Terceiro duelo da competição entre os homens rápidos, será que depois de Tim Merlier e Jonathan Milan teremos um ciclista diferente a levantar os braços?

 

Percurso

Uma terceira oportunidade para os sprinters nesta ligação entre Genova e Lucca e tal como em dias anteriores há algum terreno para, eventualmente, fazer alguma selecção. Os primeiros 65 quilómetros concentram a grande maioria da dureza da etapa, quase 2000 metros de acumulado, onde se incluem 2 colinas e uma contagem de 3ª categoria bem longa. O resto da jornada é super acessível, com a excepção da contagem de 4ª categoria de Montemagno, que tem 3000 metros a 4,3%. É uma subida muito estável e o final em Lucca será novamente muito rápido, em terreno plano ou ligeira descida, as curvas evidenciadas no quilómetro final creio que serão feitas a toda a velocidade e pode nem ser preciso travar.

 

Tácticas

A grande questão é se alguma equipa vai tentar fazer uma pequena selecção como aconteceu hoje, em que Fabio Jakobsen chegou a ficar para trás e Fernando Gaviria também mostrou algumas dificuldades. Uma das equipas potencialmente interessadas nisso, a Intermarche-Wanty, perdeu Biniam Girmay e não vejo a Lidl-Trek a fazer isso, a DSM forçar o ritmo para Tobias Lund enquanto Jakobsen fica para trás seria algo ridículo, talvez só a Visma esteja realmente interessada e mesmo assim já perdeu Robert Gesink. Creio que vai dar sprint com todos ou quase todos, até porque aquela 4ª categoria ou é feita a voar ou não vai fazer diferenças porque não tem grandes pendentes.

 

Favoritos

Jonathan Milan – Já tinha ameaçado na primeira etapa ao sprint, voltou a mostrar todo o seu poder hoje, o italiano é mesmo um portento de força e partindo de uma boa colocação é quase imbatível, um bocadinho como acontecia com Marcel Kittel no seu melhor. Também se provou hoje que a Lidl-Trek tem o melhor comboio aqui presente, esta combinação Stuyven-Consonni-Milan pode ser letal caso acertem no timing.




Olav Kooij – Creio que estes duros dias de competição beneficiam o motor do holandês, que é muito explosivo, mas não tem o arranque e a potência de Milan. Hoje também saiu prejudicado por um encosto onde saiu por baixo, mas é preciso lembrar que Christophe Laporte não é um lançador qualquer. É dos corredores que globalmente melhor passa a montanha.

 

Outsiders

Tim Merlier – Um dos sprinters dominadores do ano, dos melhores a par de Philipsen e Milan e que melhor se consegue colocar no meio do caos, isto porque o comboio da Soudal não é propriamente o mais experiente, com Luke Lamperti à cabeça. Não gostei das declarações no final da etapa a dizer que teve alguns momentos de medo no sprint , veremos se não fica novamente mais retraído num sprint rápido.

Phil Bauhaus – Não tem praticamente comboio, Andrea Pasqualon hoje ainda por cima tentou acompanhar Filippo Ganna e o alemão ficou apenas com o seu compatriota Jasha Sutterlin. O germânico costuma colocar-se muito bem e adapta-se bem a todo o tipo de sprints, poderá perfeitamente fazer mais pódios neste Giro.

Alberto Dainese – Um ciclista um bocadinho de tudo ou nada e que tem pecado na colocação, ainda não o vi ficar completamente sem pernas com uma boa colocação, daí a inclusão aqui. Para além disso no papel o comboio Trentin-Mayrhofer-Dainese é dos melhores e mais completos aqui.

 

Possíveis surpresas

Kaden Groves – Surpreendeu-me hoje pela excelente recuperação que fez e a certo momento parecia mesmo que ia bater Jonathan Milan. Numa época que estava a ser tão cinzenta, por vezes estes momentos permitem um salto de confiança e de qualidade muito grande.




Caleb Ewan – Continua com os problemas crónicos de confiança e colocação, infelizmente no final da etapa de hoje decidiu “culpar” a equipa por isso, dizendo que não ajuda nada a equipa trazer um bloco dividido. O que dirão Kooij e Bauhaus e o que dirá a equipa que já apanhou tantas desilusões depois de apostar totalmente em Ewan?

Madis Mihkels – Tem caminho livre com o abandono de Biniam Girmay e tem potencial para integrar o top 5, o ciclista da Estónia é um talento incrível e acho que merecia 1 ou 2 oportunidades mesmo com o eritreu em prova.

Fernando Gaviria – Será que o colombiano consegue recuperar as melhores sensações? Tenho muitas dúvidas, ainda não o vimos tentar a sua imagem de marca, o sprint de 400 metros.

Max Kanter – Hoje sprintou Ballerini, possivelmente amanhã será o alemão que tão boa conta de si tem dado este ano, principalmente porque invariavelmente consegue um bom posicionamento.

Laurence Pithie – Daqueles ciclistas que prefere claramente um pelotão mais reduzido, acho que este tipo de etapas é para somar uns pontos e tentar fazer top 10.

Juan Sebastian Molano – Finalmente tem conseguido esconder-se um pouco e poupado algumas energias, a UAE tem passado a responsabilidade de trabalhar nestas etapas para as equipas dos sprinters. O colombiano tem potencial de vitória ou pódio, Rui Oliveira terá um papel crucial.

Fabio Jakobsen e Tobias Lund Andersen – Acho que falta alguma clareza e discernimento à DSM neste momento, Jakobsen parece sentir dificuldade em qualquer colina e muito longe do melhor nível, o dinamarquês será a melhor opção neste momento.

Filippo Ganna – Um nome para um ataque parecido com o de hoje, o italiano vai tentar aproveitar alguma desorganização das equipas dos sprinters.

 

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são: Davide Ballerini e Giovanni Lonardi.

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