Após um merecido dia de descanso, o pelotão da Volta a Portugal regressa à estrada para mais uma etapa. Jornada bastante traiçoeira, com muitas armadilhas que podem dificultar a vida aos homens rápidos.

 

Percurso

Partida de Penedono, um início bastante ondulante até à contagem de montanha de 4ª categoria em Mêda ao quilómetro 25. Depois praticamente 75 quilómetros acessíveis, ou em descida ou em plano, apenas com uma subida não categorizada pelo meio, que leva ao sopé da subida para a Serra de Bornes (12,1 kms a 4,5%), uma subida que apenas mete medo pela extensão. O terreno rompe-pernas continua, meta volante em Macedo de Cavaleiros, antes de nova contagem de montanha, esta no Cabeço de Santa Engrácia (3,9 kms a 4,4%).



Restam 38 quilómetros para a meta e, invariavelmente, o terreno continua a ser bastante ondulante, com curtas subidas e curtas descidas. A 16 quilómetros do fim, a primeira passagem pela meta a coincidir com uma meta volante em Bragança. A 10 quilómetros do fim, uma colina com 2300 metros a 4% pode animar a corrida que muito rapidamente irá chegar ao final, que é em ligeira subida.

 

Táticas

Em teoria, esta poderia não ser uma etapa para os sprinters no entanto com tão poucas oportunidades para os homens rápidos presentes na Volta a Portugal, acreditamos que os mesmos possam ter a sua oportunidade. A chave da corrida pode estar na Serra de Bornes, algumas equipas podem querer endurecer o ritmo para dificultar a vida aos sprinters mais puros. Aí vemos a Porject Echelon, Aviludo-Louletano-Loulé Concelho, Esukaltel-Euskadi e até a Sabgal/Anicolor a poderem correr de uma forma mais agressiva.

O problema principal é que ainda fica a faltar muito para a chegada a Bragança, vai ser preciso uma união muito grande no pelotão e, se forçarem muito, também podem ficar curtos de homens de trabalho. Isto pode abrir a oportunidade de ataques na fase final, o terreno é propício a isso. A reta da meta tem apenas 400 metros de extensão.

 

Favoritos

Scott McGill é daqueles que não se vai importar de uma corrida mais endurecida. O norte-americano passa bem este tipo de dificuldades e terá uma equipa totalmente focada em si, o seu objetivo é vencer uma etapa. Tyler Stites será essencial na parte final, é um lançador importante, algo que faltou a McGill em Marvila, quando terminou em 3º.



Um dia com alguma dureza e um final em ligeira subida são notícias perfeitas para Tomas Contte. O argentino esteve perto de ganhar em Marvila, foi o melhor dos sprinters, se descontarmos o ataque surpresa de Tivani. A Aviludo-Louletano-Loulé Concelho está com a confiança em alta e, depois de tanto tentar ao longo das últimas temporadas, Contte quer vencer na Volta a Portugal.

 

Outsiders

Andoni de Abetxuko é mais um sprinter bastante completo. O sprinter basco peca um pouco pelo fraco posicionamento, muitas vezes custa-lhe um resultado melhor, já que tem de gastar muitas energias na luta por um bom lugar. Se James Fouché o conseguir deixar bem colocado, Abetxuko pode dar a segunda vitória consecutiva à Euskaltel-Euskadi.

Daniel Babor espera uma corrida menos endurecida, o checo nem sempre consegue corresponder quando existem dificuldades. Apesar de tudo, ficam longe da meta, Babor tem de saber sofrer, pois sabe que a parte final é mais acessível. Não quer sair de mãos a abanar da Volta a Portugal, uma Caja Rural que desiludiu nesta primeria fase.

As subidas também não são as melhores notícias para Leangel Liñarez. O campeão pan-americano vai ter que cerrar os dentes, dar tudo o que tem para passar com os melhores. Apenas 5º em Marvila, depois de ter visto a sua equip trabalhar todo o dia, terá um pouco mais de pressão. Tem o melhor comboio da competição, pode ser fundamental amanhã.

 

Possíveis surpresas

Com a geral muito complicada, está na hora da Sabgal/Anicolor apostar em vencer etapas e amanhã é um bom dia para Luís Mendonça. Longe de ser um puro sprinter, o experiente ciclista português adora estes dias mais complicados, ele que sabe posicionar-se como poucos nas chegadas em pelotão compacto. Líder da classificação por pontos, não ser de estranhar ver a Aviludo-Louletano-Loulé Concelho apostar em Nicolas Tivani, um ciclista muito completo que precisa de continuar a somar pontos. Noutro cenário, Tivani e Contte podem sprintar cada um por si. Por falar numa equipa com várias alternativas, se Leangel Liñarez não estiver nos seus dias, a Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua pode dar a oportunidade a João Matias. O português passa melhor as dificuldades e foi num grupo mais reduzido que venceu na Volta a Portugal do ano passado.



A Iles Balears Arabay também tem duas opções para amanhã, Sergi Darder caso a corrida não seja tão dura e Alex Molenaar num cenário em que o pelotão chega mais reduzido a Bragança. Miguel Angel Fernandez é a aposta da Kern Pharma, o espanhol esteve longe do seu melhor em Marvila, está a faltar algo para conseguir bons resultados esta temporada. Na Burgos-BH, muita atenção a Oscar Pelegrí, sempre muito regular, o experiente espanhol pode conseguir aproveitar esse fator. Uma corrida mais endurecida também será do agrado de Francisco Campos, o português não conseguiu sprintar na etapa 2, amanhã quererá estar na luta. Luís Gomes tem estado bastante discreto, nem parece normal do ciclista luso. Para além de uma opção para um final em pelotão reduzido, é um ciclista que pode atacar nas dificuldades finais e fugir ao grande grupo.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Raul Rota e Rodrigo Caixas.

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