Antes da entrada na alta montaha, a Volta a Portugal termina em Castelo Branco, numa das raras oportunidades para os sprinters presentes.

 

Percurso

Na Volta a Portugal não há etapas fáceis e amanhã, não foge à regra. Apesar de tudo isto, a 2ª tirada é uma das mais fáceis. Até ao quilómetro 60 as dificuldades não existem, surgindo aí o Monte Paleires (4 kms a 5,3%). O terreno torna-se muito rápido até aos 50 quilómetros, onde aparecem 2 contagens de 3ª categoria.



A Serra de São Miguel (4 kms a 4,2%) e Retaxo Cebolais de Cima, que basicamente é um longo falso plano, com 13,3 kms a 2,3%, são as dificuldades, com a última a terminar a 23 quilómetros do fim. Como já é habitual nas chegadas em Castelo Branco a parte final empina ligeiramente e, para além disso, a chegada é bastante técnica. A juntar a tudo isto, o final é em empedrado.

 

Táticas

Se analisarmos bem os últimos 50 kms da etapa, estes são iguais à etapa 2 da Volta a Portugal 2017 e à etapa 3 da Volta a Portugal 2019, com a mesma sequência Serra de Rodão e Retaxo Cebolais de Cima. Nesses dois anos venceram Samuel Caldeira e Daniel Mestre, ambos ao serviço da W52-FC Porto e ambos em chegadas de pelotão compacto.

Com tão poucas oportunidades para os homens rápidos, não vemos as suas equipas a desperdiçarem esta chance, ainda para mais numa localidade com esta tradição. Algumas equipas estrangeiras têm aqui uma grande oportunidade e devem aliar-se às formações nacionais.

 

Favoritos

Iuri Leitão está a ser um dos destaques do pelotão nacional em 2021. Com 3 vitórias, incluindo 2 na Volta ao Alentejo, o sprinter da Tavfer-Measindot-Mortágua estará muito motivado para conseguir o triunfo mais importante da carreira. A formação de Mortágua quererá dedicar uma vitória a Pedro Silva e Iuri Leitão é uma das grandes hipóteses. A habilidade da pista será importante.



Enrique Sanz gosta de ganhar em Portugal, não fossem 6 das 9 vitórias que tem na carreira conseguidas em Portugal, uma delas na Volta de 2018. O final mais complicado favorece as características do espanhol que, este ano, já venceu no final em empedrado de Évora.

 

Outsiders

Conseguirá Daniel Mestre repetir o triunfo de 2019? Acreditamos que amanhã o alentejano será protegido pela W52-FC Porto pois esta é uma das poucas chances que tem para brilhar. Com Samuel Caldeira como possível lançador, tudo se poderá tornar mais fácil

David Gonzalez tem tido bastantes oportunidades nas corridas de escalão 2.1 e não tem desperdiçado. O espanhol prima pela regularidade, soma já 7 top-10 em 2021 e amanhã volta a ser um dos candidatos. Também se tem dado bem com os ares de Portugal.



Alex Molenaar está longe de ser um sprinter puro no entanto este ano está a imiscuir-se muito frequentemente nas chegadas rápidas e os resultados têm sido muito positivos, bastante ver hoje e nas primeiras etapas da Volta ao Alentejo. Tende a colocar-se muito bem e isso será fundamental,

 

Possíveis surpresas

No panorama nacional, Rafael Silva é um dos corredores mais regulares, só este ano tem 9 top-10, apesar da vitória só lhe ter sorrido por uma vez. O português preferiria uma etapa e uma chegada mais dura no entanto é certo que estará na luta e, com uma boa colocação, tudo será possível. Não fosse a queda sofrida na aproximação à Volta a Portugal e Tomás Contté estaria mais acima nesta lista. Com tudo isto, estamos mais cautelosos quanto às aspirações do argentino que, em condições normais, é um dos principais velocistas do pelotão português. Hoje chegou no grupo da frente por isso podem ser boas indicações por parte do vencedor do GP Abimota. Alastair Mackellar surpreendeu na primeira etapa do Troféu Joaquim Agostinho, poderá voltá-lo a fazer amanhã, numa equipa que veio a pensar nestes dias. Luís Gomes vai tentar imiscuir-se no entanto a chegada não é dura o suficiente para as suas características. Depois da fuga de hoje veremos como estará Carlos Salgueiro e se este estará pronto para a luta. Se não tiver que trabalhar, Luís Mendonça é mais um candidato, resta saber se, tal como hoje, o ciclista da Efapel será chamado a controlar a fuga. Por fim, olho em Christopher Latham, sprinter britânico da Swift Carbon, e Orluis Aular, alternativa a David Gonzalez na Caja Rural.



 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Lluis Mas e Tom Wirtgen.

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