Venha a montanha! Ao 3º dia está aí a primeira chegada em alto da competição. Já com diferenças importantes entre os favoritos, quais serão aqueles que começarão a sua recuperação amanhã?
Percurso
Novo dia pela Sicília e nova etapa a rondar os 150 kms, desta vez com 151. Um dia com algumas subidas no entanto nenhuma delas é categorizada, apesar de terem a dureza para tal.
Os primeiros 80 quilómetros são relativamente fáceis, surgindo depois Nicolosi (9.1 kms a 4,1%), Fornazzo (4.7 kms a 5,2%) e, ainda, uma subida de 3400 metros a 5,6%. Ultrapassadas estas pequenas dificuldades ficam a faltar 30 quilómetros para a chegada, sendo que aproximação ao Monte Etna é feita a grande velocidade.
No sopé do Monte Etna está um sprint bonificado, podendo ser um ponto de interesse para os homens da geral, iniciando-se, logo de seguida os 18 600 metros de subida final. Com 6,7% de inclinação média esta é uma subida bastante regular. Os seus primeiros 12 quilómetros rondam sempre os 6,5-7%, aligeirando um pouco para os últimos 3600 metros, onde há 2 quilómetros acima dos 9%.
Táticas
Primeiro dia de montanha com chegada em alto geralmente significa luta entre os homens da geral. Ainda para mais a Ineos Grenadiers tem a camisola rosa e tem em Geraint Thomas o mais provável sucessor de Filippo Ganna, podendo ficar com o símbolo de liderança. Por outro lado, várias formações querem recuperar do prejuízo do contra-relógio inaugural e podem tentar a vitória em etapa, como a Mitchelton-Scott.
Favoritos
Simon Yates voou autenticamente no Tirreno-Adriatico, até no único teste em subida longa, aliás, foi aí que ganhou bastante tempo. O britânico sabe que tem de recuperar tempo visto que ainda faltam 2 contra-relógios e a Mitchelton-Scott tem de aproveitar que esta é uma jornada relativamente curta e por cima não se irá desgastar muito.
Por vezes também assistimos a alguma hesitação entre os candidatos à geral num primeiro teste de montanha, nesse caso Fausto Masnada pode ter liberdade para atacar e ganhar alguns segundos, ainda para mais vendo que o italiano já perdeu algum tempo.
Outsiders
Geraint Thomas terminou bem o Tirreno-Adriatico e começou bem o Giro, tem de aproveitar para ganhar ainda mais tempo aos concorrentes directos, se tiver pernas para tal. Thomas também é muito forte no último quilómetro, caso cheguem 4 ou 5 ciclistas juntos a essa fase da corrida.
Outro corredor que tem de ganhar bastante tempo para ter margem nos contra-relógios é Rafal Majka. O polaco da Bora-Hansgrohe não é visto como um candidato de primeira linha e pode beneficiar de uma marcação directa entre Thomas, Yates e Nibali, os maiores candidatos à vitória final.
Pello Bilbao vem do Tour com bastante ritmo competitivo e em excelente forma, o espanhol da Bahrain-McLaren sabe que tem de usar esse “balanço” antes da 3ª semana, onde poderá acusar o desgaste. Esteve muito atento hoje e tem mostrado bons sinais.
Possíveis surpresas
Esta não é propriamente a subida preferida de João Almeida, ainda será longa demais para o actual estado de evolução do ciclista português, mas a Ineos Grenadiers não gosta de ter a rosa logo de início, a formação britânica estaria contente se o corredor luso ficasse com a rosa. A Sunweb é daquelas formações que terá superioridade numérica num grupo de 10/15 ciclistas, podendo ter Wilco Kelderman, Sam Oomen e Jai Hindley, por isso mesmo olho em Kelderman e Oomen. Tipicamente Vincenzo Nibali e Steven Kruijswijk andam melhor na 2ª e 3ª semana, mas se a oportunidade surgir não a deitarão fora. Jakob Fuglsang é a única esperança que resta à Astana, mas a subida parece ser demasiado dura para o dinamarquês. Por fim, mencionamos alguns nomes para uma possível fuga a resultar, ciclistas que propositadamente ou não, hoje perderam tempo: Geoffrey Bouchard, Matthew Holmes, Lawson Craddock e Giovanni Visconti.
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são Ruben Guerreiro e Tobias Foss.