Regresso das chegadas em alto na Vuelta! Penúltima etapa de montanha da competição, será desta que Ben O’Connor vai perder a liderança?

 

Percurso

De Logroño a Moncallvillo distam 173,5 quilómetros, em mais uma chegada em alto desta Vuelta. Os primeiros 90 quilóemtros são relativamente acessíveis, sempre em ligeira subida até ao Puerto de Pradilla (5,3 kms a 4,9%). Estamos a cerca de meio de etapa e, a partir daqui, terreno bastante rápido. Longa descida, pequena subida, mais uma longa descida e, num instante os ciclistas começam a subir muito ligeiramente até ao sopé da subida final para o Alto de Moncalvillo. 8600 metros a 8,9%, uma subida que vai de menos a mais já que os últimos 5600 metros têm uma média superior a 10%.





 

Táticas

Penúltima etapa de montanha da Vuelta, penúltima oportunidade para os trepadores fazerem diferenças. Para muitos é, uma das últimas chances de lutarem pela vitória, visto que a etapa de sábado é muito mais dura. Como tal, esperamos um início de corrida rapidíssimo, na luta pela formação da fuga. Os puros trepadores não terão tarefa fácil, este não é o seu terreno, terão de ter ajuda dos seus companheiros.

Se a fuga se formar bastante tarde, pode dar ideias ao pelotão de a perseguir e, no final, lutar pela vitória. Mas quem irá perseguir a fuga? Já vimos que a Red Bull-BORA não o vai fazer, já venceu duas vezes e agora só está focada e conseguir a camisola vermelha. Pela Decahtlon-AG2R a fuga também pode chegar. Restam a EF Education e a Movistar, são as equipas que tê mostrado mais ambição e que acreditam que os seus líderes ainda podem subir lugares na classificação geral.

 

Favoritos

Chegamos ao dia quem Primoz Roglic assalta a camisola vermelha! Apenas 5 segundos separam o esloveno da liderança, até agora tem parecido em controlo e chega a uma subida que já venceu. Tudo isto deve motivá-lo para mais uma grande exibição, escudado de uma equipa que sabe o que fazer em cada momento.





A Jayco AlUla tem tentado em muitas fugas, amanhã pode ser o dia de voltar a vencer. Filippo Zana deve ser a aposta para amanhã, um trepador muito competente que, por norma acaba bem as Grandes Voltas. Foi 2º em Covadonga, uma subida ainda mais dura que esta, o que são bons indicadores.

 

Outsiders

Quanto mais avançamos numa Grande Volta, melhor para Richard Carapaz. O equatoriano está a melhorar, a ambição está presente, quer terminar no pódio e, para isso, sabe que tem de atacar. Se há ciclista que não tem medo de o fazer é Carapaz.

Se Enric Mas ainda sonha com a vitória na Vuelta tem de atacar amanhã. Temos visto uma versão bastante ofensiva do espanhol, ele que tem demonstrado grande disponibilidade física, principalmente nas montanhas mais longas. Um corredor de 3 semanas, entramos no território de Mas que sabe que tem de chegar sozinho para vencer.



Max Poole tem sido um dos ciclistas mais ofensivos da Vuelta, já esteve em 5 fugas e conseguiu 3 pódios. Apesar de tudo, a vitória ainda não apareceu, o britânico já merece. O início plano até o beneficia, face a outros trepadores e a sua equipa está focada em colocá-lo na frente. É um ciclista explosivo para as rampas finais.

 

Possíveis surpresas

Entre os homens da classificação geral, é difícil pensar que a vitória possa fugir a um dos três nomes já referidos. David Gaudu tem mostrado uma regularidade que há muito não víamos, terá alguma liberdade para atacar pois já está atrasado. Mattias Skjelmose e Carlos Rodriguez estão numa luta muito intensa pela classificação da juventude, esse é o primeiro objetivo mas se virem que conseguem discutir a etapa não vão desperdiçar a oportunidade. Skjelmose é o mais explosivo dos dois, não o podemos descartar.

A UAE Team Emirates vai, com toda a certeza, estar na fuga, não só em busca de mais uma vitória mas também por causa da classificação da montanha. Jay Vine e Marc Soler são as setas apontadas. Em teoria, Vine era a melhor aposta no entanto o australiano não parece muito forte e, assim, é Soler quem parece ter mais hipóteses. Pablo Castrillo ainda tem uma pequena hipótese, só que para o espanhol o mais importante é vencer nova etapa, seria algo histórico. Carlos Verona já tentou por várias vezes, encontra sempre alguém mais forte, veremos se consegue estar na fuga certa. O início plano não favorece as características de Matthew Riccitello, o pequeno norte-americano irá precisar da ajuda dos seus colegas de equipa se quiser estar na frente. Eddie Dunbar já venceu, corre com menos pressão e hoje mostrou estar a acabar bem a Vuelta. Lorenzo Fortunato e Jack Haig são excelentes alternativas aos nomes já referidos, têm estado algo discretos, talvez guardando energias para as últimas etapas de montanha.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Cristian Rodriguez e Einer Rubio.



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