Após as primeiras curtas diferenças, é tempo para a primeira etapa em linha da competição. A Serra da Arrábida marcará a parte final e poderá ser palco dos primeiros ataques dos favoritos.

 

Percurso

A primeira etapa em linha da Volta a Portugal de 2021 parte de Torres Vedras, ao lado do Museu Joaquim Agostinho. Ainda antes dos 15 quilómetros surge a subida de Sobral de Monte Agraço (4 kms a 4,5%), antes de mais de 130 quilómetros planos, onde as metas volantes de Alenquer, Arruda dos Vinhos e Palmela serão os pontos de interesse.



As dificuldades voltam a aparecer a 19 quilómetros do fim, com o aparecimento da Serra da Arrábida (6,5 kms a 4,8%). Esta é uma subida feita por patamares, primeiro 1300 metros a 10%, depois uma fase de falso plano e os últimos 1600 metros têm 8,4% de inclinação média.

Segue-se uma descida muito rápida e pedalável até Setúbal, com um pequeno alto já bem perto da meta (1000 metros a 4,4%).

 

Táticas

Nos últimos anos, por várias vezes o pelotão tem terminado em Setúbal, ultrapassando a Serra da Arrábida nos quilómetros finais. Em 2016 venceu Daniel Mestre (num grupo de 28 ciclistas), em 2017 foi Raul Alarcon a chegar isolado (11 segundos para um grupo de 10 ciclistas) e no ano passado foi António Carvalho a triunfar (ao sprint num grupo de 16 ciclistas).

Estamos no começo da Volta a Portugal, todos os corredores estão ainda com muita força. Alguns trepadores poderão testar as suas pernas amanhã, e se sentirem os seus rivais em dificuldades poderão forçar, no entanto ainda com tanta montanha pela frente, esta é uma oportunidade para os puncheurs e sprinters mais completos presentes na prova.

 

Favoritos

Luís Gomes deve estar a esfregar as mãos com esta etapa. O ciclista português foi um dos destaques do ano passado, onde ganhou uma etapa e a classificação por pontos. Com tanta montanha, amanhã é uma jornada importante para si. Tem tudo para passar a Arrábida com os melhores, tem César Fonte e Henrique Casimiro se for necessário fechar espaços, e conta com uma ponta final excelente.



Daniel Freitas é, dentro dos sprinters, aquele que mais facilmente pode passar a subida final. O boavisteiro é um corredor muito rápido e, nas últimas temporadas, tem demonstrado uma capacidade muito forte a subir. Contará com muitos corredores no seu apoio, a RP-Boavista tem um bloco muito forte.

 

Outsiders

Um dos grandes destaques até agora no calendário nacional foi Mauricio Moreira e o uruguaio abriu a Volta a Portugal a todo o gás, ao ser 2º. O ciclista da Efapel está em grande forma, consegue fazer de tudo um pouco e tanto o podemos ver a vencer ao sprint como com um ataque.

Um ciclista que pode surpreender com um ataque perto do final é Abner Gonzalez. O campeão porto-riquenho vem de dois grandes resultados, 5º em Castilla y Leon e 4º no Circuito Getxo, provas onde esteve bastante ofensivo. Bom trepador, pode aproveitar a possível superioridade da Movistar.



Daniel Mestre tem aqui uma etapa perfeita para si, resta saber se será chamado ao trabalho ou se a W52-FC Porto o irá proteger. Tudo depende da forma como a corrida seja feita, se for de uma forma mais tranquila, o alentejano tem tudo para estar na luta e repetir o triunfo de 2016.

 

Possíveis surpresas

Orluis Aular é um sprinter muito completo, aos poucos tem vindo a demonstrar na Europa o porquê da Caja Rural o ter contratado. Este ano, já conseguiu finalizar entre os melhores cjegadas ao sprint e etapas de montanha, veremos se se apresenta bem. Nos seus melhores dias, Rafael Silva é capaz de passar a Serra da Arrábida, ou no máximo perder pouco tempo. Numa chegada ao sprint será, certamente dos mais rápidos, e contará sempre com o apoio de Vicente Garcia de Mateos que, num cenário só com os principais candidatos é um perigo. Neste último cenário, nomes como o vencedor do ano passado António Carvalho, Tiago Antunes, Gavin Mannion e Gustavo Veloso têm que ser destacados. Nas equipas estrangeiras, olho para o duo da Movistar composto por Sergio Samitier e Hector Carretero, podem aproveitar a superioridade, e Laurens Huys. A superioridade também pode ser importante para Joni Brandão e João Rodrigues, que numa corrida bastante atacada podem triunfar.



 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Gonçalo Carvalho e Adria Moreno.

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