A anteceder o dia de descanso, o pelotão da Volta a Portugal chega a Viseu, com os homens rápidos a terem nova oportunidade de batalhar pelo triunfo.

 

Percurso

Dia de “descanso” na montanha com a ligação entre a Guarda e Viseu, duas cidades bem habituadas a receber a Volta a Portugal. Não estivéssemos nós no interior de Portugal e o terreno é tudo menos plano, sempre com algumas subidas, mais ou menos inclinadas. Broca, Penedono e Aguiar da Beira têm 3 contagens de montanha, a primeira de 3ª categoria e as restantes de 4ª, o que revela a pouca dificuldade das mesmas. Para trás, ficam duas metas volantes em Pinhel e Sernancelhe.



Passada a contagem de montanha de Aguiar da Beira, o terreno torna-se muito mais rápido, os 45 quilómetros finais serão a toda a velocidade. Em direção a Viseu, os ciclistas terão uma última meta volante no Sátão. Já dentro da cidade de Viriato, com destaque para os últimos 3000 metros, os ciclistas vão ter 6 rotundas pela frente, 2 delas no quilómetro final e ainda a passagem por um túnel já perto da meta.

 

Tácticas

Neste ponto da competição, e com tantas diferenças feitas depois da Torre é importante analisar como estão as classificações secundárias também, pois um jogo particular dessa competição pode afectar a geral e a etapa. Na classificação colectiva apenas a Atum General/Maria Nova Hotel/Tavira está próxima da Glassdrive/Q8/Anicolor, ou seja, naquela batalha de início da etapa é provável que os comandados de Ruben Pereira estejam atentos para ver se não sai mais do que 1 elemento da equipa de Tavira.

Na luta pela amarela o mais provável é que uma escapada tenha elementos que já estejam longe na geral, o que vai influenciar a luta pela etapa pois a Glassdrive/Q8/Anicolor não precisa de necessariamente alcançar a fuga, esse encargo estará mais a cabo das equipas dos sprinters e aí perfilam-se a Tavfer-Mortágua/Ovos Matinados, a Wildlife e a Euskaltel-Euskadi. Na montanha é uma possibilidade para Asier Etxebarria recuperar essa camisola e a luta pela juventude pode gerar perseguições inesperadas, já que os 6 primeiros estão separados por 5 minutos e a Caja Rural, equipa do líder, não tem outro objectivo para perseguir.

Na teoria esta etapa não é difícil demais para os sprinters apesar do constante sobe e desce. Tem menos de 2000 metros de acumulado, a jornada de Castelo Branco tinha cerca de 2100 metros. Olhando para finais anteriores de etapas em linha aqui em 2020 ganhou um ataque de Oier Lazkano numa jornada bem mais dura do que amanhã, em 2018 ganhou o italiano Riccardo Stacchiotti num final ao sprint, aí o percurso foi muito semelhante em termos de desnível, 2016 não serve de termo de comparação pois a Serra de São Macário destruiu o pelotão e em 2014 venceu um sprinter muito promissor e que agora ganha no World Tour…Phil Bauhaus.



Dito isto, o cenário mais provável é uma chegada ao sprint, mas as equipas dos homens rápidos têm de ter muito cuidado com a fuga, visto que não devem contar com tanta ajuda da Glassdrive. O ideal é um grupo de 5 elementos no máximo, sem nomes sonantes, em que damos como quase certa a presença de Asier Etxeberria.

 

Favoritos

Com a regularidade com que a Tavfer/Mortágua/Ovos Matinados tem conseguido acertar na colocação e no timing da mesma, João Matias tem boas possibilidades de discutir novamente o triunfo amanhã. É uma formação sem pressão, bastante motivada e com vários ciclistas completos a andar bem, o que facilita esta operação. Matias já foi 3º em Viseu, conhece muito bem este final.

Um final menos complicado é favorável a Scott McGill face ao que aconteceu em Castelo Branco, o norte-americano é claramente um sprinter muito poderoso que não passa assim tão bem a montanha. McGill já provou que se consegue desenvencilhar relativamente bem sozinho, mas a Wildlife está curta em termos de ciclistas, só tem mais 4 elementos.

 

Outsiders

Com uma excelente explosão, mas algo irregular e com alguns problemas de colocação até agora tem estado César Martingil. Um corredor com algum trabalho de pista, que prefere este tipo de sprints planos, o ciclista da Rádio Popular-Paredes-Boavista é um forte candidato se estiver nos 5 primeiros quando se lançar o sprint.

Consideramos que a fuga tem algumas chances de vitória já que a Glassdrive já não tem tanta motivação para perseguir, a Euskaltel deve ter Etxeberria lá e a Wildlife já está curta em termos de números. Hoje as coisas não correram nada bem à Efapel, portanto vão querer dar a volta amanhã. Rafael Silva até é um bom sprinter, mas pode achar que tem mais chances através da escapada, tem liberdade pois já está a mais de 15 minutos na geral.



Marcos Jurado é um ciclista que conhece bem as estradas portuguesas, a Volta a Portugal e como funciona o nosso pelotão. Por isso mesmo pode sentir que amanhã tem uma boa chance de sucesso na fuga e entrar na mesma. Depois tem alguma experiência nesse departamento e vai querer jogar as suas cartas longe da meta.

 

Possíveis surpresas

Aqui entre nós confidenciámos que quando não colocarmos Juan José Lobato nos favoritos (o que nós fizemos nas últimas 2 chegadas) ele ganha, pois bem, seria irónico isso acontecer amanhã, numa chegada menos dura relativamente à preferência do espanhol. Oliver Rees mostrou hoje que é muito mais um puncheur do que um trepador, com a relativa escassez de sprinters pode estar novamente na luta pelo triunfo, bem como o seu compatriota Thomas Armstrong, muito regular até agora. Luís Gomes já se conseguiu imiscuir entre os melhores em Castelo Branco, o problema é que amanhã contará com o desgaste extra de hoje e não é um puro sprinter. Para o sprint há ainda que referir Oscar Pelegri e Tomas Contte, ainda massacrado da queda que teve, mas ambos também preferiam mais alguma dureza. Para a fuga ou um ataque final é que há mais algumas opções, falamos de Carlos Oyarzun, Alvaro Trueba, Gonçalo Amado, Gonçalo Leaça e Keegan Swirbul.

 

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são: Fábio Costa e Joey Rosskopf.



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