Aos poucos as dificuldades começam a surgir na Volta a Itália e, amanhã, já existirá alguma dureza. Conseguirão os homens rápidos sobreviver ou teremos um ataque a ter o seu sucesso?
Percurso
Etapa com pouco mais de 190 quilómetros, onde depois de uma primeira metade praticamente plana, surgem 4 contagens de montanha. A 70 quilómetros do fim aparece a primeira dificuldade, Piancanelli (7,5 kms a 4,8%). 20 quilómetros se passam e aparecem duas subidas de forma consecutiva, Castino (5 kms a 4,9%) e Manera (5,4 kms a 5,3%).
Alguns estragos já devem ter sido feitos no pelotão mas será na subida de Guarene (2,6 kms a 7,1% e com rampas a 15%) que poderão surgir mais ataques pois o seu topo fica a apenas 15 quilómetros da chegada. A 6000 metros do fim surge um pequeno topo com 500 metros a 6,3%, a derradeira inclinação antes da chegada plana a Canale. O final é algo técnico, com 3 curvas no último quilómetro.
Táticas
Nem todos os sprinters conseguirão aguentar as subidas de amanhã, isso é um ponto assente. A Bora-Hansgrohe deverá ser a equipa mais interessada, esta etapa assenta que nem uma luva a Peter Sagan e, desde cedo, quererão deixar os homens rápidos para trás, impondo um ritmo forte nas subidas. Talvez, Qhubeka ASSOS e Israel Start-Up Nation se possam juntar à equipa alemã.
Também acreditamos em ataques na subida de Guarene e, dependendo do grupo que aí se forme, também podemos ver os corredores que se destacarem a chegarem isolados à meta.
Favoritos
Esta é a primeira grande oportunidade para Peter Sagan levantar os braços. Após a etapa de hoje parece claro que o eslovaco quer vencer a maglia ciclamino e para tal terá que aproveitar estas oportunidades onde os sprinters mais puros poderão ficar para trás. Sagan está, aos poucos, a regressar ao nível mais alto e isso já se viu na Romandia onde, numa etapa complicada chegou no grupo dos favoritos. Terá sempre algum apoio, nem que seja dos trepadores da equipa.
O segundo lugar de hoje terá que ser motivador para Giacomo Nizzolo. O campeão da Europa ainda procura a primeira vitória em Grandes Voltas e, depois de um dia relativamente fácil, terá uma etapa mais ao seu encontro. Quando está bem, o tipo de dificuldades que terá pela frente não serão um problema, e tem mostrado uma excelente ponta final.
Outsiders
Dois dias passaram e pouco ou nada vimos de Patrick Bevin. O ciclista neo-zelandês vinha em grande forma da Romandia, onde esteve na discussão de várias etapas, mostrando não só uma rápida ponta final mas também uma impressionante capacidade de subir. Em grupos restritos é um corredor muito perigoso.
Um ataque também poderá ter o seu sucesso e um corredor talhado para este final é Gianni Moscon. É certo que a INEOS Grenadiers tem a liderança mas o italiano poderá ser lançado de forma a cobrir os ataques que aconteçam. Em grande forma no Tour of the Alps, venceu uma tirada parecida com esta. Não terá dificuldades em bater os seus rivais caso chegue num grupo reduzido.
Hoje vimos Remco Evenepoel à procura de bonificações e não será descabido pensar no mesmo cenário amanhã. A subida de Guarene tem bonificações no seu topo o que poderá levar a ataques de homens da classificação geral e o belga é um deles. O jovem corredor está com vontade de correr, não tem medo de atacar e se há corredor que pode aguentar sozinho a perseguição do pelotão é Evenepoel.
Possíveis surpresas
Se Caleb Ewan estiver a subir tão bem como vimos na Milano-Sanremo é provável que o pequeno australiano esteja na luta, no entanto pensamos que Ewan não estará no mesmo pico de forma por isso não se avizinha tarefa fácil. Entre os homens rápidos destacamos, ainda, Andrea Pasqualon, Davide Cimolai (como alternativa a Patrick Bevin dentro da ISN), Natnael Tesfatsion, Fabio Felline, Gianni Vermeersch e o jovem Alessandro Covi, que tem impressionado com bons resultados nos últimos tempos. Relativamente aos atacantes, a UAE Team Emirates destaca-se, com Diego Ulissi e Davide Formolo a serem dos sérios candidatos a estarem na ofensiva dos derradeiros quilómetros. Clement Champoussin e Gianluca Brambilla adaptam-se a este terreno e têm apresetando bons resultados em 2021. Atenção a nomes como Matej Mohoric, Alberto Bettiol e Ruben Guerreiro, tanto se podem imiscuir no sprint como estar num ataque. Caso a corrida se torne muito dura, João Almeida pode ter uma palavra a dizer.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Nick Schultz e Luis Leon Sanchez.