A Vuelta entra em Espanha e logo com a primeira chegada em alto da competição! Quem irá vencer? Teremos algo dos favoritos à vitória final a ceder?

 

Percurso

A Vuelta chega, finalmente, a Espanha e logo com a primeira chegada em alto da competição. Os primeiros 50 quilómetros têm duas contagens de montanha, uma de 2ª e uma de 1ª, subidas já muito longas que os ciclistas ainda não tiveram nos primeiros dias. O Puerto de Miravete (7,9 kms a 4,4%), a 50 quilómetros do fim, servirá para o primeiro desgaste, mas tudo se vai decidir na subida final.



Pico Villuercas tem 14,6 quilómetros de extensão a 6,2% de inclinação média. Sim, inclinação média porque esta é uma subida que engana bastante. Os primeiros 10 quilómetros são muito suaves, não passam os 5% e, depois, há 3 quilómetros a 13,4% É nessa fase que se vão fazer diferenças, o quilómetro final alivia para 6-7%.

 

Táticas

Ao quarto dia de competição, a Vuelta tem a sua primeira chegada em alto. Nem sempre, as primeiras etapas de montanha são decididas pelos homens da geral pois marcam-se uns aos outros e isso permite que a fuga tenha o seu sucesso. É certo que isso não se verificou no ano passado, quando ganhou Remco Evenepoel, mas em 2022 ganhou Jay Vine e em 2021 o triunfo sorriu a Rein Taaramae.

Para amanhã, há duas equipas a ter em atenção. Só vemos Red Bull BORA e UAE Team Emirates a poder controlar a etapa e a levar a discussão para o final entre os favoritos. A parte intermédia de Pico Villuercas é muito dura, pode provocar diferenças na geral mas também há o caso de existir receio entre os homens da geral, talvez joguem mais na defensiva do que ao ataque. Damos 60/40 de possibilidades para a vitória da fuga.

 

Favoritos

Florian Lipowitz deu um salto qualitativo esta temporada. O alemão pode ter vindo com a missão de ajudar Roglic no entanto a Red Bull-BORA costuma dar liberdade aos seus ciclistas. Já com vários triunfos este ano, Lipowitz tem-se revelado como um trepador muito explosivo.



Outra equipa com homens da geral que costuma dar liberdade é a Movistar e, nesse cenário, colocamos Einer Rubio como principal destaque. O colombiano nem sempre é um ciclista regular mas quando está bem é um perigo à solta. Já sabe o que é ganhar em Grandes Voltas.

 

Outsiders

Guillaume Martin afirmou que não vem pensar na geral e quer despedir-se da Cofidis com uma vitória. O francês é um corredor muito combativo, está sempre em muitas fugas ao longo das Grandes Voltas. Mesmo assim, raramente vence, só que a Cofidis consegue extrair grandes resultados da Vuelta. Os astros estão alinhados.

Primoz Roglic tem um final perfeito para si. Se quer mostrar que está forte e pronto para a conquista da Vuelta tem de dar um murro na mesa amanhã. Com esta concorrência, e tendo em conta a chegada, o esloveno tem de ser o grande favorito, pendentes inclinadas, subida não muito extensa, podendo guardar-se para o sprint.



Uma das surpresas de amanhã pode ser Lennert van Eetvelt. O belga já ultrapassou os problemas físicos e chega muito confiante à Vuelta. Vencedor de uma chegada em alto no UAE Tour, Eetvelt estará confiante que pode repetir triunfo no World Tour, agora contra os tubarões. Adora pendentes inclinadas.

 

Possíveis surpresas

Amanhã é o dia ideal para começarmos a ver os ciclistas que vieram com intenções de vencer etapas a atacar. É nesse cenário que colocamos Filippo Zana. O italiano não vai focar-se na geral, já o fez no Giro, está na hora de procurar vencer uma etapa. Outro italiano que pode brilhar é Giulio Ciccone, um ciclista perfeitamente talhado para este final e que tão bem se dá em terras espanholas. Não podemos só acreditar que a UAE Team Emirates se vai focar na geral, sem Tadej Pogacar a música pode ser outra. A correr em Espanha, Marc Soler pode ter a sua oportunidade de brilhar, ele que já venceu na Vuelta, um trepador muito combativo. Uma alternativa é o estreante Isaac del Toro, alguém capaz de grandes exibições quando menos se espera. Uma subida com pendentes inclinadas pode ser excelente para Dylan Teuns e Michael Woods, um duo muito perigoso da Israel-Premier Tech. Ainda para a fuga, olho em Pablo Castrillo e Harold Tejada.



Para a geral, a UAE Team Emirates pode usar a sua superioridade numérica, com Adam Yates e João Almeida a poderem aproveitar isso mesmo. O britânico é um ciclista mais explosivo que o português mas em caso de sprint, ambos se dão muito bem. Chegou o momentto da verdade para vermos o que vale Mattias Skjelmose numa Grande Volta. Para começar a ganhar confiança não podia pedir uma chegada melhor, o campeão dinamarquês é muito explosivo. Entre os favoritos, cuidado com Richard Carapaz e Max Poole.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são David Gaudu e Lorenzo Fortunato.

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