O segundo dia em solo neerlandês traz a primeira grande oportunidade para os sprinters. Quem será rei dos velocistas em Utrecht?

 

Percurso

O pelotão deixa Utrecht por umas horas, a etapa começa mais a sul na cidade de ‘s-Hertogenbosch para regressar ao local que acolheu o contra-relógio coletivo. Dia sem dificuldade, apenas existe uma curta contagem de montanha de 4ª categoria já na segunda metade da prova, que servirá para entregar a primeira camisola das bolinhas.



Regressando a Utrecht, os últimos 6 quilómetros são bastante técnicos. Duas rotundas com passagem pela esquerda levam aos derradeiros 4 quilómetros e à passagem por uma chicane e a uma curva apertada à esquerda. A 2400 metros surge nova curva, esta para a direta e, sendo que de seguida há, ainda, curva para a esquerda e para a direta, que levam à entrada do quilómetro final. A estrada não é em linha reta no entanto a viragem mal se nota comparado com o que já foi ultrapassado.

 

Tácticas

Será certamente um dia muito nervoso com a presença de estradas expostas e algum vento, ainda que não nos pareça o suficiente para destruir o pelotão. Com muita energia e muito medo das quedas, é provável que estas aconteçam, esperamos que não tenham uma grande influência na corrida.

Em relação a perseguir a fuga parece-nos que as 2 equipas que com mais probabilidade se devem chegar à frente serão a Alpecin-Deceuninck e a BikeExchange, pela aposta que estão a fazer em etapas ao sprint, não sendo de descartar uma pequena ajuda externa.



Estando no início de uma Grande Volta, gostamos sempre de analisar os principais e mais importantes comboios:

BORA-hansgrohe – Ryan Mullen, Jonas Koch, Danny van Poppel e Sam Bennett.

BikeExchange-Jayco – Luke Durbridge, Callum Scotson, Kelland O’Brien e Kaden Groves.

Trek-Segafredo – Daan Hoole, Alex Kirsch e Mads Pedersen.

UAE Team Emirates – Ivo Oliveira, Juan Molano e Pascal Ackermann.

Alpecin-Deceuninck – Jimmy Janssens, Gianni Vermeesch, Lionel Taminiaux e Tim Merlier.

 

Favoritos

Oportunidade de ouro para Tim Merlier e para a Alpecin-Deceuninck fazer novamente o pleno nas Grandes Voltas, de recordar que a formação belga também em 2021 ganhou no Giro, Tour e Vuelta. Merlier é o melhor puro sprinter aqui presente e tem uma etapa mesmo ao seu jeito, com uma formação que o apoia a 100% neste objectivo.

Kaden Groves até gostaria de alguma dureza, mas o sprinter australiano já provou este ano que mesmo em pelotão compacto é um corredor muito, muito perigoso. Será lançado por um jovem, ainda que tenha muita experiência na equipa com Durbridge e Hepburn à mistura.

 

Outsiders

Temporada para esquecer até agora para Sam Bennett, que ainda não mostrou o nível que nos tinha vindo a habituar nas últimas épocas, o irlandês ainda só tem 1 triunfo em 2022. Um factor muito importante é a presença de um comboio que se conhece muito bem, com Koch e Poppel, sendo que o holandês é o melhor lançador aqui presente. Como a Bora-Hansgrohe tem 3 possíveis ciclistas para a geral e 3 elementos no núcleo duro do comboio não deve colaborar muito na perseguição da fuga.

Gerben Thijssen já foi capaz de surpreender os nomes mais sonantes este ano, não nos admirava assim tanto que amanhã fizesse o mesmo, até porque será lançado pelo experiente Boy van Poppel. Ainda é algo inconsistente no posicionamento, se acertar é muito perigoso.



Pascal Ackermann caiu nos Europeus de estrada, mas não parece ter nada de grave e um factor muito favorável a favor do sprinter alemão é o comboio de grande qualidade composto por Ivo Oliveira e Juan Sebastian Molano, quando o colombiano acerta em cheio no lançamento é meia vitória para o germânico, que saiu confiante da Volta a Polónia.

 

Possíveis surpresas

Na análise das equipas questionámos se Mads Pedersen ainda tem pernas para andar a top nesta Vuelta, amanhã será um teste importante ainda que o dinamarquês esteja longe de ser um puro sprinter e de ter dias mais adequados para ele. Se vier com o pensamento na classificação por pontos, tem de estar no top 5. Num reduzido leque de sprinters não há muito mais nomes sonantes, tanto Bryan Coquard como Ethan Hayter preferem que o pelotão esteja reduzido a cerca de metade, Danny van Poppel é alguém a ter muito em conta se Bennett tiver algum problema. John Degenkolb já não tem a ponta de velocidade de algumas épocas atrás e um ciclista relativamente perigoso é o britânico Dan McLay, o top 5 é bem possível. O israelita Itamar Einhorn será o sprinter da Israel-Premier Tech e é muito improvável que Mike Teunissen tenha liberdade para sprintar.

 

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são Gotzon Martin e Jake Stewart.



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