Uma etapa de média montanha no País Basco parece ser mais uma oportunidade para uma fuga ou será que os ciclistas da geral têm outros planos?

 

Percurso

Já se sabe que no País Basco não há etapas fáceis e este é um bom exemplo disso, apesar de não haver propriamente alta montanha os ciclistas têm algumas dificuldades para ultrapassar e há cerca de 2700 metros de acumulado. Vamos ver até que ponto uma subida de 3 kms a 6,5% logo ao quilómetro 24 não ajuda a definir a escapada do dia, porque depois mais dificuldades só a partir do quilómetro 70, onde há uma contagem de 2ª categoria. A principal subida do dia, uma contagem de 1ª categoria, está localizada a 45 kms da meta e tem 5,6 kms a 8,3%, mas até final ainda 3 colinas, cada uma delas com cerca de 2 a 3 kms a 5%, a última delas bem dentro dos últimos 10 kms e antecede a descida para a meta.



 

Tácticas

Primeiro que tudo, está prevista alguma chuva para a parte da manhã, o que pode tornar esta jornada ainda mais dura, viu-se hoje as dificuldades do pelotão para apanhar a fuga também por causa desse factor. Creio que esta tirada é bem mais dura do que a de hoje e vai ser mais complicada de controlar, se a fuga se formar cedo e sem ameaças para a classificação geral é normal que as equipas dos favoritos tenham um dia bem mais tranquilo com outra escapada a resultar. O Puerto de Herrera está bem longe da meta e acho que todos vão querer guardar cartuchos para os últimos 3 dias, é uma boa oportunidade para os ciclistas ofensivos que não estejam à vontade com chegadas em alto.

 

Favoritos

Quinten Hermans – Ao contrário de outros corredores hoje não poupou forças, esteve a trabalhar para Kaden Groves, ainda assim acho que não terá muita influência para a etapa de amanhã, vejo o belga como um candidato muito forte, é muito poderoso nas colinas, inteligente e frio a ler a corrida e tem uma boa ponta final.

Stefan Kung – O suíço começou muito bem esta Vuelta, a partir da primeira semana esteve um pouco apagado e recentemente tem estado no apoio a David Gaudu. Provavelmente o francês nem irá necessitar muito amanhã e Kung pode ter a liberdade de procurar uma vitória em etapa.

 

Outsiders

Filippo Zana – Ciclista muito forte nestas jornadas que mais parecem clássicas e que até agora tem estado eficaz a entrar em fugas, de lembrar que foi muito importante na vitória de Dunbar e 2º em Lagos de Covadonga, considero que é um nome a ter em conta também num grupo reduzido.



Victor Campenaerts – Um corredor que normalmente se apresenta muito forte na terceira semana das Grandes Voltas porque tem marcadas 2 ou 3 etapas no livro de prova e acredito que nesta Vuelta ele tinha os olhos na etapa de hoje, e bem tentou, e na jornada de amanhã. Tem o grande objectivo de completar a vitória de etapa no trio de Grandes Voltas.

Jhonatan Narvaez – É aquela aposta que serve para vários cenários, de todos os puncheurs aqui presentes o equatoriano é daqueles que sobe melhor, e num grupo de 20 a 30 unidades é dos que sprinta melhor, esta polivalência permite-me vê-lo a poder ganhar em alguns cenários.

 

Possíveis surpresas

Ion Izagirre – Hoje perdeu muito tempo possivelmente a conservar forças para um derradeiro assalto na tentativa de salvar a Vuelta da Cofidis. Está no País Basco, joga em casa, num território que já lhe deu muitas alegrias e conhece muito bem estas estradas.

Mathias Vacek – Tem sido uma das confirmações desta Vuelta, hoje o checo encolheu-se um pouco no sprint devido às condições da estrada, no entanto é alguém que passa bem a montanha e tem uma boa ponta final.

Kasper Asgreen – Não costuma deixar as Grandes Voltas sem deixar a sua marca, especialmente na última semana, onde é um grande especialista. Ainda não se viu propriamente nesta Vuelta, nunca se pode descartar para um dia destes.

Mauro Schmid – Bem que o suíço tem tentado, hoje voltou a tentar a sua sorte, infelizmente levou com ele 2 corredores que não o ajudaram na parte final e a perseguição da Alpecin foi feroz, parece ainda manter alguma frescura física e amanhã pode ser a última chance.



Brandon McNulty – Um rolador exímio que já teve os seus azares e que parece recuperado da aparatosa queda que teve, a UAE vai continuar a procurar vitórias em etapa e não se coíbe de colocar 2 ou 3 elementos na frente da corrida.

Marco Frigo – De todos os elementos de uma muito ofensiva Israel-Premier Tech acho que o italiano é que tem as melhores características para esta etapa e finalmente poderemos ver a equipa a trabalhar para um corredor que muito já deu em prol do colectivo.

Harold Tejada – Um repetente em escapadas, vai querer lá estar certamente para tentar consolidar o pódio na classificação por pontos, não o vejo a ganhar.

Filippo Baroncini – É o elemento mais rápido e mais poderoso de uma UAE Team Emirates que certamente vai estar ao ataque, finalmente parece não estar apoquentado pelas muitas lesões que teve, tem estado envolvido nos sprints finais com resultados aceitáveis.

Mauri Vansevenant – Até ao final da Vuelta não vai desistir, apesar de parecer que já lhe estão a faltar um pouco as pilhas nesta fase da prova.

Sven Erik Bystrom – Tem estado um pouco desaparecido nos últimos tempos, mas em boa forma é nome para surpreender.

 

Super-Jokers

Os nossos super-Jokers são: Oier Lazkano e Jesus Herrada

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