O pelotão continua pelo País Basco para o segundo dia de competição do Tour de France! Com Adam Yates na liderança, teremos as equipas rivais a atacar o britânico e a UAE Team Emirates?

 

Percurso

Longa maratona de praticamente 210 quilómetros no segundo dia do Tour, uma etapa ao estilo do País Basco, com muita e muitas subidas. Os primeiros 80 quilómetros são relativamente tranquilos, com o sprint intermédio ao quilómetro 40 a ser o grande ponto de interesse. Seguem-se 60 quilómetros com 5 subidas, 3 delas categorizadas, no entanto ainda bastante longe da meta não deverá ser palco de mexidas.



Tudo se vai resumir aos derradeiros 35 quilómetros, num percurso que faz lembrar a Clássica San Sebastian, não fosse o pelotão chegar precisamente a … San Sebastian. O Côte de Gurutze (2,8 kms a 4,9%) servirá para aquecer os motores, mas todos se devem guardar para Jaizkibel (8,1 kms a 5,2%). Uma subida bastante longa para esta fase da Volta a França e que tem nos últimos 3700 metros a parte mais dura com uma inclinação média de 7,1%. No topo da subida há bonificações.

Atingido o topo restam 16 quilómetros, com os ciclistas a descerem até aos 8000 metros finais. O terreno torna-se plano no entanto a 2500 metros da chegada há um pequeno topo com 900 metros a 4,5%. A partir daqui, é tudo muito rápido até à meta.

 

Táticas

Fosse esta uma etapa mais à frente no Tour e seria mais uma grande oportunidade para a fuga, só que tão cedo, ainda com muitos ciclistas por perto da liderança não acreditamos nesse cenário. A UAE Team Emirates até poderia querer entregar a liderança, só que é uma oportunidade única para Adam Yates envergar a amarela e, depois de amanhã seguem-se etapas planas.

UAE Team Emirates e Jumbo-Visma deverão voltar a ser as equipas no comando das operações, impondo ritmos mais fortes nas subidas, especialmente em Jazkibel, uma subida mais longa que as de hoje e mais direcionada para os trepadores. Ciclistas que perderam algum tempo hoje podem tentar a sua sorte, não só a subir, mas também a descer, a descida é longa o suficiente para se fazerem diferenças e hoje os irmãos Yates atacaram a descer.

O pequeno topo a 3 quilómetros do fim também pode ser propício a ataques, daqueles que não querem esperar pelo sprint final, pois com tantos quilómetros desde o topo de Jazkibel e a meta, será muito complicado um ciclista isolado chegar ao final.

 

Favoritos

Mattias Skjelmose esteve bastante bem no final de hoje, não seguiu o grupo da frente mas foi dos primeiros a fazer a ponte. Em grande forma, o campeão dinamarquês tem que aproveitar estas etapas perfeitas para si e amanhã pode ganhar em dois cenários, atacando na colina final ou esperando pelo sprint.



Teremos 2 em 2 para a UAE Team Emirates? Tadej Pogacar venceu o sprint do grupo perseguidor com “uma perna às costas”, o que mostra que era tudo bluff e o campeão esloveno está mais que pronto para a reconquista. Se sentir a oportunidade não vai desperdiçar, todos os segundos contam, nem que sejam apenas as bonificações.

 

Outsiders

Wout van Aert praticamente esteve com os melhores na subida, conseguiu fazer a junção, no entanto no final não conseguiu disputar o sprint. Amanhã é uma nova oportunidade, o belga tem que aproveitar estes dias mais duros, no Tour sobe sempre melhor que no resto da temporada, a ficar para trás em Jazkibel será na parte final. Tal como hoje, o problema poderá ser trabalhar para Vingegaard e, ao memso tempo, manter o grupo da frente compacto.

Antes quebrar do que não tentar, amanhã pode ser este o lema de Julian Alaphilippe. O francês chegou no 3º grupo hoje, não foi mau mas todos sabemos que é capaz de melhor. Jazkibel pode estar no seu limite mas se passa na frente vai aproveitar a colina final para atacar e ainda tentar chegar à amarela. LouLou é daqueles que prefere tentar e quebrar do que não fazer nada.



Alex Aranburu não chegou muito atrasado hoje e, depois da Movistar ter perdido Enric Mas, a aposta terá que passar pelas etapas. A correr em casa, o basco quererá aproveitar o último dia no seu território para conseguir um grande resultado. Em grupos restritos é muito rápido, tudo vai depender da velocidade em Jazkibel, Aranburu está a subir muito bem. Desce ainda melhor e isso pode ser fundamental.

 

Possíveis surpresas

Pello Bilbao não vai sair do País Basco sem tentar, hoje não teve o melhor dia mas a subida mais longa de amanhã adapta-se às suas características. Se tiver que arriscar na descida também é ciclista para o fazer. Por falar em bons descedores, temos que mencionar Tom Pidcock. O britânico é uma autêntica caixinha de surpresas, capaz do melhor e do pior, não seria de admirar que amanhã estivesse na frente e na disputa da etapa. Uma das agradáveis surpresas do dia de hoje foi Victor Lafay, o único a seguir os dois “extraterrestres”. Tudo isto deve ter dado, ainda mais, motivação ao francês para conseguir um grande resultado, um ciclista explosivo que pode tentar na colina final. Claro que é impossível descartar Mathieu van der Poel, no entanto achamos Jazkibel uma subida longa demais para o neerlandês que, num terreno mais indicado para si, não conseguiu estar na frente hoje. Dias não são dias, e Van der Poel é um monstro. Jonas Vingegaard deve seguir qualquer ataque de Pogacar, tal como hoje, mas deve voltar a correr na defensiva, não o vemos a atacar, por isso dificilmente poderá triunfar. Quem deve tentar de tudo para roubar a amarela é Simon Yates, o britânico tem uma grande oportunidade para envergar a maillot jaune, vai fazer de tudo. Michael Woods e Dylan Teuns formam um duo muito perigoso dentro da Israel-Premier Tech, podem atacar à vez, numa equipa que tem Corbin Strong para uma corrida mais controlada. Por fim, olho em Giulio Ciccone, Maxim van Gils e Felix Gall.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Valentin Madouas e Romain Bardet.




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