Aí está a primeira etapa de montanha! Após duas chegadas ao sprint, os homens da classificação geral voltam a estar no centro das atenções com um dia bastante complicado. Conseguirá Adam Yates manter a camisola amarela?

 

Percurso

A primeira etapa de montanha deste Tour começa com 71 quilómetros planos, o ponto central desta fase é o sprint intermédio localizado em Lanne-en-Baretous. O Col du Soudet é a primeira grande dificuldade deste ano, logo uma categoria especial, com 15,2 kms a 7%, que servirá para muito desgaste no pelotão. A ação principal está guardada para os derradeiros 40 quilómetros, primeiro com o Col d’Ichère (4,2 kms a 6,2%) e depois com o Col de Marie Blanque.



Menos de 30 quilómetros separam o início desta subida até à meta, uma escalada com 7800 metros a 8,5%, com os últimos 4,8 quilómetros a 10,5%. No topo, há segundos de bonificação. Restam apenas 19 quilómetros para a chegada a Laruns, 12 em descida e 7 em plano, num final que se espera muito rápido.

 

Táticas

Chegamos à primeira etapa de montanha, o primeiro grande teste na classificação geral. É certo que as etapas no País Basco já fizeram estragos, mas não existiram subidas como aquelas que estão no percurso de amanhã, a verdadeira montanha está aí! A UAE Team Emirates deverá voltar a controlar a corrida, Adam Yates já teve o seu prémio merecido da liderança durante alguns dias, amanhã é dia de deixar tudo na estrada para Tadej Pogacar no entanto pode não singificar Pogacar de amarelo.

Já com ciclistas importantes atrasados, e apenas com a UAE Team Emirates para trabalhar (a Jumbo-Visma deverá ficar na expectativa), acreditamos que a fuga tem grandes hipóteses de vingar. A longa fase de plano até ao Col du Soudet será muito atacada, todos quererão estar na fuga e, se esta se formar apenas na subida, os homens da geral têm chances de vencer, caso contrário, será a primeria grande oportunidade para a escapada.

 

Favoritos

Entre os favoritos à vitória final, é difícil não apontar Tadej Pogacar. O esloveno tem procurado todas as oportunidades possíveis para meter tempo nos seus rivais, amanhã deverá voltar a atacar na subida final, depois da UAE Team Emirates aumentar o ritmo. Veremos quem o consegue seguir, deverão ser poucos, ou talvez ninguém. Num grupo com os homens da geral será sempre o mais rápido.



Felix Gall chega a este Tour num grande momento de forma e, depois de já ter perdido algum tempo, pode focar-se nas etapas. A AG2R Citroen sabe que tem aqui uma grande oportunidade de vitória, pois também vê que Ben O’Connor ainda não está no seu melhor, tendo perdido tempo nas duas primeiras etapas. O austríaco é um corredor muito completo, mostrou na Suíça que consegue subir estas montanhas e em grupos restritos é rápido.

 

Outsiders

É muito provável que Jonas Vingegaard consiga seguir Pogacar, o problema é, como é que o dinamarquês pode vencer esta etapa? A única forma de o fazer é chegar isolado, deixando o campeão esloveno para trás na subida, ou quem sabe na descida. Todo este cenário é muito complicado de acontecer, só que com Vingegaard não há impossíveis, é dos poucos capazes de fazer descolar Pogacar.

Sem o seu líder, a Movistar irá dar liberdade aos seus ciclistas e é neste cenário que entra Ruben Guerreiro. O ciclista português chegou com pouco ritmo competitivo, estes dias foram fundamentais para isso, e depois de uma etapa calma tem as energias todas reservadas para estar na frente. As subidas são ideais para o Cowboy de Pegões e mesmo em grupos reduzidos é rápido.



Tobias Halland Johannessen vinha em busca de etapas e aqui está a primeira oportunidade. O prodígio norueguês não está a ter o seu melhor ano, no entanto os grandes ciclistas aparecem sempre nas grandes provas. A Uno-X vai querer estar na frente e sabe que é com o seu talento que tem hipóteses, um corredor bastante explosivo.

 

Possíveis surpresas

Não podemos descartar Adam Yates de fazer mais um brilharete. Como já dissemos, deve voltar a ter o seu papel de gregário e preparar o ataque de Pogacar, mas se o esloveno e Vingegaard se entreolharem, Yates pode reentrar e aproveitar para atacar. Victor Lafay está a ser a grande surpresa deste Tour, o francês está a subir melhor que nunca, foi o único a acompanhar os dois monstros no País Basco. Não será fácil repetir tal feito, mas com a confiança em alta tudo é possível. Simon Yates ainda está de olho na camisola amarela, seguir os melhores não vai ser fácil mas depois de o ter feito de perto no sábado, depois de muito tempo sem competir, só mostra a sua qualidade. Jai Hindley, David Gaudu e Mikel Landa adoram este tipo de subidas, estão a andar bastante bem, numa etapa em que Pogacar e Vingegaard se marquem entre si, podem aproveitar. Entre os homens da geral, Carlos Rodriguez e Mattias Skjelmose são outros nomes a ter em atenção. Para a fuga, atenção a Neilson Powless, Antonio Pedrero, Valentin Madouas e Rui Costa.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Michael Woods e Matteo Jorgenson.



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