Antes da mítica chegada à Torre, a Volta a Portugal termina em Castelo Branco, numa das raras oportunidades para os sprinters presentes.



 

Percurso

Mais uma tirada de média montanha, o que tendo em conta os parâmetros da Volta a Portugal até é fácil. Os primeiros 60/70 kms são totalmente planos e só na segunda metade da etapa há então alguma montanha. No entanto, a subida mais difícil surge a mais de 70 kms da meta, Gavião tem 4,3 kms a 5,3%. Nos últimos 40 kms há 2 contagens de 4ª categoria, a Serra de São Miguel (4 kms a 4,2%) e Retaxo Cebolais de Cima, que basicamente é um longo falso plano, com 13,3 kms a 2,3%.

Como já é habitual nas chegadas em Castelo Branco a parte final empina ligeiramente. Se nós analisarmos bem os últimos 50 kms da etapa são iguais à etapa 2 da Volta a Portugal 2017, com a mesma sequência Serra de São Miguel e Retaxo Cebolais de Cima. Nesse dia ganhou Samuel Caldeira, num pelotão que tinha cerca de 60/70 unidades. Samuel Caldeira que já tinha sido 2º em Castelo Branco em 2016 e 2015, na altura com triunfos e José Gonçalves e Eduard Prades, num percurso diferente.

 

Favoritos

Com tão poucas oportunidades para os homens rápidos, não vemos as suas equipas a desperdiçarem esta chance, ainda para mais numa localidade que tem sempre terminado com chegadas ao sprint, a última das quais em 2017.

Matteo Malucelli teve uma ponta final muito rápida na chegada de ontem no entanto, como sempre, o seu calcanhar de Aquiles foi o posicionamento. O italiano é um dos mais rápidos do pelotão da Volta e conta com Nelson Soto para o deixar bem colocado. O final em paralelo vai requerer potência que Malucelli tem.



Ficámos impressionados com o sprint de Davide Appollonio na etapa de ontem. Após 4 anos de suspensão, o ciclista de 30 anos conseguiu uma vitória muito folgada, isto depois de ter estado muito bem colocado. O paralelo não deverá ser problema para uma nova vitória do ciclista da Amore & Vita.

 

Outsiders

Samuel Caldeira ganhou neste local em 2017 e porque não pensar em nova vitória? Daniel Mestre teve a sua oportunidade no dia de ontem por isso acreditamos que amanhã será dia para o algarvio. Muito possante, é o ciclista perfeito para este final.

A Israel Cycling Academy teve um dos melhores comboios na chegada a Leiria e acreditamos que amanhã se pode repetir o cenário. August Jensen parece em subida de forma, apresentando já alguns resultados, e terá em Zakkari Dempster um lançador de luxo. O norueguês precisa de uma vitória para subir a sua moral.



A etapa de Leiria não correu na feição a João Matias, que viu a sua equipa trabalhar mas no final esteve curta, não conseguindo colocar bem o português. Com uma etapa mais fácil pela frente, a Vito-Feirense-PNB deve ter o seu comboio no final, com Filipe Cardoso e Oscar Pelegri a guiarem Matias para um grande resultado.

 

Possíveis surpresas

Daniel Freitas é um dos sprinters mais regulares do pelotão nacional pelo que vemos o experiente corredor a discutir os primeiros lugares. Persegue a primeira vitória da carreira na Volta, que seria um marco histórico para a sua equipa. Bram Welten estava muito bem colocado na 1ª etapa no entanto não teve pernas e o seu sprint final foi muito fraco. Veremos como estará amanhã, caso contrário a aposta da Arkea-Samsic pode recair sobre Clément Russo. Lukas Ruegg, Daniel Mestre e o vencedor de hoje Mikel Aristi são outras opções para lutar pelos primeiros lugares.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Maxime Daniel e Fábio Costa.



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