Após muito sofrimento, os homens rápidos da Vuelta voltam a ter uma oportunidade para brilhar. Teremos Kaden Groves novamente a levantar os braços?

Percurso

Depois da tempestade vem a bonança para os sprinters, etapa praticamente plana e perfeita para os homens rápidos que resistiram às dificuldades montanhosas desta Vuelta. 177 quilómetros sem grandes dificuldades com a emoção guardada para o final.

Falando do final, e tal como o resto da etapa, muito simples, a última viragem acontece a 2300 metros do fim. Longa reta da meta, estrada larga, perfeita para um sprint em potência.

 

Táticas

Nas Grandes Voltas o pelotão chega a esta fase bastante cansada e por vezes com as equipas dos sprinters muito desfalcadas. A juntar a isto esta é a última chance para ciclistas que não sejam candidatos ao sprint e para ciclistas de média montanha, assumindo que em Madrid será para sprinters e que no Sábado será para corredores da geral/alta montanha devido à dureza da orografia.



Nas últimas provas de 3 semanas esta tendência tem-se acentuado, foi assim no Giro e no Tour. Olhando para as equipas dos homens rápidos, se a Alpecin ainda tem Groves irá certamente trabalhar, mas com só 5 companheiros, não conseguirão perseguir a fuga sozinhos. A DSM é, na minha opinião, a mais interessada nesta etapa, ainda não ganhou nada nesta Vuelta e tem em Dainese uma excelente opção se conseguir uma boa colocação.

O mesmo se pode aplicar à EF, só que Marijn van den Berg não é um puro sprinter, podem apostar no facto de ainda não terem ganho etapas. Aular já não está por cá e nota ainda para a Arkea-Samsic com Hugo Hofstetter, que pode dar uma mãozinha. As mais interessadas numa escapada vencedora serão Burgos-BH, Caja Rural, Astana e Ag2r, são formações que têm de dar tudo para uma fuga resultar. Diria que a probabilidade de dar um sprint ronda os 80/90%.

 

Favoritos

Kaden Groves – Tem sido o dominador dos sprints até agora, já leva 2 vitórias em etapas e tem a camisola por pontos no bolso. Continua com o “core” do seu comboio e nos dias em que não ganhou foi por má colocação ou problemas no sprint.

Alberto Dainese – O italiano pode ser o salvador desta Vuelta para a DSM, Bardet e Poole têm estado perto, mas ganhar no Sábado vai ser muito complicado. Dainese tem experiência em Grandes Voltas e sabe o que é preciso fazer nestas circunstâncias.



 

Outsiders

Juan Sebastian Molano – Um dos sprinters mais fortes aqui, sem sombra de dúvida, mas está muito dependente do timing de lançamento e da capacidade de Rui Oliveira, a estratégia deverá ser resguardar-se até ao momento que o português ache certo.

Milan Menten – A Lotto ainda está com a equipa toda, Menten tem o seu comboio intacto e vai tentar fazer valer isso amanhã. Como é um sprinter que até passa bem montanhas pode ter conservado alguma energia extra nas jornadas mais duras.

Dorian Godon – A minha aposta para a fuga, a Ag2r sabe que não ganha com Vendrame, deve tentar colocar alguém por lá e o francês é muito combativo, rola bem e já venceu em corridas de 3 semanas.

 

Possíveis surpresas

Filippo Ganna – Sem ciclista para a classificação geral vai ter liberdade plena e já mostrar que, não sendo um especialista, pode perfeitamente fazer pódio.

Edwards Theuns – O belga estuda os finais como poucos e por isso costuma colocar-se muito bem, mas constantemente tem mostrado que lhe falta um pouco de explosão e capacidade física, sendo poderia até já ter ganho.



Geoffrey Soupe e Dries van Gestel – Um já ganhou (com alguma sorte à mistura), outro tem sido consistente nos top 10’s, veremos qual será a aposta.

Marijn van den Berg – Já passaram os dias de média montanha, vai ter de ser um triunfo arrancado a ferros, a acontecer. O holandês não é um puro sprinter e acho que isso pode passar factura.

Hugo Page – Um pouco sem comboio nesta fase, está dependente de Boy van Poppel para a colocação, e até é dos melhores lançadores aqui presentes.

Ivan Garcia Cortina – Um corredor enigmático, nunca se sabe quando vai aparecer no seu melhor, apreciaria um pelotão mais reduzido.

Casper Pedersen – Muito cuidado com o dinamarquês, que apesar de normalmente ser lançador, tem uma ponta final temível, não seria uma surpresa completa vê-lo a levantar os braços. Na maioria dos outros sprints estava um pouco preso a Evenepoel.

Andrea Vendrame – Corredor muito regular, não o vejo a fazer top 5, top 10 é possível.

Jesus Ezquerra – Finalizador decente, muito experiente e combativo, pode tentar ir para a fuga inclusivamente.

David Gonzalez – Sem Orluis Aular vai concentrar as atenções da equipa, mas não é tão bom como o venezuelano na colocação, apesar de ser mais um puro sprinter.

 

Super-Jokers

Os nossos super-jokers são: Boy van Poppel e Stefan Bissegger.



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