Três semanas depois, o Giro d’Itália chega ao seu término com um contra-relógio individual em torno de Verona. Com Jai Hindley praticamente com a Grande Volta no bolso, quem levará de vencida a última etapa do Giro?
Percurso
Verona acolhe o grande final desta edição do Giro, com um curto contra-relógio de 17,4 kms em torno da cidade transalpina. Após 4500 metros planos, os ciclistas iniciam a subida de Torricella Massimiliana (4,1 kms a 5,4%).
Lá em cima encontra-se o ponto intermédio e, até ao final restam somemte 7900 metros, sendo 4,3 kms em descida e os últimos 3,6 kms em planos até à meta situada no centro da cidade, na Piazza Brà.
Favoritos
Mathieu van der Poel não abandonou o Giro e se ainda está em competição é porque tem algum objetivo e esse é o contra-relógio final. O neerlandês está em grande forma, tem sido uma constante nas fugas das etapas de montanha, hoje não foi excepção. Longe de ser um especialista, Van der Poel já mostrou do que é capaz, ainda por cima num percurso com várias curvas, subida não muito dura e uma descida.
Seria excelente para o ciclismo italiano, um corredor transalpino fechar o Giro com um triunfo. Matteo Sobrero tem tido uma evolução muito positivo nas últimas temporadas, ele que encaixa na perfeição neste esforço individual. A subida só o vem beneficiar, e, depois de ter estado perto na 2ª etapa, amanhã pode ser o grande dia da carreira do campeão italiano.
Outsiders
Outro italiano com grandes possibilidades de vencer é Edoardo Affini. É certo que o ciclista da Jumbo-Visma preferiria um percurso totalmente plano, a subida pode atrasá-lo um pouco, no entanto a forma interessa bastante no final de uma Grande Volta, as duas fugas nos últimos dias mostram que Affini ainda está fresco.
Se há um não especialista capaz de surpreender é Magnus Cort Nielsen. O dinamarquês é capaz de fazer de tudo um pouco, tem vindo em crescendo de forma e é um corredor já bastante habituado a fazer provas de 3 semanas. Após 20 dias de esforço, consegue render como poucos, bastante ver a última Vuelta.
Thymen Arensman é um corredor capaz de surpreender amanhã. O neerlandês teve uma quebra enorme no dia de ontem mas hoje recompôs-se e fez uma exibição sólida na fuga. Tem tido uma evolução bastante considerável no esforço individual e já no ano passado foi 3º no contra-relógio final da Vuelta. Tem a subida em seu proveito, veremos se o facto de ter estado em diversas fugas na última semana pode pesar nas pernas.
Possíveis surpresas
Um contra-relógio no final de uma Grande Volta leva sempre a algumas surpresas e, também, aos homens da classificação geral estarem na discussão da vitória. Pello Bilbao é um nome a destacar, o basco defende-se muito bem e a subida e, principalmente, a descida vêm beneficiá-lo. Tobias Foss está a fazer um Giro muito discreto, não esteve em fuga nos últimos dias, talvez poupando-se para esta etapa em especifico onde, se estiver bem, é um sério candidato. Wilco Kelderman quererá fechar o seu Giro e o da Bora-Hansgrohe em chave de ouro, juntando a etapa à mais que provável vitória final de Jai Hindley. Tem trabalhado muito nos últimos dias mas também já tem muita experiência de 3 semanas. Essa experiência falta a Ben Tulett, no entanto nunca podemos descartar o jovem britânico da INEOS Grenadiers. A sua equipa ainda não venceu a vem com o orgulho ferido. Lennard Kamna, Mauro Schmid, Jonathan Castroviejo, Thomas de Gendt e Lawson Craddock são ciclistas que se adaptam muito bem a este perfil de contra-relógio.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Mattias Skjelmose e Alessandro de Marchi.