,7%, uma média que é estragada pelos 1400 metros finais a 5,2%. O 8º quilómetro da subida tem nada mais nada menos que 17,4%.

 

Tácticas

Depois desta etapa só haverá mais 2 grandes oportunidades para fazer diferenças na montanha e agora irá começar um Giro diferente. No pelotão sente-se que será impossível bater Egan Bernal, tal a superioridade do colombiano. Portanto, irá começar a jogar-se um Giro diferente, a lutar pelo pódio, pelo top 10.



Ciclistas como George Bennett, Dan Martin ou Davide Formolo vão querer entrar em fugas para subir ao top 10, Simon Yates e Romain Bardet (em clara subida) vão querer atacar o pódio. Tanto a BikeExchange como a DSM ainda têm algum poder de fogo e podem endurecer a corrida.

A Ineos não vai desgastar-se a apanhar a fuga, Bernal tem tudo controlado, já ganhou 2 etapas, não há necessidade para mais. A menos que outras equipas se cheguem à frente não é impossível que mais uma escapada resulte. O grupo pode ser bastante aleatório e não será constituído só por trepadores, aqueles primeiros 55 quilómetros são para ciclistas possantes.

 

Favoritos

Antonio Pedrero já nos tinha impressionado e voltou a fazê-lo na etapa 16, foi o melhor da fuga se retirarmos João Almeida da equação. Está a melhorar comparativamente aos outros e o facto da Movistar querer a classificação colectiva (está no 5º posto) vai querer colocar 2 ou 3 elementos na escapada (Cataldo e Nelson Oliveira são perfeitos para ajudar Pedrero).



A subida de Sega di Ala é muito parecida ao Zoncolan. Aí o que mais de perto seguiu Egan Bernal foi Simon Yates, amanhã irá estar um clima muito melhor e a subida final é melhor para Yates. A BikeExchange tem um conjunto de bons trepadores (Nieve, Kangert, Schultz) e vai tentar colocar os rivais de Yates para o pódio em dificuldades. Se o britânico se focou na 3ª semana é bom demonstrá-lo.

 

Outsiders

Uma equipa com muitos e bons roladores é a Alpecin-Fenix, que pode perfeitamente concentrar-se em torno de Louis Vervaeke, para conseguir colocar o belga na fuga. Vervaeke tem mostrado boa forma, está longe na geral e a Alpecin-Fenix já ganhou e está sem pressão.

Koen Bouwman já esteve muito próximo do triunfo, foi o último a ser ultrapassado por Egan Bernal aquando da primeira vitória do colombiano. Aos 27 anos já tem a experiência necessária para integrar a fuga certa e para além disso é bastante completo, podendo beneficiar disso.



Caso os candidatos à geral lutem pela etapa aí Egan Bernal tem de ser considerado um candidato. Se a Ineos-Grenadiers puder conquistar uma 3ª etapa sem muito fazer por isso seria ouro sobre azul, mas não acreditamos que a equipa britânica parta com esse objectivo, ali reina o pragmatismo.

 

Possíveis surpresas

A Trek-Segafredo vai tentar estar na fuga, tem a liderança da classificação colectiva a defender. Gianluca Brambilla e Bauke Mollema serão os corredores com essa tarefa, ambos com possibilidades de vitória caso a escapada resulte. Simon Carr andou a poupar-se para esta 3ª semana, resta saber se tem liberdade. A equipa ainda tem Bettiol para estar ao lado de Carthy e como a subida final é muito inclinada os gregários não ajudarão assim tanto. Dan Martin pode ter liberdade para integrar a fuga e seria o tudo ou nada do irlandês, que está a 5 minutos do top 10 e ainda tem de ganhar mais tempo por causa do contra-relógio, o mesmo aplicando-se a George Bennett. Sem Buchmann o duo da Bora-Hansgrohe composto por Matteo Fabbro e Felix Grossschartner também tem de tentar algo, ambos estiveram muito desaparecidos neste Giro. Uma chegada em alto é a melhor hipótese para Jan Hirt, o checo é muito mau em descidas, só que entrar na fuga será um grande problema, talvez o sprinter Andrea Pasqualon o consiga ajudar com isso. Victor Lafay e Lorenzo Fortunato já ganharam neste Giro, mas parecem ainda ter energia e vontade para mais, não podem ser subestimados. Olho ainda em Michael Storer, Tanel Kangert e Matteo Badilatti, caso lhes seja concedida liberdade.



 

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são Hugh Carthy e Jefferson Cepeda.

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