Segundo chegada em alto consecutiva e última grande etapa de montanha do Tour! Depois da muito bem disputada etapa de hoje, teremos novo duelo entre os principais candidatos?

 

Percurso

A última etapa de montanha do Tour tem 3500 metros de desnível concentrados em 130 kms, uma última oportunidade para os trepadores antes do contra-relógio final. Os primeiros 77 kms são em ligeiro falso plano, deverá ser uma longa luta para definir a fuga do dia, as 2 contagens de 4ª categoria não são duras o suficiente para isso.



Surge então o Tourmalet, com 17 kms a 7,4%, uma subida que tem uma inclinação média mais baixa por os primeiros 4 kms não passam dos 5%, a partir daí os 10 kms finais são a cerca de 9%, dá para fazer muitas diferenças a cerca de 2000 metros de altitude. A descida é longa e algo técnica, com cerca de 20 kms, antes da subida final em Luz Ardiden. Tem 13,4 kms a 7,5%, com um miolo bastante duro, com 4 kms a 8,5% e um final menos complicado, com os 1400 metros finais a 6,5%.

 

Tácticas

Hoje a UAE Team Emirates não tinha absoluta necessidade de perseguir esta fuga e ir aumentando o ritmo no pelotão, mas fê-lo porque Tadej Pogacar queria a etapa e o esloveno conseguiu isso mesmo, não obstante já ter conquistado 1 jornada e ter uma vantagem de mais de 5 minutos na geral. Isso pode perfeitamente voltar a ocorrer amanhã, principalmente pensando que a etapa é mais curta que hoje e tem menos 1 subida, se Pogacar se sentir bem, porque não ocorrer o mesmo filme? É a última etapa de montanha e não há grande risco envolvido nisso.



Ainda por cima o esloveno e a equipa poderão ter agora um novo objectivo, a camisola da montanha. Graças ao triunfo de hoje, Pogacar está apenas a 11 pontos de Wout Poels, que não o consegue acompanhar na alta montanha. A UAE vai querer uma fuga como a de hoje e o início é acessível para conseguir isso. Para alcançar este objectivo não pode permitir que Wout van Aert, Michael Woods, Nairo Quintana ou Wout Poels estejam na frente.

Em termos de classificação geral não vemos muitas equipas capazes ou com capacidade de fazer esse trabalho, talvez a EF Education-Nippo, mas o tempo perdido por Uran hoje foi um mau sinal e o pódio está cada vez mais longe. O’Connor esteve sólido e gosta deste tipo de subidas, talvez a Ag2r Citroen tente alguma coisa.

 

Favoritos

Será o hat-trick do patrão do Tour? Tadej Pogacar tem estado intocável na montanha e não mostra sinais de parar. Hoje lançou vários ataques que não fizeram Carapaz e Vingegaard descolar, mas respondeu prontamente sempre que foi testado e ganhou. É o mais explosivo dos 3 e esperamos que no mesmo cenário ganhe novamente, com a camisola da montanha à vista.



Depois do dia mau que teve devido a problemas gástricos David Gaudu tem estado em crescendo e bastante bem. O francês está em 11º da geral e vai querer subir a top 10, para isso precisa de um Bruno Armirail e de Valentin Madouas num bom dia. Gaudu vai tentar a fuga e se não resultar tem liberdade a partir dos favoritos, a Groupama-FDJ tem de endurecer a corrida para maximizar as diferenças, Lutsenko, por exemplo, parece em perda.

 

Outsiders

Richard Carapaz hoje jogou de forma muito fria, mas nem assim conseguiu desfeitear Pogacar. Ainda assim o equatoriano parece em crescendo e conseguiu responder às acelerações e conta com um Jonathan Castroviejo que está a provar novamente que é um gregário de luxo.

A esperança de Enric Mas entrar no top 5 terminou hoje, portanto o normal é que Miguel Angel Lopez tenha mais liberdade amanhã, numa etapa com subidas ao seu jeito, e também tendo em conta que o colombiano tem dado alguns sinais de melhoria. Um triunfo em etapa de Lopez salvaria, de certa forma, o Tour da Movistar.



Um triunfo em etapa seria o coroar de um Tour de sonho para Jonas Vingegaard, o dinamarquês tem surpreendido pela regularidade na alta montanha e hoje resistiu sempre firme. Pogacar poderá eventualmente “oferecer” a vitória a Vingegaard em determinadas circunstâncias, se o 2º posto for suficiente para a classificação da montanha.

 

Possíveis surpresas

Se a etapa for disputada entre os ciclistas da classificação geral não estamos a ver muitos nomes capazes de bater Pogacar, talvez Ben O’Connor ou Pello Bilbao, se o trio maravilha se ficar a marcar mutuamente. Depois temos a categoria dos corredores que até poderiam ganhar da fuga, mas têm companheiros a proteger na geral, falamos de Alejandro Valverde, Sepp Kuss, Sergio Higuita, Rafal Majka ou Emanuel Buchmann. Nomes a considerar são sempre os ciclistas na luta pela montanha, nomeadamente Wout Poels e Michael Woods. Por fim, alguns ciclistas que poderão ganhar desde a fuga do dia serão Mattia Cattaneo, Ruben Guerreiro e Jakob Fuglsang.



 

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são Pierre Rolland e Esteban Chaves.

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