A última grande etapa de montanha! A derradeira chance para os trepadores fazerem diferenças! Num dia onde se espera muito espetáculo, estarão os favoritos interessados em discutir a etapa?



 

Percurso

Com as energias já em baixo e após 19 dias de competição, estes 194 kms recheados de montanha têm potencial para muitas diferenças. Haverá certamente aquecimento para o Cima Campo, com 18,7 kms a 5,9% a abrir a jornada. Apesar de muito longe do final o Passo Manghen, com 18,9 kms a 7,6% pode ser palco de alguns ataques, principalmente porque tem 6 kms a 10% mesmo no final.

A 60 kms do final temos o Passo Rolle, é uma montanha longa, com 20600 metros, mas não muito íngreme, com 4,7%. Novamente é a parte final que é a mais complicada, com 6600 metros a 6,5%. O final em Croce d’Aune é muito curioso, primeiro há 11,1 kms a 5,5% que abrem com rampas a 9%, há uma longa fase de descanso e a parte final tem 4,1 kms a 8,3%, com rampas terríveis de 16%. Depois os ciclistas descem alguns quilómetros antes de 6,9 kms a 7,3%, que coincidem com a meta. Há várias rampas acima dos 10% e não há fases de descanso.

 

Tácticas

Temos visto uma sucessão de fugas triunfar nos últimos dias, isso dificilmente irá acontecer amanhã, é a última chance para os trepadores fazerem diferenças antes do contra-relógio. A Mitchelton já prometeu atacar de longe e a Astana deve fazer o mesmo. Nibali tem de ameaçar seriamente Carapaz, mas com o pódio em jogo não pode ter uma atitude kamikaze.

O que Lopez mostrou hoje é verdadeiramente impressionante e a Astana irá mexer logo no Passo Manghen, colocar Izagirre, Hirt ou Bilbao na frente e acelerar no pelotão para Lopez fazer a ponte e pode ter Yates como grande ajuda. A corrida a partir daí seguirá rebentada e pode haver alianças referentes ao top 10 ou à camisola branca.

 

Favoritos

Miguel Angel Lopez tem de estar nesta categoria, veja-se como ele terminou a Vuelta 2018 e como ele hoje fez a subida final. Ao estar relativamente longe na geral terá alguma liberdade de ataque e conta com uma das melhores equipas que aqui está na montanha.



A Mitchelton-Scott hoje ganhou e não seria descabido que amanhã voltasse a festejar, Mikel Nieve é um daqueles puros trepadores que aparece sempre na 3ª semana e caso Simon Yates não esteja nas melhores condições terá carta branca para procurar a etapa. Ganhou a 20ª etapa do Giro em 2018 e adora percursos com muito acumulado.

 

Outsiders

Hugh Carthy tem sido uma das sensações dos últimos dias, o desconcertante britânico está às portas do top 10 na geral e terá de fazer algo de diferente para conseguir entrar nos 10 primeiros. A EF Education First conta com Tanel Kangert e Joe Dombrowski para o auxiliar na alta montanha.

Mikel Landa esteve nas últimas jornadas ao serviço de Richard Carapaz, mas quando teve alguma liberdade aproveitou-a. Pode ser esse o caso amanhã se Carapaz sentir que a camisola rosa está assegurada, deixando assim Landa procurar o pódio já que precisa de roubar tempo a Primoz Roglic antes do esforço individual.

Vincenzo Nibali já logrou grandes reviravoltas, será capaz de mais uma amanhã? Uma coisa é certa, o Tubarão de Messina tentará de tudo e com gregários como Damiano Caruso e Domenico Pozzovivo tudo se torna mais fácil. Nibali sabe que nem sequer precisa de ficar com a rosa, teoricamente é mais forte que Carapaz no Domingo.



 

Possíveis surpresas

Se os adversários se desgastarem muito e a Movistar conseguir neutraliazar todas as ofensivas Richard Carapaz pode culminar um excelente Giro com mais um triunfo em etapa. Roglic não parece com a capacidade na alta montanha de ameaçar os melhores trepadores, Simon Yates vai certamente tentar de longe após um Giro desapontante e Rafal Majka procurar voltar aos melhores momentos. Entre os ciclistas da fuga Giulio Ciccone tem boas hipóteses caso a Trek o liberte de gregário de Bauke Mollema, corredores como Fausto Masnada, Valentin Madouas e Bob Jungels devem tentar de novo. E muito cuidado com Ivan Sosa, que ainda não apareceu realmente neste Giro.

 

Super-Jokers

Os nossos super-jokers são Joe Dombrowski e Jan Hirt.



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