Última oportunidade de retoques na classificação geral e mais uma incursão acima dos 2000 metros de altitude. A organização alterou o percurso e agora só há 59 kms a percorrer. Será Bernal capaz de segurar a amarela e Alaphilippe o pódio?

Percurso

É um traçado relativamente semelhante ao de hoje, uma etapa de 130 kms e que vai mais uma vez acima dos 2000 metros de altitude. Depois de 14 kms relativamente planos os ciclistas entram no Cormet de Roseland, que tem 20 kms a 6%. É uma montanha irregular, com 3 fases de descanso e alguns quilómetros acima dos 9%, é um desafio interessante e depois do Cormet de Roseland já a corrida deve estar aberta

Entre o Cormet de Roseland e a subida final para Val Thorens há o Cote du Longefoy, numa posição algo estranha será quase impossível vermos aqui grandes ataques, até porque tem 6,2 kms a 7,3% e há algum medo do que se segue.




Principalmente porque a ascensão final tem 33 kms a 5,4% e é especial precisamente por ser das poucas subidas do Tour que superam 1 hora. Não é excessivamente dura em termos de inclinação, não muitas vezes passa dos 8%, mas nesta altura da corrida com tanto desgaste e com tanto cansaço tem potencial para fazer uma mossa incrível.

Parece bem a etapa certo? Bom, os deslizamentos de terras voltaram a fazer das suas e é impossível passar no Cormet de Roseland. Sendo assim, vamos ter 25 kms planos e depois a subida de Val Thorens, totalizando 59 kms, praticamente uma crono-escalada.

Tácticas

A corrida mudou hoje. A Team Ineos está na frente e com o poderio demonstrado por Egan Bernal os adversários praticamente sentem que é impossível retirar o colombiano e, principalmente, a Team Ineos da frente, já que Geraint Thomas está logo ali. É verdade que não é uma Ineos do outro Mundo, Kwiatkowski e Moscon estão uns furos abaixo do habitual, mas mesmo assim van Baarle, Castroviejo e Poels têm estado a um bom nível. Alaphilippe está em quebra e amanhã pode perfeitamente sair do pódio, então com 2 subidas de 20 quilómetros ou mais pela frente isso é muito provável.




Portanto uma das grandes lutas poderá estar no pódio. Assumindo que Alaphilippe continua a perder tempo na montanha e que Thomas mantém o nível, Steven Kruijswijk e Emanuel Buchmann podem garantir amanhã o melhor resultado da carreira. E a Jumbo-Visma, com Laurens de Plus e George Bennett pode ser uma das protagonistas procurando deixar Alaphilippe para trás, e o mesmo se aplica com a Bora-Hansgrohe, com Muhlberger e Konrad.

Movistar e EF Education First têm de tentar algo de longe com Uran e Landa, num grupo grande que tenha vários colegas de equipa (Soler, Woods, Amador) e entre Porte, Barguil, Valverde e Quintana 1 deles ficará fora do top 10 se nada de anormal acontecer. Outra luta interessante será a classificação da montanha entre Bardet, Caruso, Yates, Quintana e o próprio Bernal, já que Val Thorens dá imensos pontos. Wellens simplesmente não parece ter pernas para lutar com eles na alta montanha.

Favoritos

Com a sua abordagem altamente analítica e pragmática não acreditamos que a Team Ineos vá propriamente com o pensamento de ganhar a etapa neste penúltimo dia com a camisola amarela ali tão perto mas as circunstâncias da corrida podem a que os primeiros da geral discutam a etapa. Nesse caso e com uma ajudinha de equipas com outros interesses não seria de admirar ver uma vitória em etapa de Egan Bernal, que hoje parecia destinada a acontecer.




É quase certo que tal como tem acontecido nos últimos dias um grupo relativamente grande se destaque nos quilómetros iniciais e que Simon Yates esteja lá. O britânico tem agora como objectivo a classificação da montanha, já ganhou etapas e o seu irmão Adam está longe de estar em boa forma. Sendo assim, é de esperar que a Mitchelton aposte tudo na fuga.

Outsiders

Vincenzo Nibali já deu um ar de sua graça hoje e amanhã vai arriscar tudo, para ele e para muitos outros é a derradeira oportunidade. Ao contrário de alguns não tem a preocupação da camisola da montanha, o que lhe pode permitir poupar algumas energias face a esses rivais.

Caso as pernas o permitam poderemos ver Geraint Thomas ao ataque na última subida, com o galês a procurar marcar uma posição e garantir o 2º lugar, caso Bernal não esteja em problemas. Cenário de ouro para a Ineos seria Thomas ganhar a etapa e Bernal ficar com a geral.




Seria poético vermos amanhã David Gaudu levantar os braços depois do que aconteceu ao seu líder Thibaut Pinot hoje. A Groupama-FDJ sairá amanhã à procura de algo mais que o normal, com motivação extra e o jovem Gaudu tem potencial de triunfar.

Possíveis surpresas

Consideramos que entre os primeiros classificados da geral só mesmo aqueles entre o 6º e o 10º, particularmente Mikel Landa e Rigoberto Uran, têm potencial para triunfar para além dos ciclistas da Ineos. Mas têm que entrar com alguma vantagem na última subida e atacar de longe. Há vários candidatos à fuga, casos de Guillaume Martin, Damiano Caruso, Romain Bardet estará certamente lá a defender a liderança da camisola das bolinhas. Lennard Kamna tem sido uma boa surpresa neste Tour e é a maior esperança para salvar o Tour da Sunweb. A Astana procura o mesmo com Alexey Lutsenko e Pello Bilbao em evidência. Por fim olho em Roman Kreuziger, Giulio Ciccone, Dylan Teuns, Simon Geschke e Serge Pauwels.

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são: Nairo Quintana e Steven Kruijswijk.




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