Aí está a montanha! Vuelta que é Vuelta começa com dificuldades e logo ao 3º dia surge o primeiro grande teste entre os homens da classificação geral.

 

Percurso

Primeira maratona desta Vuelta, num dia com praticamente 203 quilómetros. Em Espanha não há terrenos planos e é isso que acontece até aos 182 quilómetros, terreno sempre ondulante, até aparecer o Alto de Bocos (2,8 kms a 6,3%).



Este será o aquecimento para o Picón Blanco (7600 metros a 9,3%)! Subida duríssima, que aparece todos os anos na Vuelta a Burgos, onde raramente as percentagens baixam dos 9%, existindo 3 quilómetros acima dos 10% e rampas de 18%. Brutal!

 

Táticas

Apesar de ser um dia longo, ainda estamos no início da Vuelta, o que leva a acreditar que amanhã será dia para o 1º duelo entre os grandes favoritos, sendo eles a lutar pela vitória em etapa. Várias equipas deverão aparecer na frente, para além da Jumbo-Visma do líder, Team DSM, Movistar, INEOS Grenadiers e até Bahrain-Victorious têm fortes ambições.

 

Favoritos

Primoz Roglic entrou a voar na Vuelta, já está na liderança e quererá aproveitar a sua condição física. Esta é uma subida ideal para o esloveno que adora estas subidas, não muito longas e com inclinação acentuada, onde conseguem imprimir fortes mudanças de ritmo. Sepp Kuss será um apoio essencial.



Ainda nem duas semanas passaram desde que Romain Bardet brilhou nesta mesma subida, na já referida Vuelta a Burgos. Este ano a prova não terminou em alto mas o francês mostrou uma façanha que já não se via há muito. Trepador de enorme qualidade, fez um bom contra-relógio, podem ser bons indicações.

 

Outsiders

Mikel Landa foi um dos mais prejudicados do contra-relógio, cedendo bastante tempo o que só pode significar que o basco vai ter que atacar. Mostrou muito boa forma em Burgos e se há corredores que não têm medo de mexer é Landa. Com Mark Padun, Jack Haig e Damiano Caruso formam um quarteto muito perigoso.

Os dos corredores que saiu mais prejudicado destes 2 dias iniciais foi Hugh Carthy, com perdas de tempo em ambos os dias. O britânico está a já 1:11 de Roglic, tem que começar a arrepiar caminho. Venceu em Lagunas de Neila, uma subida muito idêntica a esta, ele que anda sempre bem em Espanha.



Miguel Angel Lopez já sabe o que é vencer nesta subida, fê-lo em 2018 na Vuelta a Burgos. As indicações dadas no contra-relógio foram boas, o colombiano quererá redimir-se após um mau Tour e a correr em casa a Movistar também quererá começar bem. Muito forte neste tipo de subidas, não tem medo de atacar.

 

Possíveis surpresas

A INEOS Grenadiers parte com 3 grandes opções para a etapa e, depois de hoje, Adam Yates é aquele que terá que atacar, devido ao tempo perdido. O britânico focou a sua época na Vuelta, tem que estar bem. Egan Bernal e Richard Carapaz deverão correr mais na defensiva mas se virem uma oportunidade não vão desperdiçar. Enric Mas é outra opção na Movistar, o espanhol é muito regular, raramente ganha, mas já o fez em Vueltas passadas. Esperamos boas exibições de Giulio Ciccone e Aleksandr Vlasov, este tipo de subidas é o ideal para ambos. David de la Cruz, Felix Grosschartner, Michael Storer e Guillaume Martin são opções viáveis para os primeiros lugares.



Super-jokers

Os nossos super-jokers são Rafal Majka e Jay Vine.

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