Continuamos em terreno montanhoso na Volta a Portugal! Agora é tempo da chegada da Guarda, mais um dia importante na luta pela camisola amarela, ainda para mais depois das importantes diferenças de hoje.

 

Percurso

Depois de uma duríssima chegada à Torre e antes do esperado dia de descanso na Guarda, será precisamente a capital de distrito a receber o final da 4a etapa. Com partida em Belmonte e uns duros 182 kms é uma jornada com 2 fases bem distintas.



A primeira tem cerca de 140 kms e apesar de algum sobe e desce é relativamente acessível, sem subidas com um grau de dificuldade elevado. As coisas complicam nos últimos 40 kms, começando pela subida mais longa. A ascensão de Videmonte tem 10.9 kms a 5,5% de inclinação média, mas é uma média que engana por causa de uma fase plana a meio, na realmente ronda quase sempre os 7%.

Segue-se uma descida que é interrompida por uma colina de 1000 metros a 8%, antes das 2 passagens pela Guarda. A primeira é a mais longa e mais acessível, com 6.3 kms a 4,4%, a segunda a coincidir com a meta tem 3.1 kms a 6,2%, mas com rampas muito inclinadas nos últimos 500 metros, que podem dar para fazer muita diferença. O final é em empedrado.

 

Táticas

A etapa de hoje veio baralhar ainda mais as contas da classificação geral da volta a Portugal. Atum general Tavira Maria Nova hotel sai por cima com Alejandro Mark a liderar e Gustavo Veloso numa posição muito boa. Também é papel está bem colocada com o uruguaio Maurício Moreira ao passo que a W52 FC Porto tem que correr atrás do prejuízo uma vez que o seu ciclista se encontram mais atrasados e ao contrário dos rivais já referidos não são tão fortes no contra-relógio final de Viseu.



Com muitas etapas de montanha e ainda duras pela frente é esperar que os comandados de Nuno Ribeiro ataquem fortemente nesses dias para rebentar com o pelotão e com a possível superioridade numérica das equipas rivais. Este é um dos cenários para amanhã no entanto sendo os primeiros 140 km relativamente acessíveis vemos uma fuga a ganhar uma vantagem considerável até lá e desta forma poder discutir a etapa.

Claro que não podemos descartar a possibilidade da W52 FC Porto pegar na corrida uma vez que segunda-feira é dia de descanso no entanto acreditamos que isso venha a acontecer mais a partir de terça-feira quando as etapas serão duras do início ao fim. Mesmo modo também vimos várias equipas a ficar irremediavelmente afastadas da luta pela geral o que significa que a partir de agora irão buscar as vitórias em etapa.

 

Favoritos

Após a menos positiva etapa de hoje Joaquim Silva pode focar se agora em tentar vencer uma etapa. O trepador português tem sido um dos corredores mais regulares do ano estando sempre no top 10 das etapas de montanha por isso a sua qualidade é inegável e se estiver na frente será certamente um dos favoritos ainda para mais com as duras inclinações deixa ver a final. Seria uma vitória emocional com dedicatória para o chefe Pedro Silva.



Uma equipa que raramente falha uma fuga da volta a Portugal é a Rádio Popular Boavista. Os comandados do professor José Santos sou sempre muito combativos e numa equipa recheada de trepadores acreditamos que amanhã seja o dia de Gonçalo Carvalho. O jovem ciclista português é bastante competente quando a estrada inclina e num dia muito bom é um grande candidato a vitória.

 

Outsiders

Não seria de estranhar vermos a W52 FC Porto colocar alguém na fuga e, desta forma, não ter que trabalhar no pelotão. Daniel Mestre pode ser o nome a ter em atenção para amanhã. É certo que o alentejano não é um puro trepador longe disso no entanto quando está em forma passa muito bem as dificuldades montanhosas e nas chegadas é sempre muito rápido. Hoje teve muito bem no apoio à equipa e se amanhã lhe dão liberdade é um grande perigo.

Como já se viu é nas fugas que as equipas estrangeiras têm mais hipóteses de vencer etapas nesta Volta a Portugal. Até agora, a Bingoal Pauwels WB tem estado um pouco ausente das fugas e, apesar do abandono de Jelle Vanendert, continua a ter uma boa aposta para este terreno. Falamos de Laurens Huys, 5° classificado no Alpes Isere Tour e 6° na Volta a Hungria, duas provas com bastante montanha.



Se a fuga for alcançada acreditamos tal como já referimos no endurecimento de corrida W52 FC Porto. Hoje, a equipa portista fartou-se de atacar mas no final não colheu os frutos desejados. Amanhã é um novo dia e, depois do que vimos Joni Brandão fazer na chegada a Castelo Branco, não seria de estranhar amanhã vermos um cenário parecido com um corredor português a atacar a parte final para voltar a ganhar terreno aos seus rivais.

 

Possíveis surpresas

Este é uma etapa onde acreditamos que ia Movistar também vai colocar corredores na fuga. Sérgio Samitier, Lluis Mas ou Juan Diego Alba são as apostas mais credíveis, corredores completos e com alguma explosividade, algo necessário para a chegada. A Rally Cycling já tem a sua Volta a Portugal feita mas vão continuar a tentar, sendo que amanhã pode ser a vez de Gavin Mannion ou Keegan Swirbull, dois trepadores norte-americanos de enorme qualidade.  Nas equipas nacionais nomes como Alexander Grigorev, Hugo Nunes, Pedro Miguel Lopes e Tiago Antunes são corredores com as características ideais para este perfil. A Antarte-Feirense e a Aviludo Louletano perderam todas as hipóteses de vencer a Volta a Portugal, pelo que o foco deverá ser nas etapas. Gonçalo Amado e Jesus del Pino são, na nossa opinião os corredores de cada uma das equipas que podem estar na discussão. Caso os favoritos lutem pela vitória, este final mais explosivo favorece Mauricio Moreira, Luís Gomes, Amaro Antunes e Frederico Figueiredo.



Super-jokers

Os nossos super-jokers são José Félix Parra e Txomin Juaristi.

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