Mais uma maratona neste Giro naquela que é a primeira grande oportunidade para uma fuga poder ter o seu sucesso.

 

Percurso

Regressam amanhã as grandes maratonas, com nada mais nada menos que 238 quilómetros. É uma tirada com 3 fases distintas, primeiro um sobe e desce constante de 150 quilómetros, um terreno muito complicado de perseguir, depois 60 kms de aproximação à principal dificuldades do dia a descer ou em plano.



Por fim temos a fase de todas as decisões, uma subida de 15,3 kms a 4,2%, é uma ascensão constante e raramente sobe dos 6%. No entanto, a 11 kms da meta ainda há 2600 metros a 5,4%, que pode ser uma boa plataforma para um ataque. Segue-se uma rápida descida e alguns quilómetros planos antes do quilómetro final que é em ligeira subida.

 

Favoritos

Uma etapa tão longa e com um terreno tão difícil tem por todo o lado escrito que vai dar para a fuga. A luta pela presença nesta vai ser feroz pois os ciclistas sabem que a probabilidade de sucesso é muito elevada. Não vemos nenhuma equipa a assumir a perseguição e a Team Jumbo-Visma pode ver com bons olhos perder a liderança para não obrigar os seus ciclistas a um maior desgaste.

Fuga não é fuga sem Thomas de Gendt. Até agora, o belga tem estado ao serviço de Caleb Ewan trabalhando na frente do pelotão mas está na hora de outros objetivos e tem aqui uma etapa perfeita para si. As subidas são perfeitas para a máquina do belga que é sempre um perigo. Tem uma boa ponta final em grupos restritos e sabe ler a corrida como poucos.



Um ciclista que pode ganhar nos dois cenários é Diego Ulissi. O italiano está em boa forma, foi 3º na etapa de ontem e procura a 7ª etapa da carreira no Giro. Classicómano por natureza, estas subidas são a praia do italiano que tem uma equipa forte para o ajudar a colocar na fuga do dia. Num grupo será dos mais rápidos, senão o mais rápido.

 

Outsiders

Uma das revelações da temporada tem sido Valentin Madouas. O jovem francês é um puncheur por natureza e nas clássicas francesas de abertura de temporada e nas Ardenas colecionou bons resultados, o que faz dele um perigo para este tipo de tiradas. Tem liberdade para tentar a sua sorte, já que a Groupama-FDJ não tem um líder para a geral.

É quase certo Giulio Ciccone estar na frente para tentar somar mais pontos para a montanha. O italiano tem estado na frente nos dias mais duros e hoje, quando viu que a fuga não ia longe, decidiu esperar, talvez já poupando energias para amanhã. Sendo um trepador, tem tudo para estar na frente, o problema será vencer, pois sabe que só o consegue de forma isolada.

Enrico Gasparotto está numa equipa que procura, desesperadamente, uma vitória importante. A Dimension Data está a ter uma época para esquecer e confia no veterano italiano para este tipo de jornadas. O transalpino não caminha para novo mas este ano já mostrou boa forma (10º na Fleche Wallone), pelo que este tipo de subidas não será um perigo para si. É relativamente rápido em grupos restritos.



 

Possíveis surpresas

A UAE Team Emirates tem mais opções sem ser Diego Ulissi, destacando-se Jan Polanc e Valerio Conti, dois ciclistas com características semelhantes, que também têm uma ponta final razoável em grupos restritos. A Androni deve apostar, pela primeira vez, numa fuga, e Mattia Cattaneo e Fausto Masnada surgem como as cartas mais fortes. Dois bons trepadores, que estão em excelente forte, sabem que têm que chegar isolados para ganhar mas com a forma apresentada nos últimos meses nada é impossível. Nomes como Eddie Dunbar, Tony Gallopin, Damiano Caruso, Andrea Vendrame e Enrico Battaglin são opções plausíveis para integrarem a fuga e podem discutir a etapa.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Marco Canola e Alexis Vuillermoz.



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