O Giro despede-se da Hungria com a primeira oportunidade da competição para os sprinters. Quem sairá a sorrir antes do primeiro dia de descanso?
Percurso
Maratona de 201 quilómetros para a despedida do pelotão na Hungria, um dia totalmente plano e sem dificuldades, perfeito para os puros sprinters. Os quilómetros finais de aproximação a Balatonfured são fáceis de explicar. Entre os 5 e os 2500 metros finais a estrada curva para a direita mas muito ligeiramente, à velocidade que o pelotão irá nem se vai notar. A partir daqui, será uma longa reta da meta até à chegada.
Táticas
Numa etapa fácil, tudo se vai resumir ao final e, com uma reta da meta tão longa, os comboios serão muito importantes pois quem lançar o sprint cedo demais poderá pagar a fatura no final. Desta forma, e sendo esta a primeira chegada ao sprint, convém falar dos principais comboios:
Quick-Step Alpha Vinyl: Bert van Lerberghe – Davide Ballerini – Michael Morkov – Mark Cavendish
Groupama-FDJ: Miles Scotson – Ramon Sinkeldam – Jacopo Guarnieri – Arnaud Demare
Lotto-Soudal: Michael Schwarzmann – Roger Kluge – Rudiger Selig – Caleb Ewan.
Estas serão as 3 principais equipas amanhã, são as que têm mais armas para controlar o final. A maioria dos restantes sprinters têm apenas um lançador para o guiar no final, casos de Giacomo Nizzolo (Rick Zabel), Simone Consonni (Davide Cimolai) e Fernando Gaviria (Max Richeze/Rui Oliveira).
Favoritos
Por sorte, parece que Caleb Ewan passou ileso à queda de ontem, não tendo lesões de maior. O australiano chegou com fome de vitórias, quer vencer o maior número de etapas antes de ir para casa e, após não o ter conseguido na sexta-feira, deverá estar ainda mais motivado. Tem um dos melhores comboios, já está bastante oleado, fez quase toda a temporada com ele. Por vezes, o “Pocket Rocket” costuma perder-se do mesmo, mas num final simples acreditamos que tal não acontecerá.
Mark Cavendish não tem estado tão eficaz como na temporada transata, parece que a idade começa a pesar, no entanto quando se consegue colocar bem ainda “faz estragos”. O Míssil ainda é muito rápido, e o facto de contar com um comboio muito experiente, principalmente Michael Morkov, coloca-o sempre mais perto do triunfo. Quererá regressar às vitórias no Giro 9 anos depois.
Outsiders
Arnaud Demare ainda está a “secos” em 2022 mas não tem sido por falta de oportunidades. O sprinter gaulês tem sido sempre aposta da sua equipa, já soma sete top-10 mas a vitória ainda não apareceu, acreditamos que mais cedo ou mais tarde isso vai mudar. O seu comboio já está junto há vários anos, isso é fundamental, conhecem-se como poucos.
Um dos principais sprinters sem um comboio é Phil Bauhaus. O alemão que começou a despontar em Portugal (venceu duas etapas na Volta a Portugal), já triunfou no World Tour este ano, tendo-se consolidado como um dos homens rápidos em mais boa forma de 2022 (também fez vários pódios). Precisa de uma boa colocação, tem que confiar em Jasha Sutterlin para isso.
Fernando Gaviria tem tido uma temporada cheia de percalços (COVID-19 e fratura de clavícula) mas nem isso impediu o colombiano de estar no Giro. O sprinter da UAE Team Emirates já venceu este ano por duas vezes, derrotando entre outros Cavendish. Gaviria não premeia pela regularidade mas com Rui Oliveira e Max Richeze para o lançar, deverá estar bem colocado, veremos se as pernas respondem.
Possíveis surpresas
Giacomo Nizzolo é outro grande sprinter que ainda não venceu em 2022. O italiano sempre foi muito regular mas as vitórias nunca fora muitas, só no ano passado é que se conseguiu estrear a vencer no Giro. Precisa de uma vitória para ganhar motivação, resta colocar-se melhor, algo que tem pecado este ano. Em que vai apostar a Alpecin-Fenix? A equipa belga costuma ter ideias muito fixas, Jakub Mareczko deve ser o homem escolhido, esta é uma etapa ideal para o italiano, sem dificuldades e com um final simples, mas não seria de descorar ver o maglia rosa Mathieu van der Poel a tentar a sua sorte. Biniam Ghirmay deverá rondar os primeiros lugares, mas num sprint tão simples como este o triunfo será complicado, não tem a ponta final de outros. Simone Consonni, Edward Theuns e Alberto Dainese podem conseguir um bom resultado, colocam-se bem mas não os vemos a poder triunfar na chegada.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Lawrence Naesen e Vincenzo Albanese.