Numa etapa típica da Grande Volta italiana, os sprinters e os puncheurs têm uma nova oportunidade de levantar os braços. Quem sairá por cima?

 

Percurso

Castrovillari acolhe a partida de mais uma etapa da Volta a Itália num início nada fácil. Não existem contagens de montanha até aos quilómetros finais, mas desenganem-se que o dia é plano. A abrir, os ciclistas apanham logo três subidas: Valico di Campotenese (11.6 kms a 4,8%), Madonna del Carmine (1.6 kms a 5,8%) e Viggianello (8.4 kms a 4,8%). Tudo isto nos primeiros 50 quilómetros!



A partir daqui a etapa torna-se muito rápida, e, rapidamente, os ciclistas chegam aos km 153.5. Pouco mais de 30 quilómetros para a chegada, seguindo-se Galleria Milotta (4.7 kms a 6,9%), a única contagem de montanha oficial do dia.

A emoção deve chegar nos últimos 10 quilómetros. Os primeiros 2400 metros são a 4,4%, sendo que até aos 4 quilómetros para a chegada os ciclistas continuam a subir mas de forma mais suave. Uma pequena descida de 1000 metros leva os ciclistas a uma curta colina de 700 metros a 7,4%, que termina já dentro dos derradeiros 2 quilómetro. O último quilómetro é um falso plano.

 

Táticas

Após um dia para a fuga, onde foram as equipas da geral a controlar, amanhã acreditamos que o pelotão não vai dar espaço à fuga. Os interesses são muitos, muitas equipas querem vencer no Giro, por isso dificilmente uma fuga irá chegar.



A questão será saber se os sprinters aguentarão as complicadas rampas perto do quilómetro final. Equipas como Bora-Hansgrohe, Sunweb e Groupama-FDJ devem chegar-se à frente pois os seus homens rápidos já mostraram serem capazes de passar este tipo de dificudades.

 

Favoritos

Peter Sagan já soma dois segundos lugares neste Giro, um numa chegada dura e outra num sprint puro. O eslovaco está em excelente forma, conseguiu manter o momento que trazia do final do Tour. Este tipo de dificuldades fazem lembrar as subidas das clássicas e Sagan não deve ter dificuldades. Não levanta os braços há mais de 450 dias, conseguirá acabar a sua seca amanhã?

Bem cedo neste Giro, Arnaud Demare libertou a pressão ao vencer no dia de ontem. Em Agosto esteve intransponível em provas com subidas como a de amanhã, o que lhe dá uma motivação extra. A sua ponta final está muito forte e foi com isso que conseguiu triunfar ontem.

 

Outsiders

Se há ciclista que pode atacar na parte mais dura e conseguir triunfar o seu nome é Diego Ulissi. O italiano esteve fantástico ao 2º dia, com a sua equipa a endurecer o ritmo e depois a atacar no momento certo. Quem sabe amanhã não acontecerá o mesmo?



Davide Ballerini conseguiu o seu primeiro pódio em Grandes Voltas na sua primeira oportunidade. O salto qualitativo dado este ano é impressionante, desde a velocidade pura alcançada nos sprints como a forma como ultrapassa as subidas. É um caso sério, e a Deceuninck-QuickStep pode conseguir aqui a primeira vitória na prova.

Michael Matthews quererá um ritmo duro nos quilómetros finais para dificultar a vida dos homens mais rápidos. Só assim terá hipóteses de vencer, pois num sprint plano nota-se que é mais lento. Se alguém atacar poderá também seguir essas rodas, pois tem capacidade para isso.

 

Possíveis surpresas

Sem a luta pela geral, a INEOS deverá dar liberdade a Jhonatan Narvaez, equatoriano que tem estado em excelente forma, e é um excelente puncheur, perfeito para um ataque naquele final. Andrea Vendrame é um ciclista muito regular, está sempre na luta mas a vitória será complicada de alcançar, só em circunstâncias muito especiais  conseguirá. Mikkel Honoré surpreendeu ao 2º dia e a QuickStep pode dar-lhe, novamente, liberdade para atacar. Davide Cimolai, Simone Consonni e Ben Swift são alternativas para uma chegada ao sprint, sendo que uma chegada mais endurecida poderá ser do agrado de Enrico Battaglin, Giovanni Visconti e Tony Gallopin.



 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Stefano Oldani e Jan Tratnik.

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