Primeira etapa em linha desta Vuelta 2024 e os ciclistas saem da Área Metropolitana de Lisboa e percorrem parte da zona Oeste para terminarem em Ourém. Uma rara oportunidade para os sprinters, será que vai haver também mudança na camisola vermelha?

Percurso

A segunda etapa arranca pela manhã de Cascais e, logo a abrir, o Alto da Lagoa Azul, uma subida que deve ter muitos ataques, na luta pelos pontos da montanha. Terreno ondulante, com o pelotão a dirigir-se para o Centro de Portugal, com Alcobaça a ter um sprint intermédio ao quilómetro 140,5.

O Alto da Batalha, a 20 quilómetros do fim, é a dificuldade principal do dia, uma subida com 6900 metros a 3,3% mas que tem os primeiros 2 quilómetros a 7,1%. Atingido esse ponto, o percurso torna-se muito rápido e, em pouco tempo, os ciclistas irão chegar a Ourém para a disputa da etapa. O final é em ligeira subida, cerca de 2% de inclinação média.

Tácticas

Primeiro devemos ter a luta para entrar na fuga, ao haver uma contagem de montanha tão cedo deve abrir o apetite para as ProTeams, principalmente as espanholas, para obter esta honra e conseguir subir ao pódio final. Com as equipas dos sprinters ainda na plena força e com a maioria do traçado a ser afectado por vento frontal, não deve haver assim tanta vontade para disputar a etapa entre os fugitivos, pode haver o caso de, quem dispute, a primeira contagem de montanha, espere pelo pelotão.




Depois há a questão da primeira parte do Alto da Batalha, a subida em si não é muito dura, mas pode haver quem queira testar as águas nos 2 kms a 7,1%, nomeadamente a Visma para tentar distanciar ou acumular desgaste nos rivais de Wout van Aert.

Favoritos

Wout van Aert – É um corredor que cumpre muitos requisitos, é dos melhores sprinters aqui presentes, está motivado para conquistar etapas depois de falhar o Tour, passará melhor a última contagem de montanha do que os seus rivais mais directos e sabe que um triunfo é praticamente garantia de envergar a camisola vermelha, outro dos objectivos pessoais para esta Vuelta.

Kaden Groves – O australiano quer aproveitar esta oportunidade para dar a volta a uma temporada que não está a correr de feição. No Giro bateu na trave várias vezes, mas foi perante alguns dos melhores sprinters do ano como Milan ou Merlier. Aqui tem de capitalizar nas suas chances, ele gosta desta corrida, nos últimos anos ganhou 4 etapas ao todo e não se adapta nada mal aos sprints em subida.

Outsiders

Pavel Bittner – O checo tem sido uma das revelações da temporada, tem melhorado não só em termos de resultados, mas também na consistência dos mesmos, vem de 2 moralizadoras vitórias na Vuelta a Burgos e um pouco tal como a Alpecin, a DSM tem um pequeno comboio dedicado e sabe que Bittner é a sua melhor chance para triunfar. Diria que uma etapa mais acessível e um final plano seria melhor para Bittner, daí não estar nos favoritos.

Corbin Strong – Já conquistou diversos pódios em 2024, fez recentemente um excelente Tour de Wallonie e é alguém que não se importava de ter até um pouco mais de dureza. Está muitas vezes bem colocado, no entanto terá de fazer grande parte do trabalho sozinho visto que a Israel vem com muitos trepadores para esta competição.

Bryan Coquard – O tempo começa a escassear para o experiente e explosivo francês conquistar uma vitória numa Grande Volta, é que ele tem 52 triunfos na carreira e apenas 2 são no World Tour, nenhum em provas de 3 semanas. O nível dos sprinters continua a subir e a sua explosividade, aos 32 anos, tem tendência a descer. Vai ter de conquistar uma boa roda que a Cofidis não tem comboio.

Possíveis surpresas

Mathias Vacek – Está em grande forma recentemente e tem a camisola vermelha debaixo de olho. Estando longe de ser um puro sprinter, é um corredor explosivo, que até tem 1 ou 2 bons roladores para o ajudar e que caso estivesse no pódio não seria uma enorme surpresa.




Arne Marit – A opção da Intermarche-Wanty para os dias mais acessíveis e a formação belga tem acertado em cheio nas chegadas ao sprint este ano, deverá contar com a ajuda de Vito Braet, um corredor que irá ficar mais para os dias mais duros.

Jon Aberasturi – Mesmo aos 35 anos, o basco da Euskaltel-Euskadi continua uma máquina de fazer top 10 e raramente teve tão pouca concorrência a este nível, não seria surpreendente fazer top 5.

Carlos Canal – Será, em teoria, a opção da Movistar para estes dias mais acessíveis e deve ter liberdade não obstante a aposta da equipa em Enric Mas para a classificação geral.

Felix Engelhardt – Uma escolha assim um bocadinho mais fora da caixa, até para o pódio na etapa. O alemão é a escolha da formação australiana para este tipo de etapas e contar com Scotson e Schmid pode ser essencial.

Ide Schelling – O holandês é o corredor designado para os sprints, apesar de não ter obtido grandes resultados em 2024, é mais perigoso quando o final é ainda mais duro.

Jhonatan Narvaez – Talvez tenha liberdade para procurar bons resultados em etapas deste género, a Ineos não costuma amarrar os seus ciclistas todos os dias. Narvaez preferia sprintar num grupo de 40 unidades em vez de um pelotão completo.

Owain Doull  – Quando era ciclista da Ineos muitas vezes sprintava neste tipo de pelotões.

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são: Victor Campenaerts e Vito Braet

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