As dificuldades estão de regresso na Volta a Portugal e logo a seguir ao dia de descanso, o pelotão terá pela frente uma etapa muito traiçoeira.

 

Percurso

Regresso do descanso da pior maneira, com 165 kms entre Sernancelhe e Boticas. Não parece nada demais, mas são quase 3000 metros de acumulado, apesar de 2 contagens de 3ª categoria na 1ª metade, as atenções deverão estar nas últimas 2 subidas. A 30 kms da chegada temos a ascensão de Pinho (7.4 kms a 4.1%), mas as maiores diferenças serão feitas em Torneios, uns temíveis 4.7 kms a 8%, que acabem a 18 kms do final. Ainda há algum espaço para recuperações, com uma zona de falso plano, antes da descida para a meta. A última curva está a 400 metros do final.

 

Favoritos

Esta é uma tirada muito difícil, mais complicada do que aquilo que parece no perfil. A subida de Torneios deve ser fortemente atacada, como acontece sempre nas provas em Portugal, e podemos vir a ter um cenário parecido ao da 3ª etapa.

Ora, aí Raul Alarcon desferiu o primeiro ataque e depois distanciou-se de todos na descida. Amanhã, a subida final é muito mais dura e o espanhol pode tentar ir sozinho até Boticas. O camisola amarela está em grande forma e se há ciclista capaz de chegar isolado é o líder da W52-FC Porto. Em grupos restritos, também não é lento.

Em caso de sprint, Vicente Garcia de Mateos tem que ser considerado o grande favorito. O espanhol está cada vez mais à vontade na alta montanha e se na subida de Torneios ninguém se conseguir distanciar ou se tiver uma curta vantagem, o mais certo é um sprint. Líder da classificação da regularidade, Mateos tem sido muito consistente.

 

Outsiders

Até agora, nas quatro etapas mais difíceis, Edgar Pinto nunca fez pior que 6º. Excelente trepador, que este ano ainda não viu os azares baterem-lhe à porta, sabe o que é preciso para ganhar na Volta. Poderá atacar, mas para ganhar o mais provável será ao sprint, já que é bastante rápido.

Joni Brandão é um ciclista que não tem medo de atacar e vamos ver o corredor do Sporting/Tavira ao ataque em Torneios. Resta saber se vai conseguir distanciar os seus adversários, algo que não é de todo impossível. Sabe que para ganhar tem que chegar isolado.

Xuban Errazquin fez uma excelente subida às Penhas da Saúde, mostrando todo o seu potencial. O jovem espanhol pode aproveitar o facto de ter Edgar Pinto no grupo e, com superioridade numérica poderão atacar à vez, até algum deles conseguir sair do grupo, sendo que apostamos mais em Errazquin por não ser tão conhecido.

 

Possíveis surpresas

Quem também pode aproveitar a presença do seu líder é Frederico Figueiredo. O trepador português fez uma excelente etapa da Serra da Estrela, atacando e conseguindo chegar no grupo dos favoritos. O Sporting/Tavira vai querer endurecer a corrida e o luso terá um papel fundamental. Um pouco mais longe na geral, João Benta e Henrique Casimiro poderão ter alguma liberdade para atacar e conseguir ganhar algum tempo, eles que já se mostraram nas difíceis etapas da Volta. Atenção a Luís Fernandes, Domingos Gonçalves e Nathan Earle, que terão liberdade para atacar.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Daniel Mestre e Krister Hagen.

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