Ao contrário do habitual, o Tour 2024 termina com um contra-relógio em Nice. Praticamente tudo está decidido, no entanto ainda há lugares que podem ser alterados. Quem irá levar a melhor na derradeira etapa?

 

Percurso

33 700 metros para terminar a Volta a França deste ano. Partida do Mónaco, com passagem por estradas onde se disputa o Grande Prémio de Fórmula 1, um curto aquecimento de 2 quilómetros para La Turbie (8,2 kms a 5,7%), uma subida bastante regular. No topo, 11 quilómetros estão ultrapassados, curta fase de planalto e descida até ao Col d’Eze (1600 metros a 8,8%). Subida curta mas muito íngreme, que pode fazer diferenças, é preciso saber gerir o esforço.



Atingido o topo, ficam a faltar 16 quilómetros. 3 quilómetros de plano, 9 quilómetros de descida até ao ponto intermédio já em Nice, e derradeiros 6 quilómetros planos com a corrida a terminar no Passeio dos Ingleses, um acabam todas as edições do Paris-Nice.

 

Favoritos

Remco Evenepoel é o campeão do Mundo da especialidade e quererá terminar o Tour com mais um triunfo. Não será fácil, para não dizer quase impossível, chegar ao 2º lugar mas enquanto à estrada à esperança. O belga adora este tipo de percursos ondulantes, onde consegue fazer diferenças a subir mas também nas partes mais rolantes. Será a confirmação de um grande Tour.

Terminar o Tour com mais um triunfo em etapa, porque não Tadej Pogacar? O esloveno estará mais que motivado para fechar a conquista da prova gaulesa com mais uma vitória e se há percurso onde é possível é este. A subir pode ganhar bastante tempo, que depois pode gerir na restante etapa. Treina nesta zona, conhece as estradas muito bem.

 

Outsiders

Culminar a sua estreia no Tour com uma possível vitória seria a cereja no topo do bolo para João Almeida. O português sempre foi um bom contra-relogista, sabe gerir muito bem o seu esforço e, para além disso, está a subir ainda melhor. Tudo vai depender da descida, no entanto tem a seu favor o facto de não ser técnica. Tem o 4º posto a defender.

Matteo Jorgenson está a terminar a Volta a França em grande forma, confirmando-se como um ciclista de 3 semanas. O norte-americano sempre se destacou no contra-relógio e, agora, subindo melhor que nunca, tem tudo o que é preciso para conseguir um resultado de relevo amanhã.



Em condições normais, Jonas Vingegaard era um dos principais candidatos a vencer este contra-relógio. Todos sabemos a forma como o dinamarquês voa nos esforços individuais do Tour, só que depois de uma prova tão desgastante não o vemos entre os primeiros. Hoje mostrou sinais muito positivos, nunca o podemos descartar.

 

Possíveis surpresas

Esta também foi a prova da confirmação de Derek Gee como um bom trepador. O canadiano destacou-se no Dauphine e confirmou no Tour que está melhor que nunca. Um bom contra-relogista que gosta destas subidas não muito longas nem muito inclinadas. Ainda pode subir lugares na geral, o que o motiva ainda mais. Num contra-relógio num final da grande volta, nem sempre a capacidade de rolar interessa, a capacidade de recuperação é muito importante e, por estes, leva a surpresas. Adam Yates é um exemplo disso, o britânico por norma já se defende bem no contra-relógio e com tanta subida é muito provável que esteja nos primeiros lugares. Richard Carapaz está a acabar o Tour em grande, não nos admiravamos de mais uma boa exibição. Entre os especialistas, Wout van Aert, Ilan van Wilder, Matteo Sobrero, Nelson Oliveira, Kevin Vauquelin e Bruno Armirail são os que podem dar mais luta, algo que mesmo assim nao se avizinha fácil.

 

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Simon Yates e Neilson Powless.

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