Lisboa recebe a partida da Vuelta 2024 com um contra-relógio de 12 quilómetros entre Belém e Oeiras, quem vai ficar com a camisola vermelha depois deste esforço?

Percurso

A Grande Partida da Vuelta dá-se em Lisboa, mais concretamente na Praça do Império. 12 quilómetros de esforço individual, sempre pela Estrada Nacional 6, num percurso muito rápido, sem grandes subidas nem curvas. Longas retas até à chegada a Oeiras, mais concretamente no Forte de Santo Amaro de Oeiras, onde irá ser coroado o primeiro camisola vermelha da Vuelta.

Tácticas

O traçado é quase ideal para os puros roladores, 12 quilómetros praticamente planos e quase sem curvas, portanto resta saber como vai estar o vento e o clima. O vento vai estar predominantemente de Norte e o percurso é Este-Oeste na sua maioria, portanto o vento estará essencialmente de lado. O vento ficará mais intenso ao longo do dia, podemos ver os maiores favoritos a partir mais cedo para evitar a “nortada”.

Favoritos

Joshua Tarling – 3º nos Mundiais, campeão europeu da especialidade, 4º nos Jogos Olímpicos, o jovem britânico tem aqui um dos objectivos da temporada, logo na sua estreia em Grandes Voltas. A Ineos-Grenadiers tem uma boa oportunidade para virar a página depois de um Tour para esquecer e Tarling é uma lufada de ar fresco.

Wout van Aert – O belga já disse publicamente que estes primeiros dias são um objectivo para as suas ambições pessoais, é onde vai ter mais liberdade face à liderança de Sepp Kuss e mesmo que não ganhe, quer a liderança depois na chegada a Castelo Branco. Espero um Wout van Aert mais próximo do seu melhor nível na Vuelta.

Outsiders

Brandon McNulty – Aparentemente está num grande momento de forma, surpreendeu nos Jogos Olímpicos com um top 5 no contra-relógio e integrou o grupo da frente em San Sebastian. De recordar que o norte-americano ganhou o esforço individual no UAE Tour, que tinha uma quilometragem semelhante.




Jay Vine – Tem sido superlativo nos contra-relógios este ano e mostrou na Vuelta a Burgos que já está com uma boa condição física não obstante a queda grave que teve há uns meses. O australiano foi pai recentemente, terá motivação extra e é perigoso em contra-relógios desta distância.

Mattia Cattaneo – A aposta mais arriscada, é um ciclista algo inconsistente e que por vezes consegue resultados inesperados em provas com esta distância, veja-se a Volta a Polónia no ano passado. A Soudal-Quick Step prepara bem estes momentos e tem bom equipamento.

Possíveis surpresas

Stefan Kung – Não tem sido a melhor temporada do suíço e não mostra sinais de melhorar muito, têm sido meses complicados e esta distância e este traçado não ajudam a sua causa.

Victor Campenaerts – Nos últimos anos tem descurado um pouco a preparação dos contra-relógios, prefere apostar nas clássicas ou em fugas para obter os seus triunfos, mas no Tour até mostrou bons resultados nesta especialidade, é preciso ter olho.

Primoz Roglic – Estará com alguma falta de ritmo competitivo, no entanto esta distância é muito boa para as suas características, apesar de preferir claramente mais dureza na orografia.

João Almeida – É muito competitivo neste tipo de esforços, tal como Roglic e os homens da geral gostaria de algumas colinas para quebrar o ritmo dos especialistas, num dia muito bom fará pódio ou top 5.

Edoardo Affini – Se este contra-relógio fosse há 2 ou 3 anos estaria entre os favoritos tendo em conta o percurso e a concorrência, só que o italiano tem desiludido bastantes vezes nos últimos tempos. Sabe que tem aqui a grande chance de vitória.




Nelson Oliveira – O ciclista português é um motor a diesel que tem algumas dificuldades nestes esforços de 15 minutos, um pouco explosivos demais para as suas características, um top 10 será objectivo realista.

Mattias Skjelmose – Já obteve bons resultados nestas distâncias e supostamente terá aqui o grande objectivo da temporada, não seria uma surpresa completa se fizesse top 5.

António Tiberi – Fez top 10 em todos os contra-relógios que realizou deste género este ano, é um corredor consistente, um bom rolador.

Mathias Vacek – Considero o checo um bom outsider para o pódio, claramente deu um grande salto evolutivo este ano e impressionou na Volta a Noruega com um pódio num contra-relógio de 12 quilómetros apenas atrás de Soren Waerenksjold.

Bruno Armirail – Um bocadinho à imagem de Cattaneo, é um pouco inconsistente e não está tão adaptado a este tipo de esforço, no entanto por vezes saca bons resultados quase do nada.

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são: Thibaut Guernalec e Oier Lazkano

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