Depois da primeira grande etapa de montanha, o pelotão da Volta a Portugal continua a dirigir-se para Sul, com os sprinters a terem a primeira oportunidade para brilhar.

Percurso

Partida de Santarém, um total de 164,5 quilómetros e sem grandes dificuldades. Apenas uma contagem de montanha ainda em Santarém e três metas volantes no Cartaxo, Almeirim e Vila Franca de Xira. Está já nos últimos 30 quilómetros.



A chegada a Marvila é algo complicada, especialmente o último quilómetro. Passada essa marca surge uma rotunda à direita, a 500 metros do fim outra curva a direita e depois nova curva a 200 metros do fim para a curta reta da meta. Para além destas dificuldades, o final é em ligeira subida.

 

Táticas

Numa Volta a Portugal tão dura, os sprinters têm que aproveitar todas as oportunidades que têm para brilhar. Esta é uma das poucas que vão ter até dia 4 de agosto e, por isso, não vemos as suas equipas a desperdiçarem e permitirem uma fuga ter sucesso. Por outro lado, a etapa de hoje já fez diferenças grandes, há muitos ciclistas atrasados, pelo que terão mais liberdade para atacar e estar na frente.

Há muitas equipas interessadas no sprint, principalmente, Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua, Caja Rural, Euskaltel-Euskadi, Project Echelon, Aviludo – Louletano – Loulé Concelho e APHotels & Resorts/Tavira/SC Farense. Só isto retira presença à fuga do dia e aumenta a força de perseguição no pelotão. O facto do final ser em ligeira subida faz com que o timing de lançamento do sprint seja calculado na perfeição.

 

Favoritos

Vencedor de duas etapas na edição transata, Leangel Liñarez quer começar a Volta deste ano da melhor forma. O venezuelano chega mais que motivado, com a camisola de campeão pan-americano envergada, e conta com um forte comboio para o apoiar, João Matias e César Martingil. Liñarez não teme um final em ligeira subida.



Daniel Babor foi o grande rival na edição transata e volta a marcar presença. O ciclista checo tem conseguido bons resultados sempre que vem correr a Portugal, triunfos na Grandíssima e na Alentejana, e conta com Tomas Barta como um lançador importante. Uma vitória bem cedo seria importante para começar a pensar em revalidar a conquista da camisola por pontos.

 

Outsiders

Scott McGill esteve uma vez na Volta a Portugal e venceu duas etapas, vem à procura de mais. O norte-americano está numa equipa focada em si e isso é fundamental para as etapas planas. Corredor bastante rápido, um dos mais regulares presentes, não terá medo do final em ligeira subida, já venceu dessa forma várias vezes ao longo da sua carreira.

A temporada pode não estar a ser muito positiva, no entanto Miguel Ángel Fernandez não deixa de ser dos sprinters mais importantes aqui presente. Os top-10 não abundam, falta-lhe ganhar confiança e um grande resultado para soltar a pressão. No ano passado foi dos mais regulares, esteve várias vezes perto e, numa Kern Pharma que procura a vitória, terá sempre algo apoio.

Tomas Contte tem as características ideais para este final, uma chegada em ligeira subida são boas notícias para o ciclista argentino do Aviludo-Louletano-Loulé Concelho. Já há vários anos em Portugal, Contte nunca conseguiu vencer na Volta a Portugal, algo que pretende mudar já amanhã. O apoio não é muito mas Nicolas Tivani será fundamental para o guiar, um ciclista já experiente.



 

Possíveis surpresas

Oscar Pelegri é sempre um ciclista regular e o facto do final ter alguma dificuldade só o vem beneficiar. Sabe o que é correr no pelotão nacional, é uma vantagem importante para a parte final da etapa. Andoni López de Abetxuko não tem tido o melhor 2024, os resultados não são de topo, regressa a uma prova onde começou a dar nas vistas enquanto elite. O jovem basco é um ciclista bastante rápido que prefere estes finais mais duros. Ainda nas equipas estrangeiras, terminamos com o duo da Illes Balears Arabay Cycling. Sergi Darder e Alex Molenaar são os nomes a ter em conta, acreditamos que aposta possa recair em Darder, numa etapa mais acessível o espanhol tem melhor ponta final.

Nas equipas nacionais, muito cuidado com Fábio Costa. O vencedor da Taça de Portugal adora os finais em subida e, este ano, atingiu um novo nível de regularidade. Francisco Campos tem sido um dos principais destaques da temporada nacional, sempre entre os melhores e já com várias vitórias, o sprinter da APHotels & Resorts/Tavira/SC Farense parte com confiança para atingir um bom resultado. Num final mais duro, a Rádio Popular/Paredes/Boavista olha para Francisco Peñuela como candidato, o venezuelano dá-se muito bem neste tipo de chegadas, não é um puro sprinter mas é muito explosivo. Luís Mendonça e Luís Gomes prefeririam uma etapa bastante mais dura, para cansar os puros sprinters, estar entre os melhores já será um bom resultado. Não podemos descartar que João Matias possa ser a aposta da Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua, vencedor de etapa na última edição.



Super-jokers

Os nossos super-jokers são Nicolas Tivani e César Martingil.

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