Primeira etapa em linha e uma longa ligação leva os ciclistas da Área Metropolitana de Lisboa até ao Alentejo, perto da fronteira com Espanha. Será alguém capaz de desfeitear os sprinters presentes na Volta a Portugal?

 

Percurso

A primeira etapa em linha da Volta a Portugal tem partida em Vila Franca de Xira, um dia com 193,5 quilómetros e que não conta com muitas dificuldades até à chegada a Elvas. Os primeiros 100 quilómetros têm metas volantes em Vendas Novas e Arraiolos e uma contagem de 4ª categoria em Montemor (2,2 kms a 3,6%).

Sem dificuldades de maior, o terreno fica mais “torto” na segunda metade, aquando da passagem por Estremoz. A 20 quilómetros do fim surge nova contagem de montanha, em Vila Boim (3 kms a 3,6%), antes de uma última meta volante já em Elvas.

Rapidamente os ciclistas vão chegar aos 5000 metros finais, depois de uma curta descida. A chegada a Elvas é em ligeira subida, com os derradeiros 1800 metros a praticamente 3%. O quilómetro final tem a passagem por duas rotundas, a 700 e 300 metros da chegada.

 

Tácticas

Espera-se um final ao sprint e há várias equipas interessadas nesse desfecho. A Glassdrive/Q8/Anicolor até pode dar uma mãozinha na perseguição, mas algumas das principais formações que deverão encetar a perseguição são a Euskaltel-Euskadi e a Java Kiwi. Nenhuma equipa tem propriamente um grande comboio formado, as ausências de última gora de Luís Mendonça, Daniel Freitas, Francisco Campos e Leangel Linarez vão fazer-se sentir neste terreno e nos quilómetros finais.

 

Favoritos

Um final em ligeira subida é música para os ouvidos de Juan José Lobato, que em toda a sua carreira foi um especialista neste tipo de terreno, como se viu por exemplo na Volta ao Alentejo ao longo dos anos. Lobato continua um ciclista extremamente irregular, só que hoje pareceu-nos em bastante boa condição física e como a Euskaltel-Euskadi não vem propriamente com grandes protegidos para a geral pode dedicar-se a um bom comboio.




Um sprint neste terreno ligeiramente duro também é excelente para o espanhol Xavier Canellas, o melhor corredor da modesta Java Kiwi Atlantico. Em princípio não terá grande ajuda na parte final, mas Canellas já é relativamente experiente com os seus 25 anos de idade. Recentemente obteve excelentes resultados em grupos reduzidos, nomeadamente o pódio obtido no Circuito de Getxo, face a algumas equipas do World Tour.

 

Outsiders

Nas provas nacionais Rafael Silva tem sido um dos sprinters mais consistentes do ano, já obteve 1 vitória e uma mão cheia de pódios, tendo subido claramente de nível em 2022. Agora resta passar isso para a estrada na Volta a Portugal e saber se não gastou demasiados cartuchos no início da temporada. Francisco Campos seria um potencial grande lançador, tarefa essa que agora deverá pertencer a Pedro Andrade.

A Volta a Portugal costuma trazer o melhor de Luís Gomes à tona. O ciclista da Kelly/Simoldes/UDO foi o vencedor da classificação por pontos em 2020 e 2º nessa classificação em 2021, estando constantemente entre os 10 melhores até nas chegadas em pelotão compacto. A ligeira dureza neste final é boa para ele, que terá de escolher a roda certa na preparação do sprint.




Uma equipa com capacidade para agarrar este final com unhas e dentes e controlar o pelotão nos últimos quilómetros é a Glassdrive/Q8/Anicolor se assim o pretender, até possivelmente para colocar os seus líderes para a geral. Isso pode traduzir-se, com as rotundas à mistura para o comboio perfeito para Fábio Costa, um jovem puncheur com um potencial tremendo, que teria a sua Volta a Portugal feita se conseguisse ganhar em Elvas.

 

Possíveis surpresas

Oscar Pelegri tem sido constantemente a escolha da Burgos-BH para sprintar e o espanhol que correu em Portugal alguns anos conhece bem as estradas e o pelotão. Ainda não obteve nenhum pódio este ano, mas o nível de sprinters não é assim tão alto. Desde Fevereiro que César Martingil não fica nos 3 primeiros de uma corrida, o ciclista da Rádio Popular-Paredes-Boavista mantém uma excelente explosão e precisa de uma boa colocação, aí Tiago Machado poderá ser crucial, já que Daniel Freitas não está. Foi aposta de José Santos precisamente para estes momentos. Com Vicente de Mateos mais guardado para a geral, os sprinters devem ficar a cabo de Tomas Contte. O argentino preferia ainda mais dureza ou um pelotão mais reduzido, sendo capaz de ficar nos 5 primeiros. Muito cuidado com João Matias, algumas vezes no top 5 em etapas este ano, a Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados tem dos melhores comboios aqui presente, com Angel Sanchez, Gonçalo Amado e António Barbio disponíveis visto que não há nenhum grande líder para a geral. As equipas norte-americanas são perigosas e Scott McGill tem sido a escolha da Wildlife este ano para sprintar, sabem que esta é a grande chance de vitória nesta Volta, são estas etapas. De resto, a escolha da Hiper Europa para sprintar deverá ser o espanhol Pablo Alonso e olho no britânico Max Walker, que também fez top 10 hoje.

 

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são: Rafael Reis e Rodrigo Caixas.

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