O pelotão da Vuelta continua pelo País Basco e tem pela frente mais um dia de média montanha. Será dia de fuga ou Primoz Roglic vai voltar a mostrar quem manda?

 

Percurso

Continuando pelo País Basco, os ciclistas terão uma maratona de quase 190 quilómetros e com 5 contagens de montanha. As primeiras três subidas não deverão servir para ataques, apenas para endurecer a corrida, ficam bastante longe da chegada no entanto a primeira passagem pelo Alto del Vivero (4,6 kms a 7,9%) deverá separar as águas.



Esta subida termina a 43 quilómetros, rapidamente os ciclistas vão até Bilbao, onde irão passar uma primeira vez pela linha da meta. A 18 quilómetros da chegada inicia-se nova escalada até ao Alto del Vivero, antes de uma rápida descida de 13 quilómetros até Bilbao.

 

Táticas

Primoz Roglic já está de vermelho e já tem uma vitória em etapa, o que pedir mais em apenas 4 dias? O esloveno já está no controlo das operações, hoje a Jumbo-Visma estava interessada na perseguição, talvez amanhã não se queira desgastar tanto sabendo que a etapa é mais dura e, no dia seguinte, há o primeiro dia de montanha. A BORA-Hansgrohe ajudou a formação neerlandesa hoje, talvez o faça amanhã. Outra equipa que pode estar interessada na perseguição é a Quick-Step.

Os primeiros 80 quilómetros relativamente planos não são boas notícias para a fuga e para alguns dos trepadores que queiram integrar a fuga, torna-se bastante mais complicado para estes. Ou temos a corrida a um ritmo louco até ao aparecido das dificuldade ou então uma fuga forma-se nos primeiros quilómetros, sem ciclistas de maior perigo. A escapada tem hipóteses de chegar, talvez 60/40 a favor do pelotão.

 

Favoritos

Primoz Roglic e a Vuelta parecem combinar a 100%, a melhor versão do esloveno aparece sempre aqui, hoje esteve imparável. Não deverá correr na ofensiva, nem precisa disso, mas se sentir a oportunidade, tal como hoje, é muito complicado de bater. Com uma corrida bastante endurecida, será dos ciclistas mais rápidos.



A BORA-hansgrohe não colheu frutos depois do trabalho de hoje, o que só lhes dará mais motivação daqui para a frente. Com várias cartas para jogar, a formação alemã pode atacar à vez e Wilco Kelderman é um dos nomes a ter em atenção. O neerlandês é muito regular, raramente ganha, mas está sempre na luta. Seja em solitário ou num pequeno grupo, Kelderman é um sério candidato.

 

Outsiders

Remco Evenepoel estará no seu terreno, não fosse ele o vencedor da recente Clássica San Sebastian. Esse é o tipo de subida que o prodígio belga adora, é um corredor que não tem medo de atacar. Evenepoel sabe que será marcado diretamente por Roglic e companhia mas quando está num dia super e muito difícil seguirem-no.

Depois de já ter perdido bastante tempo no dia de hoje, Bob Jungels tem a liberdade necessária para estar na frente. O luxemburguês reencontrou a melhor versão de si e é neste terreno que pode fazer diferenças. Para vencer tem que atacar de longe, tal como fez no Tour, onde também demonstrou enorme qualidade a descer.



Luis León Sanchez é um especialista neste tipo de etapas, nos seus anos áureos estava sempre na discussão. Aos 38 anos, o murciano parece estar a redescobrir as pernas de outros tempos, não viesse ele de ser 14º no Tour. Não é uma ameaça à geral final, pelo que o veterano pode gozar de alguma liberdade para atacar na descida para Bilbao.

 

Possíveis surpresas

Ethan Hayter sofreu no dia de hoje, mas esteve na luta. O britânico costuma pecar pelo posicionamento mas sabe como aguentar as dificuldades. Esperará por uma corrida menos endurecida e, num final plano, terá mais hipóteses. Quentin Pacher adora este tipo de perfis de etapa, este ano deu um enorme salto qualitativo e o resultado de hoje é sinal disso. Conseguirá Mads Pedersen sobreviver às dificuldades? Será muito complicado, mas o dinamarquês está em excelente forma, não pode ser descartado. Sergio Higuita, Tao Hart, Julian Alaphilippe, Fred Wright e Juan Ayuso são candidatos em caso de sprint, são corredores rápidos em grupos restritos. Olhando para a fuga, e depois do teste de hoje, Alexey Lutsenko volta a ser um sério candidato, sendo que ainda temos que mencionar Jesus Herrada, Jay Vine, Harry Sweeny, Bruno Armirail, Marc Soler e Thibaut Pinot.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Pavel Sivakov e Samuele Battistella.



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