Está na hora do Giro 2023! A “Corsa Rosa” arranca com um conta-relógio individual que marcará as primeiras diferenças na classificação geral. Quem será o primeiro líder?

 

Percurso

Esta Volta a Itália começa com um contra-relógio individual de quase 20 quilómetros para separar já as águas entre os principais ciclistas. O traçado divide-se em 2 partes muito básicas, os primeiros 17 kms são completamente planos e quase sem curvas, ideal para os grandes motores, mas há que guardar energias para os últimos quilómetros, com 1 colina de 1200 metros a 5,2% e um ligeiro falso plano posteriormente até à meta.



 

Tácticas

Um esforço individual destes no início de uma corrida de 3 semanas beneficia mais os puros especialistas face aos candidatos da geral, um contra-relógio a meio de uma Grande Volta iguala mais a balança. A colina não é muito inclinada e com 16 kms antes isso favorece imenso os corredores mais possantes. As condições atmosféricas são quase perfeitas para a prática da modalidade, temperaturas a rondar os 20 graus, sem chuva, pouco vento e condições quase iguais para todos os ciclistas. Isto torna-se particularmente relevante porque as previsões apontam para um ligeiro vento frontal a rondar os 10 km/h.

 

Favoritos

Filippo Ganna – Tem a oportunidade de fazer o hat-trick. Hat-trick de vitórias em etapas inaugurais no Giro, repetindo assim os sucessos de 2020 e 2021. Certamente a camisola rosa é um objectivo e o traçado na primeira parte faz lembrar San Benedetto del Tronto, que Ganna costuma dominar. A colina não é inclinada, o transalpino tem tudo para debitar watts incríveis.

Remco Evenepoel – Preparou este Giro como poucos, veio agora de altitude depois de ser derrotado na Volta a Catalunha por Roglic. Se olharmos para os seus contra-relógios em 2022 fica ainda mais candidato, destruiu a concorrência na Vuelta, fez pódio nos Mundiais, ganhou na Suíça e mesmo no Tirreno-Adriatico só perder por 11 segundos para Ganna, será que consegue igualar mais o jogo com a colina final?

 

Outsiders

Stefan Kung – Não me parece ter sido a melhor preparação possível, animicamente não chegará a 100% porque as clássicas voltou a ficar às portas do pódio. Depois disso descansou um pouco e fez algum treino específico, veremos se foi suficiente porque este traçado assenta-lhe bem e na Volta ao Algarve mostrou que está muito bem nesta especialidade.

Josef Cerny – Entra na categoria de corredores possantes e sabemos que está em boa forma, surpreendeu a concorrência no recente Tour de Romandie. Sabe que poderá não ter outra oportunidade destas e não está a subir nada mal, não pode ser colocado fora das cogitações para a vitória.



Primoz Roglic – Acho que para ganhar precisava de mais dificuldades, de um perfil ligeiramente diferente. O esloveno sabe que tem de estar a 100% para a última semana, aqui não se vai ganhar o Giro, ainda assim não acho impossível que faça pódio. Desde que não tenha um mau dia está constantemente no top 3 de contra-relógios em Grandes Voltas.

 

Possíveis surpresas

Edoardo Affini – No papel tem um perfil muito semelhante a Filippo Ganna e o percurso é bom, joga em casa, tem muito a jogar a seu favor. Mas os resultados têm sido muito desapontantes, ainda não fez nenhum contra-relógio este ano e em 2022 em todos os que participou ficou fora top 10.

João Almeida – Os recentes indicadores no contra-relógio não são famosos, está focado na terceira semana e o traçado é muito plano para ele, um top 10 na etapa já seria um bom resultado.

Brandon McNulty – Chega com muita rodagem, sempre foi um bom especialista e impressionou no traçado do Tirreno-Adriatico num traçado completamente plano, como não vem com o pensamento completmanente na geral pode ter trabalhado nesta vertente.

Jay Vine – Porque não? Começou o ano a voar e a surpreender nos Nacionais de contra-relógio e se vem ao Giro é porque está em condição física para isso. É uma enorme incógnita.

Daan Hoole – Há ciclistas que de repente dão o salto e o gigante holandês já mostrou a espaços do que é capaz. É daqueles ciclistas que preparou este dia como se uma uma clássica, foi um enorme especialista nas camada jovens.



Andreas Leknessund – A DSM tem por vezes grandes surpresas positivas, corredores que se revelam quase do nada, veja-se Storer ou Max Poole. Leknessund não é bem do nada, mas tem vindo a melhorar para este objectivo e o norueguês é poderoso o suficiente para fazer um bom crono.

Will Barta – Vem com um 5º lugar obtido no recente contra-relógio do Tour de Romandie, para além de bom rolador a colina não lhe meterá medo nenhum, é um especialista completo.

Rohan Dennis – Desistiu da Romândia quando supostamente até ia liderar a equipa, a condição física não parece suficiente neste momento para lutar pelos primeiros lugares.

Ben Healy – Sabe que tem de dar tudo nestes primeiros dias, depois pode pagar factura, não é um reconhecido especialista, o que é certo é que numa distância semelhante foi 3º numa prova italiana apenas atrás de Hepburn e Cavagna.

Bruno Armirail – Sólido candidato a um top 10.

Ineos-Grenadiers – Geraint Thomas terá como pico de forma a 3ª semana, Tao Hart defende-se bem e está em boa forma, mas não é incrível, Thymen Arensman é dos 3 aquele que é mais inconstante, aquele que mais dúvidas levanta e aquele que tem um tecto mais alto, não seria impossível fazer um pódio ou top 5 e não seria uma surpresa ficar fora do top 10.

Lennard Kamna – A grande surpresa do contra-relógio inaugural do Tirreno-Adriatico (também muito ajudado pelas condições) e tem feito bons esforços individuais, vai recuperar tempo na colina e quem sabe ganhar já vantagem numa possível luta interna face a Vlasov.

Ilan van Wilder – Escudeiro de Evenepoel, será importante estar na discussão da corrida o maior tempo possível para também colocar pressão sobre os rivais. Foi 7º no contra-relógio da Volta ao Algarve no início do ano.

 

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são: Mads Pedersen e Michael Matthews.



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