Dia para os ajustes finais na classificação geral do Tour de France! Com a vitória final definida, salvo algum infortúnio de Jonas Vingegaard, continuarão Wout van Aert e a Jumbo-Visma a espalhar magia?
Percurso
Dia de contra-relógio individual, num total 40 500 metros! Longo esforço individual que pode ser dividido em duas fases, os primeiros 32 500 metros mais planos, tendo apenas 3 pequenas mas muito pouco inclinadas subidas e os derradeiros 8 quilómetros com descidas e subidas.
O Côte de Magès (1 600 metros a 4,7%) inicia-se a 6,1 quilómetros do fim, rapidamente é ultrapassado, segue-se uma descida de 2 500 metros até ao sopé do Côte de l’Hospitalet (1 800 metros a 6,2%), subida que leva à meta em Rocamadour.
Tácticas
Um contra-relógio no final de uma Grande Volta é sempre um teste às poucas forças que os ciclistas já têm, ainda para mais depois de um Tour a uma velocidade alucinante, onde por vezes até chegar dentro do controlo foi um grande desafio. Pequena vantagem, eventualmente, para quem poupou algumas energias nos últimos dias ao não integrar as fugas que se formaram.
Favoritos
Wout van Aert é daqueles que não se poupou minimamente, principalmente ontem, mas o belga parece ser capaz de tudo neste momento. Para um corredor com o peso e constituição física do belga, o que fez ontem foi extraordinário, ainda está em forma e fresco. Já tem muita experiência nestes casos, ganhou o contra-relógio final do Tour em 2021 depois de uma Grande Volta que também foi extremamente desgastante.
O seu principal rival deve ser Filippo Ganna, um daqueles ciclistas que mal se viu durante esta última semana e que, possivelmente, ainda tem algumas reservas para um esforço destes. O italiano é algo irregular, mas tem um bom registo nestes contra-relógios no final de Grandes Voltas, ganhou o do Giro 2020 com uma clareza incrível e triunfou também no final do Giro 2021.
Outsiders
Stefan Bissegger foi dos corredores que mais preparou os contra-relógios, nomeadamente o de abertura. Entre a chuva e as quedas que sofreu tudo correu mal e depois disso tem vindo a pensar especificamente nesta jornada. O suíço prefere esforços mais curtos, resta saber se ainda tem as pernas para competir contra os melhores do Mundo aqui.
Um ciclista que está na mesma condição que Stefan Bissegger é Yves Lampaert. O experiente belga surpreendeu tudo e todos no contra-relógio de abertura e também já mostrou que consegue defender-se em esforços mais longos, perdeu o campeonato belga por apenas meio minuto face a Remco Evenepoel, um dos melhores do Mundo. Não vemos Lampaert com capacidade para ganhar, o pódio é muito possível.
Stefan Kung chegou ao Tour em grande forma e desapontou logo na jornada inaugural. Desde então esteve a proteger David Gaudu e apenas esteve em 1 fuga que resultou, curiosamente a mesma de Filippo Ganna. Desde a etapa 14 que tem estado muito calmo e não tem entrado em loucuras. É o actual campeão europeu e nos 2 contra-relógios do Tour 2021, ambos longos, foi 2º e 4º.
Possíveis surpresas
Teoricamente, este é um bom contra-relógio para os ciclistas da geral pela sua capacidade de recuperar entre esforços, a questão é que a classificação está virtualmente decidida. Um ou outro até pode fazer top 5, mas Geraint Thomas e Jonas Vingegaard não vão arriscar nada nas viragens porque não têm nada a ganhar e Tadej Pogacar, para além disso, estará condicionado pela queda de ontem A INEOS Grenadiers tem alguns ciclistas bons nesta especialidade, mas que já não são puros especialistas, falamos de Dylan van Baarle e Jonathan Castroviejo. Bob Jungels tem mostrado ainda alguma frescura e anda bem em contra-relógios longos e estamos muito curiosos sobre a performance de Brandon McNulty, o norte-americano apareceu em grande forma nesta última semana. Olho nos corredores da EF Education-EasyPost, tanto Alberto Bettiol como Jonas Rutsch são capazes de um brilharete ocasional, que neste caso seria o top 5. Aleksandr Vlasov, Bauke Mollema e Daniel Martinez melhoraram a sua performance nesta última semana e por isso mesmo são bons candidatos a um top 10 neste esforço individuual, têm um bom histórico nesta especialidade. Olho, ainda, para o top 10, em Neilson Powless, Felix Grossschartner e Mattia Cattaneo.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Benjamin Thomas e Andreas Leknessund.