Segunda chegada em alto desta Vuelta e nova oportunidade para se fazerem diferenças. Após o que se viu hoje, a fuga tem hipóteses de vencer mas deixaram os favoritos escapar nova oportunidade?



 

Percurso

A etapa 6 da Vuelta tem quase 200 quilómetros e começa logo a subir. Ao quilómetro 6 existe uma curta subida antes do Puerto de Nogueruelas (9,9 kms a 4.6% mas com uma primeira metade bastante dura). Aqui deve formar-se a fuga do dia, seguindo-se logo o Puerto de Linares (6 kms a 6.6%).

A partir daí a tirada torna-se mais fácil, apesar do terreno rompe-pernas. As subidas só faltam a aparecer 120 quilómetros depois Puerto de Culla (10 kms a 4%). Pode ser palco de algumas movimentações ou testes de equipas mas tudo se vai decidir em Ares de Maestrat. 7 700 metros de uma subida muito regular, que nunca passa os 6,7% mas anda sempre a rondar os 5-6%.

 

Favoritos

Após o que se viu hoje, onde o pelotão podia, facilmente, ter controlado uma fuga de 3 ciclistas e decidiu fazer “birra”, acreditamos que amanhã tem tudo para ser novo dia para a escapada, ainda para mais com o início complicado e com a subida final não muito dura, não sendo propícia a fazer grandes diferenças.

Hoje José Herrada falhou no entanto amanhã pode ser o dia do seu irmão Jesus Herrada. O espanhol está a ter uma temporada excelente, mostrando uma capacidade de trepador que ainda não tinha evidenciado, ganhando o Mont Ventoux Challenge a Romain Bardet. O Tour não correu muito bem, no entanto o espanhol costuma andar sempre bem na sua Grande Volta. Uma subida não muito longa e não muito boa assenta que nem uma luva ao corredor da Cofidis.



Wout Poels perdeu bastante tempo no domingo e hoje, apesar de alguma perda, esteve bastante melhor, talvez fazendo um teste à sua capacidade. Parece estar bem, apesar da fraca preparação que teve para esta prova que o próprio veio a admitir, e numa fuga será sempre um dos melhores trepadores. É bastante explosivo.

 

Outsiders

Alex Aranburu foi uma das belas surpresas na etapa de domingo, aguentando no grupo dos favoritos, mostrando que a forma apresentada na Vuelta a Burgos está igual ou ainda melhor. Não é um trepador puro, pelo que pode ter algumas dificuldades, no entanto as inclinações não são muito agressivas e podem fazer sonhar o espanhol da Caja Rural que, num sprint, será dos mais rápidos.

Dylan Teuns está perto na geral mas mesmo assim é uma forte hipótese para a fuga. Na Vuelta do ano passado, o belga entrou em fuga dias sem conta mas faltou-lhe a vitória. Este está parece ainda mais bem preparado, sobe muito bem, é bastante rápido e é explosivo. Pode estar relativamente perto na geral mas não é um perigo a longo prazo, pelo que a Astana pode querer perder a camisola vermelha para não se obrigar a grandes perseguições.

Um corredor que vem com boas sensações para a Vuelta é Amanuel Ghebreigzabhier. 6º na Vuelta a Burgos e 8º na montanhosa Volta a Áustria, o eritreu está a tornar-se cada vez melhor trepador. A Dimension Data vai colocar alguém em fuga e acreditamos que Ghebreigzabhier é uma das melhores opções, pois também é um ciclista explosivo.



 

Possíveis surpresas

Fuga é sinónimo de Thomas de Gendt e, num dia muito bom, o belga pode facilmente vencer a etapa no entanto pensamos que o ciclista da Lotto Soudal se vai guardar para outras etapas, mas mesmo assim não seria de estranhar vê-lo na frente pois já venceu etapas deste género e deverá estar motivado para juntar uma vitória à que coneguiu no Tour. Valerio Conti já sabe o que é ganhar na Vuelta e é sempre um ciclista perigoso, já que é irreverente, não tem medo de atacar e é um trepador razoável, perfeito para estas etapas. Há vários ciclistas que podem sonhar com a camisola vermelha e um deles é o “nosso” Ruben Guerreiro. O ex-campeão nacional fez uma subida final incrível, vem de um excelente BinckBank Tour e tem que aproveitar enquanto está bem para tentar vencer. Não muito dura, é uma subida à medida do luso. Oscar Rodriguez e Mark Padun são outros dois corredores que podem sonhar com a vitória em etapa e em vestir a roja. Atenção a nomes como Gianluca Brambilla, Lawson Craddock, Antonio Pedrero e Felix Grosschartner. Entre os favoritos, acreditamos que vão chegar em pequenos grupos, não existindo grandes diferenças. Se a discussão for entre estes, Alejandro Valverde é um grande candidato, com Primoz Roglic, Sergio Higuita, Tadej Pogacar e Pierre Latour a serem outros sérios nomes.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Niklas Eg e Nicolas Edet.




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