Está na hora do primeiro grande dia deste Tour! O empedrado volta a marcar presença na competição francesa e todos os favoritos quererão passar este teste com distinção. Quem sairá mais prejudicado?

 

Percurso

Primeira grande etapa deste Tour de France, o regresso do pavê! Saída de Lille em direção a Arenberg com 11 setores de empedrado à espera dos ciclistas em apenas 71 quilómetros. Os setores são os seguintes:




  1. Fressain à Villers-au-Tertre (3 estrelas, 1400 m)
  2. Eswars à Paillencourt (2 estrelas, 1600 m)
  3. Wasnes-au-Bac à Marcq-en-Ostrevent (3 estrelas, 1400 m)
  4. Émerchicourt à Monchecourt (3 estrelas, 1600 m)
  5. Monchecourt à Émerchicourt (3 estrelas, 1300 m)
  6. Abscon (2 estrelas, 1500 m)
  7. Erre à Wandignies-Hamage (4 estrelas, 2800 m)
  8. Warlaing à Brillon (3 estrelas, 2400 m)
  9. Tilloy-lez-Marchiennes à Sars-et-Rosières (4 estrelas, 2400 m)
  10. Bousignies à Millonfosse (3 estrelas, 1400 m)
  11. Hasnon à Wallers (3 estrelas, 1600 m).

O setor 11 aparece apenas para ambientar os ciclistas, sendo que depois existem 5 setores em apenas 19 quilómetros. Após uma pequena pausa, em 22 quilómetros surgem outros 5 setores, com o último a estar situado a somente 5500 metros da chegada.

Tácticas

Esta é uma etapa que se vai jogar em 2 frentes e uma jornada muito aguardada pelo pelotão. Será certamente um dia muito nervoso, as quedas serão inevitáveis e a confusão vai reinar com possíveis furos à mistura. Analisando somente as probabilidades de vitória na etapa, os especialistas que tenham ciclistas na possível luta pela geral não devem ter grandes hipóteses. Jonas Vingegaard já disse que amanhã Wout van Aert vai estar ao serviço dele e de Roglic e a mesma coisa se vai aplicar a Ganna ou van Baarle.



Pensando somente no triunfo parcial vantagem clara para quem não tem um líder para proteger, recordando que em 2018, a última vez que se disputou uma etapa deste género no Tour foi John Degenkolb a vencer diante de Greg van Avermaet e Yves Lampaert, chegando os 3 juntos com uma vantagem de 19 segundos para o grupo mais próximo. Já referimos os casos da Jumbo-Visma e da Ineos-Grenadiers, para além desses corredores também Nils Politt, Marco Haller e Danny van Poppel, Oliver Naesen, Stan Dewulf, Stefan Kung ou Matej Mohoric devem ter algumas limitações devido aos seus líderes, amanhã pode-se perder uma hipótese de um bom lugar.

Há alguns blocos que se destacam para este tipo de corridas, aquele que chama mais a atenção é o da Quick-Step, que vai usar tudo o que estiver ao seu alcance para colocar Lampaert e Senechal, sendo que é crucial ter capacidade para entrar nesta luta pelo posicionamento antes dos sectores. No papel, a Trek-Segafredo, a TotalEnergies e a Alpecin-Deceuninck também têm blocos muito sólidos e os seus ciclistas do empedrado têm alguma liberdade, sendo que Mads Pedersen e Mathieu van der Poel estão perto da liderança.

 

Favoritos

Que história seria se um ciclista que nem era para vir ao Tour ganhasse uma etapa. Florian Senechal conquistou o título francês de estrada e tem aqui a sua melhor hipótese em todo o Tour, numa equipa que já ganhou com Lampaert e Jakobsen, e por isso tem menos pressão em cima. Senechal não está na luta directa pela camisola amarela, o que é uma possível razão para se poupar um pouco caso um grupo ganhe vantagem e depois tem um bom sprint.



