O Tour continua pela Dinamarca e amanhã espera-se um dia muito nervoso. Com o vento a marcar presença, teremos os sprinters a vencer? Conseguirão os homens da geral salvar o dia?
Percurso
Vão ser mais de 200 kms em terras dinamarquesas e vão ser horas de muito nervosismo. Não só pela ocasião, mas porque vai haver sempre o perigo de cortes já que existem imensas zonas expostas ao longo do traçado, principalmente uma longa ponte nos derradeiros 20 quilómetros.
Vai haver também uma luta enorme pela camisola das bolinhas, com 3 contagens de quarta categoria colocadas na primeira metade da etapa. O final é relativamente técnico.
Tácticas
Não há muito que saber, é o primeiro grande duelo entre comboios. Sinceramente duvidamos que não haja cortes por alguma queda antes da chegada, por isso mesmo é importante estar sempre bem colocado e ter um apoio muito forte.
Vai haver muito nervosismo e isso por vezes pode levar a resultados mais surpreendentes. Em relação aos comboios todos estarão de olho na Quick-Step e na BikeExchange, também porque são os que mais jogam nas etapas planas. Devido ao conhecimento do terreno e à fome que têm da amarela, olho também na Trek-Segafredo. Jumbo-Visma e Lotto-Soudal estão a confiar que Laporte e Rensburg deixem os sprinters bem posicionados.
Favoritos
Nada melhor para completar o regresso após a terrível queda que teve com uma vitória na maior competição velocipédica do Mundo. Fabio Jakobsen tem de provar porque a equipa deixou em casa Julian Alaphilippe e Mark Cavendish, trazendo assim o incrível comboio de Lampaert, Senechal e Morkov. Assustador. O holandês tem mostrado a espaços a capacidade física que ainda tem e a Quick-Step vai andar sempre na frente do pelotão, tendo mais probabilidade de assim evitar quedas.
Estivemos quase para colocar Dylan Groenewegen aqui, mas optamos por Jasper Philipsen. Depois de várias vezes a bater na barra, este tem tudo para ser um excelente Tour para o belga, que sabe que tem de fazer pódio em todos os sprints se quiser disputar a camisola verde. Optámos por Philipsen porque tem mais consistência, a Alpecin tradicionalmente é melhor a correr no vento e coloca-se muito bem.
Outsiders
Se fossemos somente pelo comboio, Dylan Groenewegen tinha sido o escolhido. Com Durbridge, Jansen, Matthews e Mezgec a equipa australiana tem responsabilidade de estar na frente em todos os sprints, até porque a aposta é essa. Só que Groenewegen por vezes posiciona-se mal nas chegadas e durante a etapa e porque isso é apanhado desprevenido em cortes. Já aconteceu este ano e vemos isso a poder acontecer novamente.
Apesar de não ser um puro sprinter, sabemos que Mads Pedersen está em grande forma e vai querer por tudo a camisola amarela. Se tivermos uma corrida dura, rápida, com cortes e muito desgaste isso vai ajudar o dinamarquês porque mitiga a diferença para os puros sprinters. A Trek-Segafredo tem tradição de ser das melhores equipas no vento e com Gallopin, Simmons e Stuyven os rivais têm de estar atentos. É também de recordar a surpresa relativa que foi o triunfo de Alexander Kristoff a abrir um Tour recentemente e Pedersen é um ciclista parecido.
Wout van Aert consegue fazer tudo, já provou isso mais do que uma vez. O triunfo amanhã garante-lhe a camisola amarela, o que é um grande objectivo pessoal. Vai andar sempre bem colocado porque a Jumbo-Visma tem cartas para jogar na geral, mas espera não ter de trabalhar em circunstâncias específicas, essa é a grande dúvida. Tem por hábito colocar-se no sítio certo.
Possíveis surpresas
Ninguém sabe muito bem como Caleb Ewan está fisicamente depois do Giro para esquecer que teve e também ninguém sabe como vai funcionar a sua parceria como Reinardt van Rensburg. A Lotto-Soudal abdicou do seu comboio, o que também não é uma grande indicação. Não se costuma posicionar muito bem no pelotão, mas caso as estrelas se alinhem é um perigo enorme para os rivais. Alexander Kristoff é um ciclista com muita experiência, que adora estes dias de confusão. O norueguês sabe bem o que é ganhar nos primeiros dias do Tour e a Intermarche-Wanty está a andar muito bem. Alberto Dainese surpreendeu no Giro e por alguma razão a Team DSM o trouxe ao Tour. Conta com John Degenkolb para o guiar numa jornada destas, o alemão já não tem explosão para discutir sprints puros. Ciclistas altos e possantes como Danny van Poppel, Max Walscheid e Magnus Cort têm aqui uma boa chance de top 5, vão tentar estar nos cortes e sobreviver até à parte final sem grandes lançadores. Peter Sagan nunca foi um puro sprinter e não parece em grande forma, um pódio já seria um excelente resultado. Hugo Hofstetter e Luca Mozzato são hipóteses para o top 10.
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são Mathieu van der Poel e Jasper Stuyven.