O pelotão do Giro continua por Sicília para a primeira etapa em linha da prova italiana. Dia curto mas com um final complicado, a favorecer os puncheurs presentes.
Percurso
Primeira etapa em linha desta Volta em Itália, um dia curto, apenas 149 quilómetros e que se resume aos derradeiros quilómetros.
Apesar dos primeiros 50 quilómetros com algumas dificuldades, 4 subidas não muito longas (Entre 3-4 kms e a rondar os 4-5% de inclinação), a partir daí o terreno torna-se mais fácil e todos os olhos estarão na chegada a Agrigento (3.7 kms a 5,3%). Os quilómetros intermédios são os mais duros, com rampas a chegarem perto dos 7%, sendo os últimos 700 metros a 3,1%.
Táticas
O dia de hoje já causou diferenças significativas na classificação geral no entanto com a primeira chegada em alto a acontecer ao 3º dia e com a chegada a não ter a dureza suficiente para se fazerem diferenças, os homens da geral tentarão passar incólumes, poupando o máximo de energia. Há muitos puncheurs de qualidade presentes pelo que uma fuga chegar ao seu destino também é muito improvável.
Favoritos
Diego Ulissi está na sua corrida e este é o seu território. Finais em subida mas não muito duros são a praia do italiano que já tem 6 vitórias no Giro no seu currículo. O seu último mês e meio tem sido impressionante com uma quantidade impressionante de top-10 e algumas vitórias o que demonstra o seu estado de forma. A sua equipa terá que endurecer muito a corrida mas desgastar os ciclistas mais rápidos.
Um desses corredores é Michael Matthews. O australiano foi 7º nos Mundiais, após um discreto Tirreno-Adriático, o que demonstra que fez tudo bem durante a sua preparação. Esta é uma das primeiras etapas ao seu jeito. Terá que sofrer nas partes mais duras mas como estas não são muito inclinadas serão do seu agrado.
Outsiders
Após o brilharete de hoje, João Almeida pode tentar subir mais um lugar e conquistar o primeiro posto. Não será fácil mas o português é um corredor muito completo e, este ano, na Vuelta a Burgos, já se destacou num final idêntico a este. Preferiria um final mais duro mas com uma boa colocação pode surpreender.
Andrea Vendrame pode ser uma das surpresas de amanhã. Numa equipa sem responsabilidades para a geral, a AG2R La Mondiale, o italiano será o ciclista protegido, num final perfeito para si. Um puncheur com resultados interessantes nas semi-clássicas italianas e francesas, que já conta com um Giro nas pernas onde já conseguiu estar na discussão de algumas chegadas.
Ruben Guerreiro é o outro português presente e, também ele, tem muito potencial para a etapa de amanhã. Vem de fazer 2º numa etapa do Tirreno-Adriático, onde perdeu somente para Mathieu van der Poel. É um ciclista bastante explosivo e tem um bloco forte e experiente para o apoiar.
Possíveis surpresas
A EF Pro Cycling tem, ainda, Simon Clarke como alternativa, um ciclista que se costuma dar bem com os ares de Itália, tendo já bons resultados nesta competição. Pello Bilbao é um corredor já habituado a ganhar em Grandes Voltas, normalmente mais à frente, mas com o Tour nas pernas quererá aproveitar enquanto a sua condição física está no melhor. A Deceuninck-QuickStep não tem só João Almeida pois, se a corrida não for muito endurecida, Davide Ballerini também poderá ter a oportunidade de lutar pelo triunfo. Passa bem a média montanha e já bateu sprinters puros, o que demonstra a qualidade da sua ponta final. Se fosse o Peter Sagan de outros anos, acreditamos que estaria na luta no entanto a dureza da subida pode ser demais para o eslovaco que, mesmo assim, não pode ser descartado. Se tiverem liberdade para tal, Fabio Felline e Jhonatan Narvaez são dois fortes candidatos, venceram antes do Giro, chegando em boa forma. Entre os homens da geral, Simon Yates, Wilco Kelderman e Geraint Thomas são aqueles que mais podem sonhar com o triunfo, apesar de ser bastante complicado.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Luca Wackermann e Enrico Battaglin.