Com as atenções viradas para Mads Pedersen, a táctica da Trek-Segafredo poderá ser libertar Jasper Stuyven, um ciclista com um leque de resultados muito interessantes no Paris-Roubaix, e que seria ainda melhor não fosse alguns azares. Tal como Senechal, Stuyven tem um bom sprint, experiência nestas estradas, colegas que podem marcar os movimentos num grupo perseguidor e não está directamente na luta pela amarela. Parece-nos uma boa receita para amanhã.

 

Outsiders

O empedrado será chave para vermos se Mathieu van der Poel consegue o objectivo de vestir a camisola amarela. A Alpecin-Deceuninck está aqui para se mostrar e conquistar etapas, não tem ninguém a lutar pela geral e o neerlandês tem poupado alguma energia nestes dias comparativamente a alguns rivais. Em declarações disse que apenas tinha aquecido os motores nestas jornadas inaugurais e que o Tour a sério começa aqui para ele, não acha que 20 segundos seja irrecuperável, mas hoje perdeu mais alguns segundos.

Esta será talvez a melhor chance que Peter Sagan vai ter para vencer uma etapa. Vai ser uma batalha terrível pelo posicionamento, algo em que o eslovaco é incrível, tem muita experiência destas corrida e será secundado por Turgis, Oss, Bodnar e Boasson Hagen, quase parece um alinhamento para o Paris-Roubaix. Sagan sabe que não tem grandes hipóteses num sprint plano e que mesmo na média montanha não vai ser fácil bater Van Aert, Pedersen e Philipsen. A forma parece estar a melhorar e temos um Sagan pelo menos próximo do seu melhor.



Num sprint em pelotão reduzido o maior favorito na nossa opinião é Jasper Philipsen. O belga já fez o Paris-Roubaix, sabe muito bem o que esperar e conta com uma equipa forte ao seu lado. Está mais do que habituado a correr e a sprintar em clássicas belgas que têm alguns troços de empedrado e está com uma grande fome de vitória. Philipsen não é ciclista de ficar quieto, se todos marcarem Mathieu van der Poel, ele vai mexer-se.

 

Possíveis surpresas

Como já referimos, um Wout van Aert com liberdade seria sempre um forte candidato, estando amarrado a Vingegaard e Roglic é bem diferente. Ainda assim, caso os 2 líderes consigam integrar um dos primeiros grupos, nunca se sabe. Cremos que Mads Pedersen vai ser um dos ciclistas mais marcados, pela sua conhecida ambição de vestir a amarela, pela sua boa forma e pelo seu sprint depois de um dia duro. O dinamarquês será favorito de muitos à partida. Na Quick-Step, Yves Lampaert é outra séria hipótese, já em 2018 conseguiu integrar o grupo da frente e dá outra liberdade não ter de se preocupar com ciclistas da geral. Danny van Poppel seria outro corredor muito perigoso com liberdade, só que Vlasov não é propriamente o ciclista mais técnico e mais experiente, convém ter Haller e Politt com ele, veremos se Van Poppel tem carta branca. Na mesma situação que Van Poppel está o suíço Stefan Kung, aí a dúvida é se a Groupama-FDJ vai obrigar o suíço a ficar com David Gaudu ou não, sabendo que se calhar Geniets, Le Gac e Madouas também lá vão estar. Kung tem também o problema de não ser um bom sprinter. Como Meintjes já ligeiramente atrasado é provável que Bystrom e Pasqualon fiquem com ele e que Adrien Petit e Alexander Kristoff tenham liberdade total, a Intermarché continua a voar e este vai ser um duo bastante perigoso. A Team DSM não vem para a geral e amanhã é uma bela oportunidade para John Degenkolb (vencedor deste estilo de etapa em 2018) e para o jovem talento Nils Eekhoff. A Lotto-Soudal também tem boas cartas para jogar, Philippe Gilbert e Florian Vermeesch já fizeram pódio no Paris-Roubaix e de Caleb Ewan não esperamos grande coisa, mas é daqueles sprinters que quase do nada faz exibições incríveis. Para o top 10, atenção a Hugo Hofstetter, Amaury Capiot, Edvald Boasson Hagen, Guillaume Boivin, Luka Mezgec e Jeremy Lecroq.

 

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são: Anthony Turgis e Fabio Jakobsen.



By admin