Nova etapa de média montana e a primeira grande oportunidade para uma fuga poder triunfar no entanto alguns dos sprinters não quererão desperdiçar mais uma chance.
Percurso
Vem aí uma etapa muito ondulada e complicada de controlar, com 2 contagens de 2ª categoria e 2 contagens de 3ª categoria é possível que haja novo líder da classificação da montanha. As dificuldades (3 das 4 subidas categorizadas) estão concentradas nos últimos 70 kms, o que deixa tudo ainda mais difícil para os sprinters.
A 65 kms da meta está o Cote du Haut-Koenigsbourg, com 5,9 kms a 5,9%, que servirá para endurecer a corrida. Na nossa opinião o desfecho da corrida será decidido no Cote ds Trois Epis, a 35 kms da meta. É a montanha mais dura, com 5000 metros a 6,7% e caso seja endurecida tem tudo para terminar um pelotão muito reduzido em Colmar. A última subida está a 20 kms do final e tem 4600 metros a 6,1%. A aproximação à meta é feita em terreno plano e pode permitir algum tipo de reagrupamento.
Tácticas
Esta é a primeira real oportunidade para a fuga, numa etapa destas há que colocar a questão: quem vai perseguir? Caso a escapada inicial não tenha nenhum ciclista que esteja a menos de 2/3 minutos na geral, ou seja, nenhum dos 65 primeiros, e se tiver mais de 8 elementos, pensamos que sairá daí o vencedor do dia.
Caso esteja nesse grupo alguém que seja um perigo para a camisola amarela de Julian Alaphilippe a Quick-Step irá perseguir para manter a liderança. Aí controlará a diferença e equipas como a Mitchelton-Scott e a Team Sunweb podem ajudar na perseguição para um sprint em grupo reduzido. Com uma chegada em alto no dia seguinte pensamos que nenhuma equipa da geral vai querer mexer. Com tantas subidas será uma etapa que está no limite para Michael Matthews e Matteo Trentin, os sprinters que sobem melhor, e muito no limite para Sagan e Colbrelli.
Favoritos
A Team Sunweb veio aqui com o pensamento somente em vencer etapas e tem em Michael Matthews o seu principal ciclista para isso. No alinhamento estão alguns bons trepadores que podem ajudar na perseguição e ontem se analisarmos bem muitos desses ciclistas perderam tempo, talvez a pensar na etapa de amanhã, casos de Kragh Andersen, Kamna ou Roche. Terão de encontrar um bom equilíbrio entre conservar unidades para o final e forçar o ritmo para deixar para trás Peter Sagan.
Dos ciclistas que já perderam tempo, talvez a pensar na etapa de amanhã há alguns que saltam à vista, e um deles é Lilian Calmejane. Consideramos que o francês é a maior esperança da Total Direct Energie para ganhar uma tirada e sabe bem como o fazer. É verdade que não está a ter uma grande temporada, mas pode aparecer no momento certo. Hoje estou as suas pernas.
Outsiders
Matteo Trentin já venceu jornadas muito parecidas com esta no passado em grandes exibições, nomeadamente na Vuelta. A Mitchelton-Scott está focada também em Adam Yates na geral, mas poe perfeitamente dispensar Daryl Impey e Jack Haig para ajudar em perseguições.
Patrick Bevin tem algumas das características necessárias para a vitória, já perdeu muito tempo na geral, passa bem a média montanha e tem uma boa ponta final. A CCC Team está a tentar muito, Avermaet e Schar já estiveram em fugas e tentarão colocar alguém na frente amanhã. O bom contrarrelógio colectivo que fizeram mostra que há ali muita força.
Existe também a possibilidade de um ataque já depois da última subida e que as equipas dos sprinters não tenham ninguém para perseguir. Nesse caso olhamos para um dos corredores que está a fazer a sua melhor temporada de sempre: Jesus Herrada. Venceu na clássica do Mont Ventoux, nos Nacionais de Espanha foi o que mais se aproximou de Valverde e Luis Leon Sanchez e tem uma mentalidade ofensiva. Está a mais de 1 minuto na geral.
Possíveis surpresas
Nos seus melhores dias, Peter Sagan consegue ultrapassar estas subidas. O terreno é duro o suficiente para deixar os principais homens rápidos para trás e após um dia complicado, o eslovaco costuma sprintar bastante bem. Julian Alaphilippe é sempre um nome a ter em conta se a etapa se discutir ao sprint num grupo mais reduzido. Wout van Aert e Oliver Naesen são outros sérios candidatos a poderem ganhar. A Bora-hansgrohe pode muito bem colocar um ciclista na fuga de maneira a não trabalhar e se o fizer Maximilian Schachmann é a alternativa mais credível. Este é um terreno perfeito para si, não muito duro, mas duro o suficiente para fazer diferenças e em grupos reduzidos o campeão alemão é rápido. Hoje Tim Wellens desligou-se da corrida bastante cedo, talvez já pensando no dia de amanhã, onde também há bastantes pontos para a montanha. Não o deixei ir em solitário! A Astana é uma equipa que, mesmo estando na luta pela geral, costuma colocar sempre ciclistas em fuga e neste tipo de etapas Omar Fraile é uma opção viável, um ciclista combativo, que passa bem a montanha e sprinta razoavelmente bem. A Wanty vai querer estar na frente e o talentoso Xandro Meurisse deve andar por lá, pois está na luta pela montanha e adapta-se perfeitamente a esta tipo de etapas. Atenção, ainda, a Fabio Felline, Nicolas Edet e Matej Mohoric.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Alexey Lutsenko e Gregor Mühlberger.