Ao 5º dia os ciclistas terão pela frente uma etapa monstruosa, com 225 kms e 4700 metros de acumulado, a dureza está de volta ao Giro 2020!
Percurso
Um autêntico Inferno logo ao 5º dia, 225 kms e 4700 metros de acumulado, será um teste daqueles. Depois de 100 kms relativamente calmos, a etapa irá mudar na última contagem de 3ª categoria, que são 14 kms a 5%. Segue-se um sobe e desce constante com 4 colinas a destacar, todas elas entre os 1,5 e 3 kms, a rondar os 5%.
Depois existe uma longa descida e 4,8 kms a 6,2% que, por algum motivo, não são categorizados. Nova fase de descida antes de entrarmos na subida final, com 23 kms a 5,8%, é um verdadeiro monstro. Os primeiros 4 kms rondam os 7% e a meio há um quilómetro a mais de 11%, bastante duro e é aqui que podem surgir ataques mais sérios.
O alto fica a 11,5 kms da meta, sendo que o último quilómetro tem uma inclinação média de 2,4%, importante caso haja alguma discussão ao sprint entre um grupo reduzido.
Tácticas
Fase ainda muito precoce do Giro, será que alguma equipa pegará na corrida sem ser a Quick-Step com a obrigação da camisola rosa? Até chegar a última subida duvidamos muito, e mesmo a equipa belga só fará o controlo de perto se existir algum perigo para a geral na fuga inicial.
São 225 kms, uma etapa realmente muito duro e complicada de controlar, não há propriamente um bloco dominador (talvez o da Trek-Segafredo seja superior, mas há mesmo necessidade de desgastar a equipa assim na 5ª etapa?). Portanto, vemos uma escapada de 10 a 15 elementos a resultar, sem perigos para a geral nela obviamente.
Existe ainda um cenário alternativo possível. Essa fuga conter Fausto Masnada ou James Knox para a Quick-Step assegurar que a camisola rosa fica em sua posse, ambos estão muito bem colocados na geral.
Favoritos
Valerio Conti é um especialista neste tipo de etapas e terá carta verde para procurar um triunfo. Ciclista com muita experiência neste tipo de situações, sabe entrar na fuga certa. Pode também querer a classificação da montanha e com duas 3ª categorias e uma 1ª categoria, é um dia importante.
Jonathan Castroviejo está no limite para ter autorização das principais equipas para entrar na fuga, estando a 6:31 na geral. O espanhol da Ineos Grenadiers, equipa agora órfã de um líder, perdeu todo este tempo na 2ª etapa, visto que no Etna acompanhou os melhores, está em grande forma.
Outsiders
Carl Fredrik Hagen brilhou na Vuelta 2019 com um top 10 final, agora está a correr sem pressão visto que já tem contrato para 2021 e veio ao Giro à caça de etapas. Estando a mais de 8 minutos tem alguma liberdade e pode aproveitar para se aproximar na geral.
Entre os candidatos à vitória final cuidado com Wilco Kelderman, o holandês da Team Sunweb mostrou grande capacidade física no Etna e até atacou, o que é raro nele. A subida na sua maioria sem grandes pendentes é boa para ele, e também tem uma boa ponta final.
A Movistar chega aqui sem ciclistas propriamente a pensar na classificação geral, portanto Dario Cataldo tem liberdade plena para atacar num terreno que é precisamente o seu. O veterano italiano fez o Tour e essa rodagem pode ser ouro nesta primeira semana de Giro.
Possíveis surpresas
Como se viu no Etna, o jogo entre os primeiros da geral está muito igualado, Jakob Fuglsang deu sinais muito bons mesmo depois da Astana ter perdido 2 corredores fulcrais, Nibali não costuma estar tão bem logo a abrir as Grandes Voltas, Rafal Majka confirmou ter boas pernas depois do Tirreno-Adriatico e mesmo Domenico Pozzovivo foi uma agradável surpresa. João Almeida amanhã pensará mais em defender a rosa, sabendo que se a conseguir manter amanhã, em princípio está segura até à 9ª etapa. Pello Bilbao também andou bem e é um corredor ofensivo nestes cenários, e que sprinta bem. Para a fuga há múltiplas opções, mas destacamos Kilian Frankiny, Thomas de Gendt, Jack Haig, Ruben Guerreiro e Chris Hamilton.
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são: Jaakko Hanninen e Attila Valter.