A temível Torre! Está na hora da primeira chegada em alto da Volta a Portugal, a primeira batalha entre os candidatos a vencer a prova.



 

Percurso

Finalmente chega a alta montanha e os primeiros quilómetros vão logo ser importante para a etapa, com a subida do Soeirinho após o tiro de partida (6,8 kms a 6,5%). Pode aí formar-se uma fuga grande que tenha uma implicação forte no desfecho da etapa. Depois disso o terreno é tortuoso, mas não demasiado complicado até à Subida da Torre, feita pela Covilhã.

Ao todo são 20,5 kms a 6,4%, mas os primeiros 7 kms são dos mais complicados que há, as rampas raramente baixam dos 7,5% e há 3 kms seguidos acima dos 9% de inclinação média. Os quilómetros finais têm a complicação da altitude, em Portugal nunca se corre acima dos 1600 metros sem ser neste local e apesar de todos os estágios em altitude que se possa fazer, uma coisa é treinar e outra coisa completamente diferente é competir.

 

Tácticas

É verdade que há algumas dificuldades antes da Torre e estas devem ser aproveitadas para quem aspira à classificação da montanha para somar bons pontos, mas aqui não há que enganar, aqueles 22 kms finais a partir da Covilhã serão decisivos e o primeiro verdadeiro teste de força desta Volta.

 

Favoritos

O nome consensual é Joni Brandão, o ciclista que mais triunfos soma em Portugal este ano e aquele que mais se tem destacado na montanha, não só este ano. Numa jornada relativamente fácil de controlar, a Efapel vai querer fazer a subida selectiva e maximizar diferenças. Sabem que esta é uma oportunidade de ouro, a equipa está forte e motivada e apesar de ser cedo na competição têm de marcar diferenças.



A grande rival da Efapel será aparentemente a W52/FC Porto, que tem poupado alguns ciclistas com o pensamento neste dia. A estrada irá ditar quem é o líder da equipa e um dos corredores que quer esse papel é Edgar Pinto. Aos 33 anos e numa estrutura forte, o ciclista português gere muito bem o esforço nas subidas longas como mostrou na Volta a Turquia e é um dos nomes a ter em conta.

 

Outsiders

Em 2018, a organização encurtou a subida à Torre alegando o calor como razão principal. Nesse dia subiu-se até às Penhas da Saúde e o 3º na etapa foi João Benta, um dos corredores mais consistentes do pelotão nacional pode aproveitar a guerra entre Efapel e W52/FC Porto.

Nesse dia, em 2018, António Carvalho teve uma quebra enorme na subida para as Penhas da Saúde depois de ter trabalhado imenso para Raul Alarcon, e isso afastou-o de qualquer lugar de destaque. 1 ano depois quer confirmar todo o seu talento, é daqueles ciclistas que no seu dia é quase imparável.

Subidas longas é com Oscar Sevilla, quanto mais longa melhor para o veterano espanhol de 42 anos. Já sofreu uma queda nesta Volta a Portugal mas diz que se sente bem e recuperado e provou isso ao chegar perto dos melhores ontem em Loures. Vai melhorar comparativamente aos outros conforme a altitude aumente.


 

Possíveis surpresas

De forma incrível, a W52/FC Porto ainda tem mais uma carta para jogar na alta montanha, falamos de João Rodrigues. No entanto, o algarvio não tem sido aparentemente tão protegido, tem passado ocasionalmente pela frente e até lançou Daniel Mestre no outro dia. Frederico Figueiredo procura recuperar dos azares da chegada a Loures, veremos como o corpo se comporta depois das quedas, tem talento para estar no pódio se estiver a 100%. Vicente Garcia de Mateos quer repetir a boa exibição das Penhas de Saúde em 2018, no entanto é teoricamente mau para o espanhol do Aviludo-Louletano que a ascensão se faça na sua plenitude. Alejandro Marque vai defender-se como pode, vai querer manter-se relativamente perto do top 5, provavelmente vai meter o seu ritmo a meio a subida e ir recuperando lugares. A Rádio Popular Boavista tem mais 2 trunfos para jogar, mais 2 corredores que conhecem muito bem o terreno: Daniel Silva e David Rodrigues. Henrique Casimiro ainda está por perto da geral, deve trabalhar mas a Efapel vai querer que ele continue entre os primeiros da geral caso algo aconteça a Joni Brandão e porque vai ser muito útil no futuro em algumas batalhas tácticas. De resto estamos curiosos em relação ao que podem fazer Brice Feillu, Jesus del Pino, Hugo Sancho, Sergio Pardilla e Christian Montoya, 1 ou 2 deles podem estar no top 10 da etapa.

 

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são Juan Filipe Osorio e Unai Cuadrado.




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