Regressam as dificuldades na Vuelta, com nova chegada em alto. Teremos a primeira fuga vitoriosa da prova ou será que os favoritos vão querer voltar a vencer?

 

Percurso

Mais de 3700 metros de desnível acumulado positivo, numa etapa que parte de Jerez de laF rontera. Primeiros 60 quilómetros sem grandes dificuldades, até ao Puerto del Boyar (14,7 kms a 5,5%), que poderá afastar os mais desprevenidos e menos preparados da luta.



Segue-se uma fase bem rápida, com mais duas contagens de montanha de 3ª categoria, a última delas a 16 quilómetros do fim: Puerto Martinez (3,5 kms a 5,9%). A subida final para Yunquera (8,9 kms a 3,9%) pode ser dividida em várias fases: os primeiros 3900 metros a 5,4%, 4 quilómetros praticamente planos e os últimos 1900 metros a 5%.

 

Táticas

Está é uma verdadeira etapa de média montanha da Vuelta, com subidas não muito longas nem muito inclinadas. Em teoria, o cenário ideal para a fuga ter o seu sucesso, ainda para mais já passou uma etapa de montanha onde já se fizeram diferenças importantes, deixando muitos ciclistas atrasados.

Ontem vimos a Red Bull-BORA pegar na corrida e no final teve o triunfo que procurou. Primoz Roglic foi o mais forte e numa subida como a de amanhã o cenário pode ser o mesmo e, por isso, ou a equipa alemã volta a controlar a fuga ou teremos, finalmente, uma fuga vitoriosa nesta Vuelta a Espanha. Damos ainda mais probabilidades, cerca de 65% para os fugitivos.

 

Favoritos

Victor Lafay começou a temporada bastante tarde, fruto de uma lesão complicada. Desde o regresso, o francês tem estado em destaque, mostrando boa forma, algo importante para de entrar bem na Vuelta. Lafay até nem se importava de ter subidas mais duras no entanto estás são perfeitas para si e num grupo restrito também é rápido.



Mauro Schmid fez uma grande aproximação à Vuelta, com triunfos e vários lugares de destaque, algo que já não se via há muito. O suíço não é um corredor que aguenta muito tempo o pico de forma, tem de aproveitar estas primeiras etapas de média montanha. Mais um ciclista com uma boa ponta de velocidade.

 

Outsiders

A correr em casa, a Movistar vai querer colocar alguém em fuga e aí entra Pelayo Sanchez. O espanhol já venceu no Giro deste ano porque não fazê-lo na Vuelta? Seria o culminar de uma temporada onde evoluiu muito, está a subir cada vez melhor e tem uma boa ponta final.

A Lidl-Trek também é uma equipa que corre em várias frentes e um ciclista que chega em forma é Patrick Konrad. O austríaco é talhado para este tipo de etapas, não é um puro trepador mas defende-se muito bem neste terreno. Sabe sofrer nos momentos necessários, dando uso à sua boa ponta final.



Lorenzo Rota é já um experiente ciclista mas se olharmos para o seu palmarés, falta uma grande vitória. O italiano tem estado perto por várias vezes, falta-lhe aquela pontinha de sorte por vezes necessária. Se quer vencer tem de atacar de longe, esperar que a sua perseguição não seja a ideal.

 

Possíveis surpresas

A etapa de ontem foi um murro no estomâgo da INEOS, viu os seus líderes perder algum tempo, pelo que deverá dar liberdade aos seus ciclistas. Jhonatan Narvaez e Brandon Rivera são duas opções óbvias, dois ciclistas que apesar de não serem trepadores, se defendem bem nestas subidas e são bastante rápidos. Andreas Kron teve a sua temporada estragada por uma lesão, tem competido pouco. Há cerca de um ano venceu na Vuelta, conseguirá repetir a proeza? Não vemos a Visma|Lease a Bike a prender os seus gregários a Sepp Kuss e isso possibilita que Attila Valter e Wout van Aert possam integrar a fugaa. O primeiro pode ser uma opção mais atacante, apesar de ter uma boa ponta final, já o belga tem a classificação por pontos em mira e depois de mais um segundo quererá mais.

Já aqui falamos da Movistar, onde Oier Lazkano é outro nome a ter em consideração, ele que até agora tem estado bastante discreto. Para a fuga, olho, ainda em Mauri Vansevenant, Bruno Armirail, Jesus Herrada, Michael Woods e Mathias Vacek. Caso os favoritos discutam a vitória e, numa subida final com estas características, será difícil fugir aos dois ciclistas que discutiram ao sprint a vitória em Pico Villuercas. Falamos, claro está, do líder Primoz Roglic Lennert van Eetvelt.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Clement Berthet e Pablo Castrillo.



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